Negócios

Vendas globais do Carrefour sobem 1,6% no segundo trimestre

Empresa atingiu 22,4 bilhões de euros com crescimento em mercados emergentes

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de julho de 2011 às 08h48.

Paris - O gigante varejista francês Carrefour, ainda sob o impacto do fracasso da proposta de fusão com o Grupo Pão de Açúcar no Brasil, defendeu hoje seu crescimento nos mercados emergentes, em meio à queda nas vendas em seu mercado doméstico e a uma esperada redução nos lucros.

As vendas da companhia no segundo trimestre deste ano aumentaram 1,6%, para 22,4 bilhões de euros, de 22,1 bilhões de euros no mesmo período do ano passado. As vendas no Brasil, o segundo maior mercado do Carrefour, saltaram 11,3%, para 3,07 bilhões de euros no segundo trimestre.

O Carrefour procurou contrastar a deterioração de seu desempenho na França, na Espanha e na Itália com o Brasil - mercado que há semanas está nos holofotes. Pierre Bouchut, diretor financeiro da empresa, disse que foi particularmente robusto o desempenho da rede de lojas pegue-e-pague Atacadão e que está "diminuindo a sangria" nos 28 hipermercados brasileiros que não tiveram bom desempenho.

O foco sobre o crescimento no Brasil busca reforçar a ideia de que o Carrefour pode seguir sozinho neste mercado em expansão. Ontem, o controvertido plano de fusão com o Grupo Pão de Açúcar, fracassou após o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) retirar seu apoio. O Casino, sócio do Pão de Açúcar, fez veemente oposição ao projeto.

Hoje, o Carrefour reconheceu o fracasso do possível acordo. "As condições necessárias para a conclusão da proposta não foram atingidas", disse Bouchut. Mas ele deixou a porta entreaberta para uma retomada do projeto se outros investidores vierem se juntar ao fundo Gama para o financiamento da fusão. "Se por alguma razão o Gama vier com uma nova proposta, nossos conselhos podem decidir se reunir novamente", afirmou.

O segundo maior varejista do mundo depois do Walmart informou que o lucro operacional do primeiro semestre vai totalizar cerca de 760 milhões de euros quando a companhia divulgar seu balanço, no mês que vem. A antecipada queda em relação ao primeiro semestre do ano passado, quando o lucro operacional foi de 989 milhões de euros, é resultado do aumento dos preços de fornecedores, em particular na França e da diminuição da participação de mercado.

"Fomos afetados por um ambiente crescentemente competitivo que se acirrou em maio e junho", disse Bouchut. Os efeitos devem se estender pelo restante do ano. Bouchut disse que o Carrefour está em desvantagem para atingir seus objetivos no ano cheio - de aumento nas vendas e no lucro operacional. A França, que representa 44% das vendas da empresa, foi um mercado punitivo para o Carrefour. As vendas no mercado francês aumentaram para 9,86 bilhões de euros, graças ao aumento no preço da gasolina, já que muitas lojas da rede de hipermercados têm postos de combustíveis.

Os esforços para reanimar sua decadente operação de hipermercado - lojas imensas que vendem desde pão a bicicletas - não parecem ter repercutido nos consumidores. Descontando-se a venda de gasolina e o impacto de uma Páscoa tardia, as vendas dos hipermercados caíram 3,3% e o Carrefour disse que perdeu participação de mercado. A companhia está no meio de um programa de 1,5 bilhão de euros para reestruturar suas lojas, iniciativa que, segundo Bouchut, será acelerada para tentar recuperar as vendas.

Porém, o Carrefour enfrenta dificuldades mesmo em alguns de seus mercados emergentes. As vendas na China ficaram praticamente estáveis. O Carrefour disse que foi prejudicado por uma nova lei chinesa que proíbe descontos em produtos não alimentícios - eletrônicos, móveis e vestuário, por exemplo. As informações são da Dow Jones.

Acompanhe tudo sobre:CarrefourComércioEmpresasEmpresas abertasEmpresas francesasFusões e AquisiçõesPaíses emergentesPão de AçúcarSupermercadosVarejoVendas

Mais de Negócios

Chinelo mordido? Nunca mais. Essa startup usa IA para adestrar os pets que causam muita confusão

A saída do último Benetton: O que esperar de uma empresa familiar quando o fundador deixa o negócio?

Defensoria gaúcha pede indenização de R$ 50 milhões à Cobasi após morte de animais em loja inundada

Com nova planta, Raízen assume protagonismo na produção de Etanol de Segunda Geração

Mais na Exame