Brechós utilizam redes sociais para expandir negócio
O mercado de venda de produtos usados conquista espaço e vai além do mundo físico, chegando também às redes sociais e lojas virtuais
Carolina Ingizza
Publicado em 18 de janeiro de 2020 às 06h00.
Última atualização em 18 de janeiro de 2020 às 07h00.
O mercado de Brechós é um dos segmentos que mais cresceu no Brasil nos últimos anos. A oferta de peças de vestuário de qualidade a preços mais acessíveis aliada ao conceito de sustentabilidade, fez com que o público consumidor desse tipo de negócio crescesse expressivamente, atraindo a atenção de mais empreendedores.
O segmento hoje é um dos mais procurados no canal Ideia de Negócios, no portal do Sebrae, que oferece uma série de dicas e orientações para quem pretende transformar em realidade o sonho de abrir o próprio negócio em 2020.
O brechó é um negócio direcionado à compra e venda de artigos usados, principalmente produtos relacionados ao vestuário masculino, feminino e infantil. Essa é uma das mais antigas atividades comerciais, cuja origem vem do chamado “mercado das pulgas” na Europa, onde se podia comprar e vender praticamente tudo. Porém, em alguns países como a China, Índia e Bangladesh esse tipo de comércio é ainda mais antigo.
No Brasil, o nome seria uma referência a um mascate chamado Belchior, que vendia produtos de segunda mão no Rio de Janeiro. Antes julgado como sinônimo de peças desgastadas e fora de moda, hoje os brechós estão em alta e são vistos como uma tendência descolada e sustentável.
Nos brechós atuais se comercializa artigos limpos, bem conservados, seminovos e com preços acessíveis. Compras nesses locais possibilitam economia que vai até 80% em relação às lojas tradicionais. Populares na Europa e nos Estados Unidos, essas lojas estão conquistando o seu mercado no Brasil, onde é possível encontrar um ambiente democrático e com grande variedade de peças originais a preços tentadores.
O brechó atende a todas as classes sociais, com interesses que variam desde a procura por marcas famosas até a economia na aquisição de produtos. Os clientes dos brechós são encontrados em todas as idades, independente de sexo e de poder aquisitivo.
A empresária Michelle Svicero resolveu entrar neste setor há 10 anos, quando criou a Vintage Shop em Bauru, no interior paulista. “Nosso grande desafio foi quebrar o preconceito das pessoas de usar roupa de segunda mão”, conta Michelle, que decidiu abrir seu negócio aos 16 anos, quando cursava moda.
O primeiro passo foi vender 40 peças de seu próprio guarda roupa. Depois ela começou a comprar ou trocar roupas com os clientes. “O que era um hobby se transformou em um bom negócio, mas para isso é preciso ter persistência, não desistir no primeiro obstáculo que aparecer”, diz a designer de modas, que abriu a loja em sociedade com o marido Guto Alves.
Gestão de marketing
Para desenvolver o negócio, Michelle conta que fez vários cursos no Sebrae, como de gestão financeira, de pessoal e de marketing, entre outros. A empresária comenta que é fundamental buscar qualificação para conseguir gerir o brechó de forma eficiente.
Além da gestão, Michelle recomenda investimentos em novas mídias, como as redes sociais. Em uma pesquisa divulgada pela PricewaterhouseCoopers (PwC), constatou-se que 77% dos brasileiros tiveram suas recentes decisões de compra influenciadas diretamente por essas plataformas.
Nesse sentido, Michelle Svicero diz que - apenas no Instagram - a empresa conta com quase 24 mil seguidores.