Empreendedorismo: Economista da Serasa Experian, Luiz Rabi avalia desafios maiores aos novos empreendedores devido ao coronavírus (Thinkstock/Thinkstock)
Reuters
Publicado em 27 de abril de 2020 às 18h11.
O Brasil teve um recorde de abertura de novas empresas em janeiro, antes da crise econômica gerada pela pandemia do coronavírus, divulgou nesta segunda-feira (27) a Serasa Experian.
Segundo o levantamento, foram registrados 320,5 mil novos empreendimentos no país no primeiro mês de 2020, uma alta de 21,7% sobre um ano antes, o recorde até então. Ante dezembro, o crescimento foi de 73,6%.
Para o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, a expansão em janeiro refletiu a maior necessidade das pessoas de gerar renda em um período econômico de crescimento abaixo do esperado.
"Há uma demanda maior de novos negócios no início do ano, uma tendência natural pela queda da atividade durante as festas de fim de ano. Mas este ano ainda tivemos um alto nível de desemprego, o que fez as pessoas abrirem negócios e se formalizarem para terem recursos financeiros", afirmou.
Segundo a instituição, a categoria de sociedades limitadas liderou o movimento, com aumento de 78,8% no período. Mas o grupo de microempreendedores individuais seguiu como maioria, representando 80,6% do total de novos negócios.
Com a paralisação de setores, a partir de meados de março, devido distanciamento social para tentar conter a pandemia os novos empreendimentos devem ter desafios extras, avaliou Rabi.
"Empresas recém-criadas, principalmente os pequenos negócios que contam com pouco capital de giro, são mais sensíveis a queda do faturamento e devem enfrentar dificuldades para manter o equilíbrio financeiro", afirmou o economista.
Apesar de governos federal e regionais e bancos virem anunciando várias medidas nas últimas semanas para ajudar os pequenos negócios, como adiamento para pagamento de empréstimos e concessão de novas linhas de crédito, entidades ligadas ao setor têm dito que o sistema financeiro está negando recursos novos para a maioria delas.