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Brad Pitt com pimenta

A cadeia de cinema mexicana Cinemagic cresce ao vender comidas típicas, além de ingressos mais baratos que os do mercado

Quintero e Irigoyen, da Cinemagic: o número de salas deve dobrar neste ano (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 17 de outubro de 2011 às 05h00.

No México, vai-se ao cinema duas vezes no ano, em média — e olhe lá. Cerca de 40% dos mexicanos nunca assistiram a um filme. Das 555 salas de exibição do país — poucas, comparadas às mais de 2.300 do Brasil —, 90% pertencem a dois grandes grupos.

Esse cenário poderia assustar qualquer pequeno ou médio empresário com vontade de investir no setor. Mas foi justamente o que animou o advogado Roberto Quintero, de 41 anos, e o administrador de empresas José Irigoyen, de 36.

Há dez anos, eles fundaram a rede Cinemagic, que deve faturar 4,8 milhões de dólares neste ano — 35% mais do que as receitas colhidas em 2010.

Para crescer num mercado dominado por grandes empresas, Quintero e Irigoyen tiveram de encontrar algumas brechas. Os cinemas da Cinemagic ficam em cidades onde moram entre 50.000 e 200.000 habitantes, com pouca ou nenhuma concorrência e, ao mesmo tempo, público suficiente para não deixar as salas de exibição às moscas.

Os ingressos custam, em média, pouco menos de 3 dólares — 30% menos do que nas grandes redes. Para isso, as poltronas são simples e não há carpetes luxuosos ou outros adornos que encareçam a estrutura.

Para compensar os preços baixos, os sócios investiram numa fonte alternativa de receita comum no setor: comida. Só que, em vez de chocolatinhos e pipoca, a Cinemagic oferece 40 tipos de doces e salgados típicos, como frutas com pimenta, burritos e tacos.


É mais ou menos como se as pessoas assistissem aos  filmes enquanto comem — em vez de comer enquanto assistem aos filmes.

Antes de abrir uma unidade da Cinemagic em cada cidade, Quintero e Irigoyen, que são cunhados e já trabalharam juntos numa fornecedora de equipamentos para cinemas, foram em busca de boas cozinheiras locais.

Elas são responsáveis por preparar os pratos típicos saboreados nas salas da rede durante a exibição de filmes como a produção mexicana El Efecto Tequila, Los Pinguinos de Papá (Os Pinguins do Papai, com Jim Carrey) e No Me Quites a Mi Novio (O Noivo da Minha Melhor Amiga, que também foi exibido no Brasil).

Todos os filmes que passam na Cinemagic são dublados em espanhol — uma forma de atrair pessoas com dificuldade de leitura, que podem não acompanhar as legendas. Para chamar a atenção, a decoração é impactante. "O povão daqui adora cores e por isso nossos cinemas parecem um caleidoscópio", diz Quintero.

Quando ainda trabalhava na fornecedora para cinemas, Quintero recebeu um telefonema de um cliente de Córdoba, a 700 quilômetros da capital, Cidade do México. “Tive um estalo”, diz Quintero.

"Enxerguei naquela carência uma oportunidade de ter meu próprio negócio." Ele juntou suas economias,  de 400.000 dólares, e abriu a primeira sala da cidade. Hoje, a rede está presente em oito municípios. Ao todo, são 44 salas — número que deve dobrar até o final deste  ano. "O mexicano adora cinema, e nossas salas estão cada vez mais cheias", diz.

Quintero também tem motivos pessoais para comemorar o sucesso da Cinemagic. Como o menino protagonista do filme italiano Cinema Paradiso, de Giuseppe Tornatore, ele praticamente cresceu dentro de uma sala de projeção.

Seu pai, hoje com 74 anos, era dono de um pequeno cinema, o Multicines, na cidade de Puebla, na região central do país. "Com a pressão da concorrência, que passou a inaugurar complexos cada vez maiores e mais modernos, meu pai teve de fechar as portas", diz Quintero. "Hoje, tenho muito orgulho do que consegui construir."

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No México, vai-se ao cinema duas vezes no ano, em média — e olhe lá. Cerca de 40% dos mexicanos nunca assistiram a um filme. Das 555 salas de exibição do país — poucas, comparadas às mais de 2.300 do Brasil —, 90% pertencem a dois grandes grupos.

Esse cenário poderia assustar qualquer pequeno ou médio empresário com vontade de investir no setor. Mas foi justamente o que animou o advogado Roberto Quintero, de 41 anos, e o administrador de empresas José Irigoyen, de 36.

Há dez anos, eles fundaram a rede Cinemagic, que deve faturar 4,8 milhões de dólares neste ano — 35% mais do que as receitas colhidas em 2010.

Para crescer num mercado dominado por grandes empresas, Quintero e Irigoyen tiveram de encontrar algumas brechas. Os cinemas da Cinemagic ficam em cidades onde moram entre 50.000 e 200.000 habitantes, com pouca ou nenhuma concorrência e, ao mesmo tempo, público suficiente para não deixar as salas de exibição às moscas.

Os ingressos custam, em média, pouco menos de 3 dólares — 30% menos do que nas grandes redes. Para isso, as poltronas são simples e não há carpetes luxuosos ou outros adornos que encareçam a estrutura.

Para compensar os preços baixos, os sócios investiram numa fonte alternativa de receita comum no setor: comida. Só que, em vez de chocolatinhos e pipoca, a Cinemagic oferece 40 tipos de doces e salgados típicos, como frutas com pimenta, burritos e tacos.


É mais ou menos como se as pessoas assistissem aos  filmes enquanto comem — em vez de comer enquanto assistem aos filmes.

Antes de abrir uma unidade da Cinemagic em cada cidade, Quintero e Irigoyen, que são cunhados e já trabalharam juntos numa fornecedora de equipamentos para cinemas, foram em busca de boas cozinheiras locais.

Elas são responsáveis por preparar os pratos típicos saboreados nas salas da rede durante a exibição de filmes como a produção mexicana El Efecto Tequila, Los Pinguinos de Papá (Os Pinguins do Papai, com Jim Carrey) e No Me Quites a Mi Novio (O Noivo da Minha Melhor Amiga, que também foi exibido no Brasil).

Todos os filmes que passam na Cinemagic são dublados em espanhol — uma forma de atrair pessoas com dificuldade de leitura, que podem não acompanhar as legendas. Para chamar a atenção, a decoração é impactante. "O povão daqui adora cores e por isso nossos cinemas parecem um caleidoscópio", diz Quintero.

Quando ainda trabalhava na fornecedora para cinemas, Quintero recebeu um telefonema de um cliente de Córdoba, a 700 quilômetros da capital, Cidade do México. “Tive um estalo”, diz Quintero.

"Enxerguei naquela carência uma oportunidade de ter meu próprio negócio." Ele juntou suas economias,  de 400.000 dólares, e abriu a primeira sala da cidade. Hoje, a rede está presente em oito municípios. Ao todo, são 44 salas — número que deve dobrar até o final deste  ano. "O mexicano adora cinema, e nossas salas estão cada vez mais cheias", diz.

Quintero também tem motivos pessoais para comemorar o sucesso da Cinemagic. Como o menino protagonista do filme italiano Cinema Paradiso, de Giuseppe Tornatore, ele praticamente cresceu dentro de uma sala de projeção.

Seu pai, hoje com 74 anos, era dono de um pequeno cinema, o Multicines, na cidade de Puebla, na região central do país. "Com a pressão da concorrência, que passou a inaugurar complexos cada vez maiores e mais modernos, meu pai teve de fechar as portas", diz Quintero. "Hoje, tenho muito orgulho do que consegui construir."

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