A Doce D'ocê dobrou de tamanho com congelados de padaria
A paranaense Doce D’ocê alcançou faturamento de 24 milhões de reais em 2012, mais que o dobro do ano anterior, ao abastecer com produtos congelados as padarias de pequenas mercearias do interior do país
Da Redação
Publicado em 20 de agosto de 2013 às 07h25.
Chopinzinho - Duas coisas chamam a atenção de um visitante desavisado que chega pela primeira vez a Chopinzinho, cidade com 20.000 habitantes no sudoeste do Paraná . A primeira é a avenida principal, cortada por dez rotatórias ao longo de 1,5 quilômetro de extensão — o que provoca um zigue-zague de deixar qualquer motorista confuso.
A segunda é a fábrica de alimentos congelados Doce D’ocê, uma construção de 6.000 metros quadrados, instalada na entrada da cidade. Os fundadores da empresa — o empreendedor Carlos Bazanella, de 49 anos, e sua mulher, Noeli, de 44 — são os maiores empregadores de Chopinzinho, com um efetivo de 330 funcionários.
A Doce D’ocê produz mensalmente 600 toneladas de pães, tortas, salgados e docinhos, que seguem congelados para as prateleiras de pequenas mercearias, supermercados e padarias em cinco estados. "Temos hoje mais de 1.000 clientes", diz Bazanella. "A maior parte deles faz pelo menos um pedido semanal de nossos produtos."
No ano passado, a Doce D’ocê faturou 24 milhões de reais — mais que o dobro de 2011. Fornecer pães e quitutes congelados para supermercados não é exatamente uma grande novidade.
A diferença da Doce D’ocê é que 80% de seus clientes são pequenas mercearias do interior que nunca haviam vendido itens de panificação e confeitaria por causa de uma limitação simples: o alto custo de manter um espaço com equipamentos e funcionários especializados.
"A maioria de nossos clientes não tem condições de montar uma estrutura para fabricar os próprios produtos em casa", diz Noeli. "O negócio deles é o varejo , e não a produção de pães e bolos."
Para os clientes que já têm uma padaria própria, o modelo da Doce D’ocê também pode ser vantajoso. Em alguns casos, Bazanella e Noeli até ajudam o cliente a negociar a compra de refrigeradores e fornos para manter os produtos congelados e prepará-los para o consumo com os fabricantes que têm parceria com a Doce D’ocê.
Sem precisar preparar pães, doces e salgados em casa, o espaço dedicado às padarias pode ser reduzido a pelo menos 50%, de acordo com Bazanella.
"É muito comum que a fatia da panificação no faturamento dos supermercados dobre em poucos meses", diz ele. Em alguns casos, o impacto pode ser ainda maior, como aconteceu com a rede de supermercados Lar, cuja sede fica em Medianeira, no oeste do Paraná.
Em 2004, quando oito das 13 lojas que a rede Lar mantém na região tinham padarias próprias, o gerente da divisão de alimentos e compras, Jair Meyer, resolveu testar o sistema da Doce D’ocê.
“Fizemos uma experiência em dois supermercados e percebemos uma melhora imediata tanto na redução de custos quanto no giro dos produtos”, diz Meyer. Poucos meses depois, a Doce D’ocê passou a abastecer com produtos congelados todas as unidades da rede Lar — e a média mensal de pãezinhos vendidos saltou de 135.000, em 2004, para 625.000, em 2012.
"As receitas da área de panificação cresceram dez vezes em oito anos." No mesmo período, o faturamento dos supermercados aumentou não mais que duas vezes.
No mesmo terreno em que está instalada a fábrica da Doce D’ocê, ainda é possível construir mais duas linhas operacionais para mais que dobrar a atual capacidade mensal de produção. Nos últimos três anos, Bazanella e Noeli inauguraram quatro centros de distribuição no Paraná, em Mato Grosso do Sul e em São Paulo, de onde conseguem entregar os pedidos em, no máximo, dois dias.
Os sócios estão enfrentando agora um momento típico de empresas que atendem mercados de alta demanda e que crescem rapidamente — a necessidade de capital para manter a expansão.
"Os donos da Doce D’ocê já foram longe sozinhos", diz André Rezende, dono da fabricante mineira de fornos industriais Prática Technicook e um dos membros do conselho consultivo da empresa. Bazanella e Noeli estão amadurecendo a ideia de vender parte da empresa a um sócio capitalista.
Recentemente, a Doce D’ocê foi selecionada entre mais de 50 candidatas para ser uma das dez empresas a se apresentar num evento de captação de recursos da Associação Brasileira de Privaty Equity & Venture Capital. "Esperamos receber algumas propostas para analisar o que é melhor para a empresa de agora em diante", diz Bazanella.
Chopinzinho - Duas coisas chamam a atenção de um visitante desavisado que chega pela primeira vez a Chopinzinho, cidade com 20.000 habitantes no sudoeste do Paraná . A primeira é a avenida principal, cortada por dez rotatórias ao longo de 1,5 quilômetro de extensão — o que provoca um zigue-zague de deixar qualquer motorista confuso.
A segunda é a fábrica de alimentos congelados Doce D’ocê, uma construção de 6.000 metros quadrados, instalada na entrada da cidade. Os fundadores da empresa — o empreendedor Carlos Bazanella, de 49 anos, e sua mulher, Noeli, de 44 — são os maiores empregadores de Chopinzinho, com um efetivo de 330 funcionários.
A Doce D’ocê produz mensalmente 600 toneladas de pães, tortas, salgados e docinhos, que seguem congelados para as prateleiras de pequenas mercearias, supermercados e padarias em cinco estados. "Temos hoje mais de 1.000 clientes", diz Bazanella. "A maior parte deles faz pelo menos um pedido semanal de nossos produtos."
No ano passado, a Doce D’ocê faturou 24 milhões de reais — mais que o dobro de 2011. Fornecer pães e quitutes congelados para supermercados não é exatamente uma grande novidade.
A diferença da Doce D’ocê é que 80% de seus clientes são pequenas mercearias do interior que nunca haviam vendido itens de panificação e confeitaria por causa de uma limitação simples: o alto custo de manter um espaço com equipamentos e funcionários especializados.
"A maioria de nossos clientes não tem condições de montar uma estrutura para fabricar os próprios produtos em casa", diz Noeli. "O negócio deles é o varejo , e não a produção de pães e bolos."
Para os clientes que já têm uma padaria própria, o modelo da Doce D’ocê também pode ser vantajoso. Em alguns casos, Bazanella e Noeli até ajudam o cliente a negociar a compra de refrigeradores e fornos para manter os produtos congelados e prepará-los para o consumo com os fabricantes que têm parceria com a Doce D’ocê.
Sem precisar preparar pães, doces e salgados em casa, o espaço dedicado às padarias pode ser reduzido a pelo menos 50%, de acordo com Bazanella.
"É muito comum que a fatia da panificação no faturamento dos supermercados dobre em poucos meses", diz ele. Em alguns casos, o impacto pode ser ainda maior, como aconteceu com a rede de supermercados Lar, cuja sede fica em Medianeira, no oeste do Paraná.
Em 2004, quando oito das 13 lojas que a rede Lar mantém na região tinham padarias próprias, o gerente da divisão de alimentos e compras, Jair Meyer, resolveu testar o sistema da Doce D’ocê.
“Fizemos uma experiência em dois supermercados e percebemos uma melhora imediata tanto na redução de custos quanto no giro dos produtos”, diz Meyer. Poucos meses depois, a Doce D’ocê passou a abastecer com produtos congelados todas as unidades da rede Lar — e a média mensal de pãezinhos vendidos saltou de 135.000, em 2004, para 625.000, em 2012.
"As receitas da área de panificação cresceram dez vezes em oito anos." No mesmo período, o faturamento dos supermercados aumentou não mais que duas vezes.
No mesmo terreno em que está instalada a fábrica da Doce D’ocê, ainda é possível construir mais duas linhas operacionais para mais que dobrar a atual capacidade mensal de produção. Nos últimos três anos, Bazanella e Noeli inauguraram quatro centros de distribuição no Paraná, em Mato Grosso do Sul e em São Paulo, de onde conseguem entregar os pedidos em, no máximo, dois dias.
Os sócios estão enfrentando agora um momento típico de empresas que atendem mercados de alta demanda e que crescem rapidamente — a necessidade de capital para manter a expansão.
"Os donos da Doce D’ocê já foram longe sozinhos", diz André Rezende, dono da fabricante mineira de fornos industriais Prática Technicook e um dos membros do conselho consultivo da empresa. Bazanella e Noeli estão amadurecendo a ideia de vender parte da empresa a um sócio capitalista.
Recentemente, a Doce D’ocê foi selecionada entre mais de 50 candidatas para ser uma das dez empresas a se apresentar num evento de captação de recursos da Associação Brasileira de Privaty Equity & Venture Capital. "Esperamos receber algumas propostas para analisar o que é melhor para a empresa de agora em diante", diz Bazanella.