A Volkswagen do Brasil iniciará, neste mês, as exportações para o Irã de kits completos do Gol com motor 1.8 a gasolina. Os kits incluem todas as peças necessárias para a montagem do veículo. Até dezembro, a empresa planeja enviar um total de 4 mil carros desmontados para o Irã. Em 2005, a previsão é exportar 20 mil kits. Os embarques fazem parte de uma parceria anunciada nesta sexta-feira (2/7) entre a Volkswagen AG e a montadora iraniana Kerman Automotive.

O acordo prevê que a Bamco, subsidiária da Kerman, construirá, até dezembro, uma fábrica para a montagem dos kits do Gol importados do Brasil, com capacidade para 20 mil veículos por ano. Os kits incluirão o conjunto de carroceria fabricado em Taubaté, motor e câmbio da fábrica de São Bernardo do Campo, além de componentes fornecidos por empresas brasileiras.

A unidade será instalada na zona econômica especial de Arg-e-Jadid, próxima da cidade de Bam (distante 1 270 quilômetros de Teerã). Os investimentos serão realizados integralmente pela Bamco. A rede de distribuidores Modiran Pars, também subsidiária da Kerman, será responsável pela venda dos veículos no Irã. Inicialmente, o modelo será comercializado em 70 lojas.

A produção local do Gol será feita mediante um contrato de licenciamento assinado entre os alemães e a Kerman. O valor do contrato não foi revelado e inclui também receitas geradas pelo fornecimento, por parte da Volks do Brasil, de todos os equipamentos para a instalação da linha de montagem. Um grupo de 40 técnicos brasileiros embarcará neste mês para o Irã, a fim de transferir o know-how.

O mercado iraniano apresenta grande potencial de crescimento, segundo a Volks. Entre 1999 e 2003, a venda total de automóveis cresceu 147%, alcançando um recorde de 568 mil unidades. Neste ano, o Irã deverá absorver 700 mil veículos. Em pouco tempo, estima-se que a demanda superará um milhão de carros anualmente. A produção, contudo, é dominada por fabricantes locais. Desde a Revolução Islâmica, em 1979, todas as importações foram proibidas. O potencial de negócios é indicado, também, pela baixa densidade de veículos no país: 55 carros para cada 1 000 habitantes.