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5 perguntas antes de investir em um negócio que está na moda

Especialistaslistam as dicas para que empreendedores aprendam a identificar o que é realmente tendência

Paleterias (Divulgação/Los Paleteros)
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Da Redação

Publicado em 25 de abril de 2014 às 08h47.

São Paulo – Lojas especializadas em frozen yogurt, brigadeiros e paletas mexicanas. Esses são apenas alguns exemplos de negócios que chamaram a atenção de muitos empreendedores,fazendo surgir várias empresas do mesmo segmento. Na empolgação, muitos não identificam o risco de a tendência ser apenas um modismo, o que exige cuidado redobrado para se manter no mercado.

Para Cynthia Serva, coordenadora do Centro de Empreendedorismo do Insper, desbravar novos mercados, criar novos hábitos e ter um caráter inovador são algumas características presentes nas tendências de mercado.

Marcelo Sinelli, consultor do Sebrae-SP, afirma que são poucos empreendedores que realmente faturam com um "produto ou serviço- tendência ". “Se todo mundo deseja entrar no mercado porque a demanda é grande, acaba que os preços não podem ser altos e as margens de lucro, também não”, explica.

“Quando tem uma grande quantidade de empresas abrindo no mesmo segmento ao mesmo tempo, todo mundo acha que o seu negócio vai ser o mais inovador. É essencial pensar em algum diferencial”, afirma Felipe Wasserman, professor da ESPM. Veja outros cuidados apontados pelos especialistas.

1.Você tem fornecedor?

Uma empresa, independente do seu porte, não pode depender somente de um fornecedor, pois acaba ficando sem poder de negociação de preços e prazos. Wasserman explica que se você produz o seu próprio produto também é imprescindível calcular se a sua capacidade de produção é suficiente para manter o negócio.

“Se você fica nas mãos do fornecedor não existe negociação. Você pode correr riscos de encolher a margem de lucro da sua empresa e isso tem um limite”, afirma Sinelli.

2.Quem são os seus clientes?

Se o seu produto ou serviço atende somente uma pequena parcela de consumidores, é preciso cuidado para que o faturamento não seja comprometido. “Qual é o potencial de lucratividade? Tem que ficar atento a algumas questões básicas, como tamanho do mercado. Existem dados que podem ser facilmente encontrados na internet”, ensina Cynthia. “Você não pode ficar dependente de um cliente, caso contrário você pode quebrar”, diz Sinelli.


3.É fácil de copiar?

Se você teve a mesma ideia de abrir um negócio em um nicho de mercado em alta, outros empreendedores terão também. “Se qualquer um faz o que você faz, a concorrência vai ser muito grande e você não vai ser tão diferente assim. Além disso, com uma oferta muito grande, os preços cobrados tendem a cair”, explica Sinelli.

Uma maneira de se antecipar nas tendências é acompanhar os passos dos principais concorrentes. “Verificar quais ações ou insights podem ser aplicados no meu empreendimento e quais são as ameaças futuras que podem impactar também”, conta Cynthia.

4.Existe a ameaça dos substitutos?

Muitas vezes, o empreendedor aposta que o seu produto ou serviço é único. Entretanto, Sinelli afirma que ele deve se questionar se existem empresas que podem vir a fazer a mesma coisa, melhor e mais barato. “O cliente também pode buscar uma solução diferente, como os produtos substitutos. O empreendedor não pode seguir sempre com o mesmo plano que tinha feito sem se adaptar”, conta.

5.O produto agrada o consumidor brasileiro?

No caso de uma tendência inspirada do exterior, antes de investir todo o seu capital para abrir o negócio no Brasil é preciso verificar se são precisos ajustes para agradar os potenciais consumidores. “Algumas características precisam ser adaptadas e, às vezes, não dá para você copiar determinados mercados. A gente tem algumas limitações de ordem legal e econômica. Ao trazer uma ideia, você tem que explorar e entender como o público potencial aceita essa ideia”, detalha Cynthia.

“O que lá fora pode ser uma coisa muito boa, aqui pode ser uma coisa diferente e não é certeza de que dará certo”, resume Sinelli.

São Paulo – Muitos empreendedores têm o sonho de abrir o seu próprio restaurante e poder cozinhar não só para os amigos, mas também para outras pessoas. De acordo com a Associação Nacional dos Restaurantes (ANR), as vendas do setor de restaurantes em março cresceram entre 3% e 5%, em relação ao mesmo período do ano passado. Entretanto, o mercado é competitivo e a disputa por mão de obra pode render constantes dores de cabeça. Veja oito dicas de empreendedores para quem deseja abrir um restaurante ou gerenciar melhor o seu negócio.
  • 2. Ame servir

    2 /11(Divulgação/MIMO)

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    Para Fernanda Duarte, 35 anos, proprietária do MIMO, localizado no bairro Jardim Paulista, em São Paulo, não existe fórmula perfeita para gerenciar um restaurante. No comando da casa há pouco mais de um ano, ela explica que os desafios e problemas são diários e o importante é saber onde você quer chegar. “Você deve sim se preparar para trabalhar sob pressão psicológica e financeira. Seja dinâmico, aberto a ideias e criativo. Ame comer e saiba respeitar a comida, os ingredientes e seus fornecedores. Seja aquele que se satisfaz com o sorriso do cliente”, completa.
  • 3. Tenha um bom planejamento

    3 /11(Divulgação/Bruno Riffer)

  • Crie indicadores para acompanhar o desempenho de cada área e as tarefas do dia a dia. “Nós planejamos anualmente os próximos três anos e estabelecemos indicadores de resultado em praticamente todos os níveis da organização. A equipe é outro tema importante. A área exige dedicação integral, é preciso treinamento e preparação”, explica Rafael Valdívia, um dos sócios do restaurante Pobre Juan. Especializado em carnes nobres, o local foi fundado em 2004, em São Paulo.
  • 4. Não se esqueça da gestão

    4 /11(Divulgação/Obá)

    Hugo Delgado, 45 anos, um dos sócios do Obá, é mexicano e já morou nos Estados Unidos e na China. Neste ano o restaurante completa nove anos e o empreendedor afirma atuar nesse mercado não é uma tarefa fácil. “É preciso lembrar que um restaurante tem 20% de trabalho ‘sexy’, como receber clientes e degustar comidas e vinhos, e 80% de trabalho ‘maratônico’, como administrar compras, custos, equipe e normas de segurança sanitária. Não se esqueça de dedicar seu tempo, sua energia e seus pensamentos nessas duas áreas de maneira apropriada”, recomenda.
  • 5. Construa uma relação de confiança

    5 /11(Divulgação/La Casserole)

    Manter a palavra com a equipe e com os clientes é uma das dicas da Marie Henry France, 58 anos, responsável pelo restaurante La Casserole. O restaurante foi fundado pelos seus pais, em 1954, e hoje o comando é dela. “Crie uma equipe de confiança e saiba delegar responsabilidades, reconheça de alguma forma quando a equipe toma decisões adequadas e dê recompensas. Tenha um controle preciso de custos e margens assim como dos processos”, recomenda a empresária.
  • 6. Pesquise bastante

    6 /11(Divulgação/Saj)

    O avô de Paulo Abbud Filho, responsável pelo grupo Saj especializado na culinária libanesa, foi um dos proprietários do restaurante Flamingo, em São Paulo. Desde novo, ele é acostumado com o ambiente desse tipo de negócio. Filho afirma que hoje não é um ramo que permite aventuras. “Antes de iniciar o negócio é necessário conhecer o ramo que pretende empreender, pesquisar muito sobre o mercado, os concorrentes, a região e, principalmente, ter certeza de que é exatamente este o tipo de atividade que gostaria de realizar”, explica o empreendedor.
  • 7. Foque no gerenciamento das pessoas

    7 /11(Divulgação/1900 Pizzeria e Tasca da Esquina)

    Aos 15 anos, Edrey Momo começou a ajudar os pais a e avó na matriz da 1900 Pizzeria. Hoje, além da rede de pizzarias, o empresário também é sócio da Tasca da Esquina, especializado em comida portuguesa e sócio da consultoria de restaurantes AyB. Antes de tomar a decisão de abrir um restaurante, ele afirma que é preciso considerar que os dias e horários de trabalho são totalmente diferentes. “Foque nos custos e no gerenciamento das pessoas, clientes, fornecedores e funcionários”, completa.
  • 8. Pense muito bem

    8 /11(Divulgação/Bistrot de Paris)

    Pierre Murcia é do sul da França e vive em São Paulo há 15 anos. Em 2001, fundou a rede Crêpe de Paris e, em 2009, o Bistrot de Paris. Ele é enfático quando fala sobre administrar um restaurante: é muito difícil. “Dificuldade para encontrar equipe, pontos extremamente caros, margens de lucro cada vez mais reduzidas, inflação que não permite passar o aumento nos preços”, exemplifica. Para quem tem um sonho de ter o próprio restaurante ele afirma que o ideal é refletir e pensar se realmente está disposto. “Não pode pensar só no lado emocional. Cozinhar bem na casa dele é uma coisa, mas isso é muito longe da rotina do dia a dia. Tem muito problema de gestão e financeiro”, afirma Murcia.
  • 9. Tenha um diferencial

    9 /11(Divulgação/BOS BBQ)

    Ter destaque em um mercado muito grande e segmentado é uma tarefa difícil. Para Gustavo Bottino, sócio do BOS BBQ, a qualidade do produto e do atendimento é essencial e relevante. “A decoração, a música, a iluminação e o aroma que o cliente sente no restaurante. Essa experiência é importante para comunicar o que a gente faz”, explica. O empresário afirma que os desafios com marketing, finanças e gestão de recursos humanos são recorrentes.
  • 10. Conheça a concorrência

    10 /11(Divulgação/Killa)

    Antes de abrir um restaurante, o empresário Georges Hutschinski, 36 anos, do restaurante peruano Killa, recomenda que o empreendedor entenda como funciona o ramo, atue um pouco nos bastidores e busque parcerias. “É importante saber filtrar o que é relevante para seu negócio. Visite seus concorrentes, saiba o que outros estão fazendo e como o fazem, certamente sempre conseguirá ter ideias e referências interessantes. Antes de abrir o Killa fui conversar pessoalmente com meu maior concorrente, que me recebeu de braços abertos e me auxiliou muito. Hoje conto com o apoio e respeito dele”, explica Hutschinski.
  • 11. Agora, veja mais sobre empreendedorismo

    11 /11(tecnomovida/Flickr)

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