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Aumento dos juros e inflação colocam pequenos negócios em alerta

Para consultor do Sebrae, pequenas empresas precisam planejar bem o primeiro semestre para não ter surpresas desagradáveis

Contas (Dave Dugdale/Creative Commons)

Contas (Dave Dugdale/Creative Commons)

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Da Redação

Publicado em 1 de fevereiro de 2011 às 08h58.

Brasília - Pesquisa Focus divulgada na segunda-feira (31/01) pelo Banco Central mostra que o mercado financeiro elevou a previsão da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2011. A expectativa para a inflação neste ano subiu de 5,53% para 5,64%. A meta tem margem de tolerância de dois pontos porcentuais, para mais ou para menos.

Para a inflação de fevereiro, os analistas prevêem uma taxa de 0,80%, contra 0,77% prevista anteriormente. De acordo com a pesquisa Focus, a previsão para a Selic (a taxa básica de juros da economia) para o fim de 2011 é 12,50% ao ano. Hoje a taxa está em 11,25% ao ano.

Para o consultor do Sebrae em São Paulo, Reinaldo Messias, a hora é de fazer contas e checar como anda a gestão dos negócios. Segundo ele, as micro e pequenas empresas (MPE) precisam planejar bem o primeiro semestre para não ter surpresas desagradáveis no segundo. Aumentos da inflação e dos juros podem prejudicar os empreendimentos mais despreparados.

“Os pequenos negócios que estão com a gestão financeira e administrativa em ordem e investiram em inovação, infraestrutura e no próprio negócio não devem ficar preocupados”, ressalva.

Já para quem aproveitou a onda de maré favorável para investir no patrimônio pessoal e está com o caixa mais comprometido precisará se recapitalizar. A dica do consultor é fazer uma análise dos custos da empresa, os padrões de endividamento de seus clientes e o valor dos estoques.

“As linhas de crédito deverão sofrer um contingenciamento do Banco Central. Isso significa menos prazo para pagar e juros mais altos. Por isso, é preciso saber quanto realmente vai precisar para não se endividar demais”, diz o consultor. Ele explica também que mudar a política de crédito para clientes e fornecedores pode ser uma boa estratégia. “Quem paga bem, merece mais crédito”.

Outra saída pode ser promover a reintegração de capital via diminuição dos estoques. Agora, Messias adverte: fazer ajustes de mão-de-obra só em último caso. Isso porque hoje em dia treinar profissionais custa muito caro. “Além disso, os bons profissionais têm emprego garantido em várias empresas, muitas delas concorrentes do pequeno negócio”.
 

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