(C6 Bank/Divulgação)
Júlia Lewgoy
Publicado em 18 de janeiro de 2019 às 12h14.
Última atualização em 24 de maio de 2019 às 15h52.
São Paulo - O C6 Bank, banco digital criado por ex-executivos do BTG Pactual, recebeu autorização do Banco Central para começar a operar. A aprovação foi publicada nesta sexta-feira (18) no Diário Oficial da União e promete aquecer o já aquecido mercado de serviços financeiros inovadores.
Inicialmente, apenas funcionários do banco e convidados terão acesso aos serviços, mas a instituição financeira pretende abrir para novos clientes até o final do primeiro semestre. O C6 Bank deverá deixar seu ambiente de testes, que rendeu 250 feedbacks sobre o banco digital, em sete dias úteis.
A instituição bancária se integrará ao sistema de transferências bancárias, que permite operações entre bancos, para oferecer uma proposta mais simplificada de produtos financeiras. Nesse mínimo produto viável, ou MVP, haverá serviços como conta corrente, pagamento de boletos e cartão de débito e crédito.
Depois, o C6 Bank colocará produtos como investimentos, previdência privada, seguros e operações de câmbio. Além de oferecer produtos próprios, o banco vai distribuir serviços de outras empresas no seu marketplace. "O modelo já é comum para investimentos, com ofertas de diversas gestores dentro de um mesmo banco, mas faremos para produtos como consórcios e seguros", afirma a porta-voz Verena Fornetti.
O mercado de serviços financeiros inovadores está há anos em ebulição. O Brasil fechou agosto de 2018 com 453 startups financeiras em operação, de acordo com o Radar FintechLab, um crescimento de 23% sobre 2017.
O C6 Bank enfrentará players como as fintechs Nubank e Neon e bancos como Inter, Original e Agibank. Como os concorrentes, a empresa será sem agências e não vai cobrar tarifas de manutenção de conta ou de serviços bancários.
Um primeiro diferencial são saques na rede Banco24Horas também sem taxas. Outra promessa é dar empréstimos com taxas de juros mais baixas, por causa do modelo de operação de baixo custo. "Queremos apostar na estratégia de oferecer benefícios aos clientes. Estamos costurando parcerias para estimular o uso da nossa plataforma", diz Fornetti.
A estratégia low-cost é baseada em uso intensivo de tecnologia, como a importação dos dados bancários para a nuvem e o uso de análise de dados em massa. O C6 Bank montou um escritório em Nova York (Estados Unidos), conhecido centro financeiro, com foco em data analytics. Em uma parceria com o Massachusetts Institute of Technology (MIT), o banco digital usa o escritório para construir modelos de crédito e sistemas de detecção de fraudes, por exemplo.
O C6 Bank foi criado em março de 2018 pelos ex-executivos do banco BTG Pactual Marcelo Kalim, Carlos Fonseca, Leandro Torres e Luiz Marcelo Calicchio. Kalim é o presidente do banco.
O C6 Bank ocupa um prédio de oito mil metros quadrados no bairro dos Jardins, em São Paulo. Atualmente, o banco tem 320 funcionários e está com 60 vagas abertas para desenvolvedores. Em menos de um ano de operação, tornou-se a pequena e média empresa mais amada pelos funcionários, segundo ranking do site de avaliações Love Mondays.
Com capital social de 250 milhões de reais no momento, os investimentos dos acionistas somarão 500 milhões de reais até dezembro. A briga por se tornar a carteira digital dos mais de 200 milhões de brasileiros acabou de ganhar algumas centenas de milhões de um mínimo produto viável que, de mínimo, não tem nada.
Atualizado às 16h34.