Brainstorming: uma das dicas para encontrar o melhor nome para o seu negócio é levantar todas as ideias que aparecem para você (Getty Images/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 5 de outubro de 2015 às 15h00.
Última atualização em 25 de julho de 2022 às 21h52.
De todos os elementos, documentações e decisões necessárias de uma jornada como abrir uma empresa, é provável que o nome dela ou do produto seja uma das tarefas mais difíceis de se executar.
Hoje, somente no Brasil existem um pouco mais de 18.000.000 (dezoito milhões!) de empresas. Imagine criar algo que não existe?
Tem gente que desde criança sabe o nome que vai dar para os filhos. E você, já pensou e pesquisou sobre o nome da sua empresa?
É realmente difícil, nós sabemos, porque já vimos vários clientes sempre esbarrarem nos mesmos questionamentos para criar o nome da empresa, como: “Será que meu negócio será regional, nacional ou internacional?” ou ainda “Coloco um nome em português ou inglês?” e até mesmo “Sigla com nome de sócios ou relacionado ao produto?”.
Mas calma, existe uma saída e um caminho para chegar até a criação do nome ideal para sua empresa ou produto e vamos te mostrar a trilha do ouro através dessas dicas!
Neste artigo você vai conhecer 7 passos definitivos para escolher o nome do seu negócio:
Leia com calma e bom processo criativo.
Quando você decidiu criar sua empresa, com certeza você tinha um objetivo, seja ele ajudar as pessoas a comprar comida pela internet ou promover encontro de casais por aplicativos de smartphones. Por isso, a primeira dica é você definir exatamente o que sua empresa é e o que você quer entregar de valor para seu consumidor. Isso é a sua Visão: onde você quer chegar e o que você quer ser.
Toda empresa deve ter um diferencial que será refletido no nome da empresa, na identidade visual, no time e, principalmente, na mensagem que ela irá passar ao mundo.
Sim, mesmo com 18 milhões de empresas, é possível se diferenciar. Existem algumas características do seu negócio que podem estar presentes no nome como forma de diferenciação. Alguns exemplos:
Nesse tipo, você utiliza algum termo relacionado ao seu business para caracterizar o negócio, podendo ser complementar ou o nome da empresa de fato. Exemplo: O aplicativo para pedir táxis por smartphones 99Táxis.
Para as empresas que querem se diferenciar por fazer parte de um mercado local. Geralmente pequenos negócios utilizam-se dessa estratégia. Exemplo: Um hotel que fica em uma famosa praia da cidade e leva o nome do local, como o Hotel Praia do Forte.
Aqui você vai focar no seu público e em seu comportamento para incorporar no nome da sua empresa.
Uma loja de roupas para nerds assumidos, que se chama Geek Store, ou o nome de uma loja de roupas para mães e seus filhos pequenos, como a Bebê Store.
Nesse modelo você já vai dar a ideia exata do que é seu business ou mesmo produto no nome. Esses casos facilitam a compreensão do consumidor e geralmente são nomes mais fáceis de lembrar.
Exemplo: Casa do Pão de Queijo – claro, direto e dá até fome né?
Outro bom exemplo é da Apple, que criou uma família de produtos “I”, iPhone, iPod, iMac… Uma ótima estratégia de branding para marcar o consumidor.
Para as marcas que estão lançando novos produtos ou serviços inovadores no mercado, uma boa estratégia é ter um nome criativo que “fale” pela inovação.
Exemplo: O Instagram apostou nessa estratégia. Eles queriam um nome que remetesse ao ato de “Gravar” algo “Aqui e Agora”, e pronto, um nome forte e marcante.
Os nomes com siglas e os nomes curtos são ótimas opções também, pois são mais fáceis de memorizar e até de falar! Uma boa estratégia para criar um nome curto é tentar utilizar as iniciais dos sócios ou do produto. Mesmo que você crie um nome longo, você pode criar uma marca que utilize a sigla em sua composição.
GSK: GlaxoSmithKline
NASA: National Aeronautics and Space Administration
HP: A sigla HP abevia o nome da empresa Hewlett-Packard e usa o nome dos fundadores, William Redington Hewlett e Dave Packard.
GM: General Motors
C&A: Clemens e August Brenninkmeijer (Irmãos fundadores)
Uma prática que instigamos sempre em nossos clientes de criação de nome é que eles busquem o público deles e apresente as opções de nomes para eles falarem!
É importante perceber como seu cliente vai pronunciar o nome, e principalmente, o que ele entende que aquela empresa faz só pelo nome. Se ele responder algo similar ao que sua empresa realmente faz, pode apostar que você está no caminho certo.
Nem sempre o nome vai estar inteiramente ligado ao negócio da empresa, mas uma pronúncia forte e fácil é essencial.
Veja o exemplo da Red Bull: marca de energético que tem em seu nome duas palavras de pronúncia e significado forte (“Red” – Vermelho e “Bull” – Touro).
Lembre-se: a sua marca deve ser algo acessível e não algo que as pessoas lutam ou tenham vergonha de falar por não conseguirem pronunciar.
A pesquisa é essencial para que você chegue a um gran finale fenomenal.
Faça um benchmarking de seus concorrentes diretos e indiretos, como eles se comunicam, quais cores usam e se já existem nome similares ao que você pretende usar. Outra pesquisa importante é em relação ao público que você pretende atingir.
Pesquise a classe econômica deles, seus hobbies, como eles se comunicam na internet, quais marcas eles usam, assim você conseguirá ficar bem próximo e falar a “mesma língua” que eles!
Importante: se você é uma empresa que visa um crescimento internacional, é essencial que você saiba como é pronunciada e a tradução da palavra em outros países, para não dar uma mancada similar ao malfadado mecanismo de busca lançado em 2008 pela Microsoft que chamava “Cuil”, lembra?
Primeiro, ninguém sabia ao certo como pronunciava e acabou por se pronunciar “Cool”, mas depois de tantas dúvidas e zoações, o mal feito já tinha sido feito.
Brainstorming é uma expressão americana que na tradução para o português significa “tempestade cerebral” ou “tempestade de ideias”: jogar várias ideias para selecionar a melhor.
A dica é que você marque uma reunião só para essa tarefa juntando as pessoas mais importantes para sua empresa – podem ser sócios, colaboradores e até mesmo aquele amigo criativo e mande ver!
Tudo certo? Ainda não, falta um ponto principal que muita gente esquece ou nem sabe que existe. No Brasil existe um órgão que regula o registro de marcas e patentes, o INPI (Instituto Nacional de Propriedade Intelectual). O registro oficial só é válido se for feito pelo INPI. Só assim para você e sua empresa ficarem salvos de plágios e cópias de marcas.
Acesse a ferramenta para fazer uma Busca Prévia Grátis da disponibilidade da sua marca no INPI. Ela vai te ajudar a dar o primeiro passo no registro do nome da sua empresa.
Outro ponto, ainda se falando de registro e que não pode ficar de fora de seu estudo, é realizar a pesquisa do domínio (link do site) na internet. Até porque, imagina criar um nome incrível, uma logo perfeita, um site super tecnológico e o domínio não estar liberado? Veja aqui uma ferramenta que te ajuda nessa busca.
Como toda startup, não podíamos andar tão na linha assim. Por isso, nossa dica bônus vai de encontro com algumas dicas anteriores e pensamentos conversadores de alguns marketeiros:
Vá contra as regras e a maré, crie um nome diferente, crie uma nova tendência, um novo mercado.
A Natura é um ótimo case nesse sentido. Quando Luis Seabra fundou a Natura em 1969, quase todos seus concorrentes adotavam nomes de origens européias, principalmente que remetesse a França.
Mas Seabra tinha outro objetivo: construir uma marca e empresa que estivesse ligada ao bem estar, à natureza, às relações humanas e à melhoria da autoestima das pessoas.
Mais de 40 anos depois, a Natura é considerada uma das 10 marcas mais valiosas do Brasil, segundo levantamento da consultoria de marcas BrandAnalytics.
Agora que você tem todas as dicas para o caminho da criação de um nome de empresa de sucesso, é só colocar a mão na massa e criar! Boa sorte!
Gustavo Mota é CEO da startup We Do Logos.
Texto originalmente publicado no site da Endeavor.
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