PME

As transformações que o investidor traz

Rogério Igel, fundador da Ecosorb, explica quais as principais mudanças pelas quais sua empresa passou no processo de negociação de aporte de capital

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

A Ecosorb, empresa de tecnologia ambiental que fatura cerca de 15 milhões de reais e cresce a 40% ao ano anunciou, nessa semana, o recebimento de um aporte de 20 milhões de reais pelo fundo de capital de risco Stratus. Com o investimento, o Stratus torna-se sócio capitalista da empresa. O fundador da Ecosorb, Rogério Igel, deixa a direção para ocupar a presidência do conselho de administração da companhia. Igel conversou com EXAME PME sobre as principais transformações que sua empresa passou até receber o investimento de capital de risco.

EXAME PME -- O que você acha que o fundo Stratus viu de positivo em sua empresa?

Rogério Igel -- A Stratus tem um fundo destinado a empreendimentos de tecnologias ambientais, e nós somos os primeiros a receber investimento desse fundo. O mais importante foi a transparência. Todos os nossos livros e documentos são completamente abertos. Nossas práticas de gestão também. Acho que isso faz diferença.

EXAME PME -- Quais foram as mudanças pelas quais a empresa passou para que ficasse pronta para o aporte de capital e para a ingerência de novos sócios?

Rogério Igel -- Mais importante que a própria injeção de capital foram as transformações de gestão que, ao meu ver, tornaram a empresa muito mais competitiva. Antes, eu não me limitava às decisões estratégicas - mantinha-me mergulhado ao dia-a-dia da companhia. Durante a fase de maturação do negócio, esse estilo centralizador foi importante. Mas depois, perdeu o sentido. A Ecosorb não podia ficar nas mãos de um única pessoa. O empreendedor precisa dar sinais claros aos seus funcionários de que ele está ali porque acha que é importante para a empresa, e não por uma vontade particular. Com o aporte, eu saí do dia-a-dia. Passarei a me dedicar à presidência do conselho de administração.

EXAME PME -- Vocês já tinham um conselho de administração?

Rogério Igel -- Nós tínhamos dois conselheiros informais, mas essas pessoas eram executivos da empresa - conselho e diretoria eram, portanto, misturados. Agora, estamos nos esforçando para compor um grupo independente. Hoje, nosso conselho é composto por mim, um outro executivo da empresa e dois nomes escolhidos pela Stratus. Estamos procurando um quinto conselheiro completamente desvinculado das duas companhias.

EXAME PME -- Houve alguma alteração na forma de contratação e seleção de pessoas?

Rogério Igel -- Houve. Freqüentemente, eu mesmo entrevistava candidatos até cargos de gerência. Era tudo mais informal - e menos profissional, também. Agora, a contratação e seleção passou a ser terceirizada e alinhada com o plano estratégico da empresa.

EXAME PME -- Com o aporte, quais serão os próximos passos da Ecosorb?

Rogério Igel -- O investimento será fundamental para que possamos ampliar nossa atuação em consultoria ambiental. Hoje, atendemos situações de emergência que envolvam acidentes com óleo, gás e produtos químicos perigosos. Queremos ficar ainda melhores em prevenção de acidentes, e não apenas na atuação de emergência. Estaremos mais próximos de alguns clientes. Também abriremos novas bases, como no Rio de Janeiro e Vitória.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de PME

ROI: o que é o indicador que mede o retorno sobre investimento nas empresas?

Qual é o significado de preço e como adicionar valor em cima de um produto?

O que é CNAE e como identificar o mais adequado para a sua empresa?

Design thinking: o que é a metodologia que coloca o usuário em primeiro lugar

Mais na Exame