Volkswagen demite 800, e trabalhadores decidem por greve
A Volkswagen anunciou hoje a demissão de 800 empregados de sua fábrica em São Bernardo do Campo, o que causou a convocação de uma greve por tempo indeterminado
Da Redação
Publicado em 6 de janeiro de 2015 às 18h03.
São Paulo -A Volkswagen do Brasil anunciou nesta terça-feira a demissão de 800 empregados de sua fábrica em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, e indicou que novos cortes poderão ocorrer adiante devido ao mau momento do setor automotivo.
A decisão fez empregados da unidade, que produz os veículos Gol e Saveiro, aprovarem convocar greve por tempo indeterminado, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
A unidade empregava cerca de 13 mil trabalhadores antes dos cortes. As demissões na Volkswagen ocorrem após no final do ano passado a Mercedes-Benz, do grupo Daimler, cortar 244 funcionários de fábrica de ônibus e caminhões em São Bernardo do Campo, segundo o sindicato do ABC. "Visando estabelecer condições para um futuro sólido e sustentável para a Unidade Anchieta, tendo como base o cenário de mercado e os desafios de competitividade, a Volkswagen do Brasil anuncia que haverá o desligamento de 800 empregados em sua fábrica no ABC Paulista, após período de licença remunerada de 30 dias", informou a montadora em nota à imprensa.
O setor automotivo, importante fonte empregadora no país, foi beneficiado por reduções tributárias após a crise global de 2008/09, o que ajudou a manter as vendas de veículos no país em alta até 2012, quando o governo federal estendeu benefícios do IPI reduzido desde que as montadoras não demitissem.
Em 2013 e 2014, porém, as vendas de veículos no país amargaram queda e a expectativa é de nova redução neste ano. A associação de concessionários, Fenabrave, estimou mais cedo queda de 0,5 por cento nas vendas este ano.
Segundo a Volkswagen, as demissões representam a "primeira etapa de adequação de efetivo" e que "continua urgente a necessidade de adequação de efetivo e otimização de custos para melhorar as condições" da Unidade Anchieta.
A montadora também disse em nota que medidas paliativas adotadas desde 2013, como férias coletivas e suspensão temporária dos contratos de trabalho, não foram suficientes diante das expectativas para a indústria automotiva.
A companhia disse ainda ter proposto ao sindicato adequar o quadro de empregados através da abertura de programas de demissão voluntária e a redução de temporária de terceirizados para alocar parte do excedente de pessoal. A Volkswagen informou que a proposta foi rejeitada em assembleia em 2 de dezembro.
Além da baixa demanda interna, a Volkswagen foi obrigada a deixar de produzir a Kombi e o popular Gol G4 em 2014 diante de nova legislação de segurança que entrou em vigor e obrigou os veículos do país a terem itens como airbag e freios ABS.
A Volkswagen terminou 2014 com vendas de 576,6 mil automóveis e comerciais leves, queda de 13,5 por cento sobre 2013, recuo maior que a queda de cerca de 7 por cento sofrida pelo segmento como um todo no ano passado.
Além disso, o modelo compacto Gol, perdeu liderança no segmento de veículos de entrada para o rival Palio, da Fiat, embora por uma margem de cerca de 400 carros, e seu também compacto Up ficou em quarto, atrás do Uno, da Fiat. A montadora alemã tem um plano de investimento de 10 bilhões de reais no Brasil entre 2012 e 2018. Parte dos recursos vai para modernização de fábricas e renovação de modelos da empresa.
Taubaté
No interior de São Paulo, a fábrica da Volkswagen em Taubaté passa por negociação para redução de capacidade produtiva com eventual fechamento de terceiro turno aberto há mais de 10 anos, informou o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e região.
Segundo a entidade, a empresa negocia desde 2014 o fim do terceiro turno, que emprega cerca de 1.400 de 5 mil funcionários na unidade, que produz os modelos Up e o sedã compacto Voyage e é a única da Volkswagen no Brasil a operar com três turnos.
Reuniões até fevereiro devem acontecer entre a montadora e o sindicato, para quem fechamento de turno e demissões em massa na unidade "não estão sendo discutidas ainda" com trabalhadores do terceiro turno podendo ser realocados. Procurada, a Volkswagen preferiu não comentar a situação na unidade de Taubaté.
Em fevereiro passado, a Volkswagen anunciou investimento de 1,2 bilhão de reais em Taubaté para a produção do Up.
Além da Volkswagen, Taubaté abriga uma fábrica da Ford. A unidade da montadora norte-americana mantém cerca de 168 funcionários de um total de 2 mil em regime de suspensão de contratos de trabalho até 31 de março, informou o sindicato.
*Atualizada às 19h02 do dia 06/01/2014
São Paulo -A Volkswagen do Brasil anunciou nesta terça-feira a demissão de 800 empregados de sua fábrica em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, e indicou que novos cortes poderão ocorrer adiante devido ao mau momento do setor automotivo.
A decisão fez empregados da unidade, que produz os veículos Gol e Saveiro, aprovarem convocar greve por tempo indeterminado, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
A unidade empregava cerca de 13 mil trabalhadores antes dos cortes. As demissões na Volkswagen ocorrem após no final do ano passado a Mercedes-Benz, do grupo Daimler, cortar 244 funcionários de fábrica de ônibus e caminhões em São Bernardo do Campo, segundo o sindicato do ABC. "Visando estabelecer condições para um futuro sólido e sustentável para a Unidade Anchieta, tendo como base o cenário de mercado e os desafios de competitividade, a Volkswagen do Brasil anuncia que haverá o desligamento de 800 empregados em sua fábrica no ABC Paulista, após período de licença remunerada de 30 dias", informou a montadora em nota à imprensa.
O setor automotivo, importante fonte empregadora no país, foi beneficiado por reduções tributárias após a crise global de 2008/09, o que ajudou a manter as vendas de veículos no país em alta até 2012, quando o governo federal estendeu benefícios do IPI reduzido desde que as montadoras não demitissem.
Em 2013 e 2014, porém, as vendas de veículos no país amargaram queda e a expectativa é de nova redução neste ano. A associação de concessionários, Fenabrave, estimou mais cedo queda de 0,5 por cento nas vendas este ano.
Segundo a Volkswagen, as demissões representam a "primeira etapa de adequação de efetivo" e que "continua urgente a necessidade de adequação de efetivo e otimização de custos para melhorar as condições" da Unidade Anchieta.
A montadora também disse em nota que medidas paliativas adotadas desde 2013, como férias coletivas e suspensão temporária dos contratos de trabalho, não foram suficientes diante das expectativas para a indústria automotiva.
A companhia disse ainda ter proposto ao sindicato adequar o quadro de empregados através da abertura de programas de demissão voluntária e a redução de temporária de terceirizados para alocar parte do excedente de pessoal. A Volkswagen informou que a proposta foi rejeitada em assembleia em 2 de dezembro.
Além da baixa demanda interna, a Volkswagen foi obrigada a deixar de produzir a Kombi e o popular Gol G4 em 2014 diante de nova legislação de segurança que entrou em vigor e obrigou os veículos do país a terem itens como airbag e freios ABS.
A Volkswagen terminou 2014 com vendas de 576,6 mil automóveis e comerciais leves, queda de 13,5 por cento sobre 2013, recuo maior que a queda de cerca de 7 por cento sofrida pelo segmento como um todo no ano passado.
Além disso, o modelo compacto Gol, perdeu liderança no segmento de veículos de entrada para o rival Palio, da Fiat, embora por uma margem de cerca de 400 carros, e seu também compacto Up ficou em quarto, atrás do Uno, da Fiat. A montadora alemã tem um plano de investimento de 10 bilhões de reais no Brasil entre 2012 e 2018. Parte dos recursos vai para modernização de fábricas e renovação de modelos da empresa.
Taubaté
No interior de São Paulo, a fábrica da Volkswagen em Taubaté passa por negociação para redução de capacidade produtiva com eventual fechamento de terceiro turno aberto há mais de 10 anos, informou o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e região.
Segundo a entidade, a empresa negocia desde 2014 o fim do terceiro turno, que emprega cerca de 1.400 de 5 mil funcionários na unidade, que produz os modelos Up e o sedã compacto Voyage e é a única da Volkswagen no Brasil a operar com três turnos.
Reuniões até fevereiro devem acontecer entre a montadora e o sindicato, para quem fechamento de turno e demissões em massa na unidade "não estão sendo discutidas ainda" com trabalhadores do terceiro turno podendo ser realocados. Procurada, a Volkswagen preferiu não comentar a situação na unidade de Taubaté.
Em fevereiro passado, a Volkswagen anunciou investimento de 1,2 bilhão de reais em Taubaté para a produção do Up.
Além da Volkswagen, Taubaté abriga uma fábrica da Ford. A unidade da montadora norte-americana mantém cerca de 168 funcionários de um total de 2 mil em regime de suspensão de contratos de trabalho até 31 de março, informou o sindicato.
*Atualizada às 19h02 do dia 06/01/2014