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Wal-Mart pode enfrentar megaprocesso por discriminar mulheres

Ação coletiva reuniria 1,6 milhão de atuais e ex-funcionárias da rede varejista. Presidente da empresa ameaça cortar bônus de seus executivos caso a Wal-Mart não corrija discriminação

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

Um juiz federal de São Francisco, no estado americano da Califórnia, decidiu que uma reclamação trabalhista por discriminação sexual contra o Wal-Mart apresenta os requisitos para transformar-se em uma ação coletiva que pode agregar até 1,6 milhão de atuais e ex-funcionárias de rede varejista. Caso essa conversão seja confirmada em segunda instância, informa o The Wall Street Journal desta terça-feira (22/6), será o maior processo já movido contra um empregador privado na história dos Estados Unidos.

A ação original foi movida em junho de 2001 por um grupo de seis funcionárias e ex-funcionárias da Wal-Mart, que acusam a maior empregadora dos EUA, com 1,3 milhão de pessoas em sua folha de pagamento, de negar sistematicamente às mulheres tanto remuneração igual à dos homens quanto oportunidades similares de promoção.

A decisão não afeta o mérito do caso. O juiz federal Martin J. Jenkins considerou possuir evidências, contestadas pela empresa, de que a Wal-Mart mantém práticas discriminatórias comuns a todas as três mil lojas de sua rede, o que permite a consolidação de todas os processos trabalhistas afins em uma única ação coletiva. Jenkins também autorizou as reclamantes a pedirem uma indenização por perdas e danos, além do pagamento retroativo correspondente a diferenças salariais e negativas de promoção.

A Wal-Mart tem dez dias para contestar essas decisões. Caso a segunda instância confirme a decisão do juiz Jenkins, o megaprocesso pode ser julgado ainda neste ano.

Diferenças

De acordo com as reclamantes, dois terços dos trabalhadores horistas da Wal-Mart são mulheres, enquanto pouco mais de um terço são gerentes assalariadas. Além disso, alegam ter recebido remuneração 5% a 15% menor do que a de seus colegas homens, no exercício das mesmas funções. Finalmente, afirmam que a proporção de mulheres em postos gerenciais nas vinte maiores varejistas dos EUA está 20 pontos percentuais acima da vigente na Wal-Mart. Apenas 14% da alta gerência da Wal-Mart é ocupada por mulheres.

O presidente da empresa, Lee Scott, afirmou que os bônus de seus executivos serão cortados em 7,5% este ano e 15% em 2005 caso a Wal-Mart não promova mulheres e minorias de forma equitativa. 

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