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Vendas da Riachuelo apoiam ritmo de expansão agressivo

Segundo presidente da rede, inauguração de novas lojas mostra a confiança da empresa no crescimento das vendas neste ano

Loja da Riachuelo em São Paulo: Guararapes, controladora da Riachuelo, registrou avanço de 14,4% na receita líquida de mercadorias (André Lessa/EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de setembro de 2013 às 16h49.

São Paulo - A inauguração de novas lojas da Riachuelo mostra a confiança da empresa no crescimento das vendas neste ano, afirmou o presidente da rede, Flávio Rocha, na contramão de estimativas que pintam um cenário mais fraco para o varejo brasileiro em 2013.

Sublinhando que a companhia "vive o maior plano de expansão da sua história", Rocha disse em entrevista à Reuters que as vendas de julho e agosto foram fortes, sustentando uma expectativa de bom desempenho para o ano.

"O aumento de vendas repetirá, no mínimo, o nível de 2012", afirmou o executivo. No ano passado, a Guararapes, controladora da Riachuelo, registrou avanço de 14,4 por cento na receita líquida de mercadorias.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o volume de vendas do varejo restrito, que exclui automóveis e materiais de construção, subiu 8,4 por cento em 2012. Para este ano, a estimativa da Confederação Nacional do Comércio (CNC) é de que o percentual fique em 3,8 por cento.

Para Rocha, o modelo de negócio da Riachuelo ajudou a blindar a companhia da piora do cenário econômico, que vive um momento de alta do juro básico e inflação em patamar ainda elevado.

A Riachuelo está presente em todas as etapas da cadeia têxtil, passando pela fabricação, transporte e venda das peças, o que faz a empresa ganhar flexibilidade para alterar a oferta de produtos dependendo da resposta do consumidor, disse o executivo.

A adoção desse sistema se deu em 2008, quando as unidades da Guararapes --que nasceu como uma fábrica de roupas e só depois se lançou no varejo-- enxugaram a carteira de clientes e passaram a atender somente a Riachuelo. A inspiração veio da espanhola Zara, do grupo Inditex.

"O modelo tradicional fecha a compra de itens cerca de 60 dias antes do início das estações. Como o ciclo de produção das nossas fábricas é de 10 a 15 dias entre o pedido e a entrega, fazemos uma aposta pequena e mais direcionada para as lojas", afirmou Rocha.

Na prática, isso implica deixar de produzir as peças com pouco apelo ou que se mostram desajustadas ao clima, aumentando, por outro lado, a fabricação daquelas que viram campeãs de venda.


Concorrentes como Cia Hering e Lojas Renner sofreram com um frio mais brando que o esperado no último trimestre, numa quebra de expectativa que acabou levando as companhias a promoverem liquidações mais agressivas para limpar as prateleiras.

"Cerca de 85 por cento das nossas decisões de produção são tomadas depois do início das estações, o que nos ajuda a corrigir esse rumo", acrescentou Rocha.

Entre abril e junho, as vendas sob o critério mesmas lojas da companhia, que consideram apenas os pontos com no mínimo 12 meses de operação, cresceram 6,6 por cento na comparação anual, diante de uma queda de 1,2 por cento na rede Hering Store, e aumentos de 0,6 e de 3,7 por cento na Marisa e Renner, respectivamente.

Lojas de Destaque

Entre as inaugurações de lojas Riachuelo para os próximos meses, algumas envolvem pontos estratégicos e caros. No fim de novembro, a empresa abrirá as portas na Oscar Freire, rua tradicionalmente conhecida pelo consumo de luxo na capital paulista.

Na ocasião, lançará peças assinadas por 10 estilistas diferentes, nomes como Dudu Bertholini, da Neon, e Martha Medeiros. Até o começo de 2014, a empresa também vai inaugurar uma loja na avenida Paulista, onde ficava uma unidade do banco Itaú, e outra no shopping Eldorado.

Entre os investimentos com estrutura física e esforços de mídia com as parcerias de moda serão gastos cerca de 35 milhões de reais, disse Rocha, montante que entra no plano desenhado para a companhia até 2016.

A ideia é investir 2 bilhões de reais em quatro anos, contando com financiamento da Caixa Econômica Federal e apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para chegar a 330 lojas, ante 178 no fim do primeiro semestre.

Apesar do perfil mais "premium" dos estabelecimentos que a Riachuelo abrirá em São Paulo, Rocha afirmou que o maior avanço da rede deve se dar em cidades menores, muitas das quais estão passando com seus primeiros shoppings agora.

A estratégia, segundo o executivo, está calcada na crença de que o mercado está longe da saturação. "Foram 10 bilhões de peças vendidas no Brasil no ano passado. Nós vendemos 1,4 por cento disso. Então há muita participação de mercado para a gente conquistar."

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São Paulo - A inauguração de novas lojas da Riachuelo mostra a confiança da empresa no crescimento das vendas neste ano, afirmou o presidente da rede, Flávio Rocha, na contramão de estimativas que pintam um cenário mais fraco para o varejo brasileiro em 2013.

Sublinhando que a companhia "vive o maior plano de expansão da sua história", Rocha disse em entrevista à Reuters que as vendas de julho e agosto foram fortes, sustentando uma expectativa de bom desempenho para o ano.

"O aumento de vendas repetirá, no mínimo, o nível de 2012", afirmou o executivo. No ano passado, a Guararapes, controladora da Riachuelo, registrou avanço de 14,4 por cento na receita líquida de mercadorias.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o volume de vendas do varejo restrito, que exclui automóveis e materiais de construção, subiu 8,4 por cento em 2012. Para este ano, a estimativa da Confederação Nacional do Comércio (CNC) é de que o percentual fique em 3,8 por cento.

Para Rocha, o modelo de negócio da Riachuelo ajudou a blindar a companhia da piora do cenário econômico, que vive um momento de alta do juro básico e inflação em patamar ainda elevado.

A Riachuelo está presente em todas as etapas da cadeia têxtil, passando pela fabricação, transporte e venda das peças, o que faz a empresa ganhar flexibilidade para alterar a oferta de produtos dependendo da resposta do consumidor, disse o executivo.

A adoção desse sistema se deu em 2008, quando as unidades da Guararapes --que nasceu como uma fábrica de roupas e só depois se lançou no varejo-- enxugaram a carteira de clientes e passaram a atender somente a Riachuelo. A inspiração veio da espanhola Zara, do grupo Inditex.

"O modelo tradicional fecha a compra de itens cerca de 60 dias antes do início das estações. Como o ciclo de produção das nossas fábricas é de 10 a 15 dias entre o pedido e a entrega, fazemos uma aposta pequena e mais direcionada para as lojas", afirmou Rocha.

Na prática, isso implica deixar de produzir as peças com pouco apelo ou que se mostram desajustadas ao clima, aumentando, por outro lado, a fabricação daquelas que viram campeãs de venda.


Concorrentes como Cia Hering e Lojas Renner sofreram com um frio mais brando que o esperado no último trimestre, numa quebra de expectativa que acabou levando as companhias a promoverem liquidações mais agressivas para limpar as prateleiras.

"Cerca de 85 por cento das nossas decisões de produção são tomadas depois do início das estações, o que nos ajuda a corrigir esse rumo", acrescentou Rocha.

Entre abril e junho, as vendas sob o critério mesmas lojas da companhia, que consideram apenas os pontos com no mínimo 12 meses de operação, cresceram 6,6 por cento na comparação anual, diante de uma queda de 1,2 por cento na rede Hering Store, e aumentos de 0,6 e de 3,7 por cento na Marisa e Renner, respectivamente.

Lojas de Destaque

Entre as inaugurações de lojas Riachuelo para os próximos meses, algumas envolvem pontos estratégicos e caros. No fim de novembro, a empresa abrirá as portas na Oscar Freire, rua tradicionalmente conhecida pelo consumo de luxo na capital paulista.

Na ocasião, lançará peças assinadas por 10 estilistas diferentes, nomes como Dudu Bertholini, da Neon, e Martha Medeiros. Até o começo de 2014, a empresa também vai inaugurar uma loja na avenida Paulista, onde ficava uma unidade do banco Itaú, e outra no shopping Eldorado.

Entre os investimentos com estrutura física e esforços de mídia com as parcerias de moda serão gastos cerca de 35 milhões de reais, disse Rocha, montante que entra no plano desenhado para a companhia até 2016.

A ideia é investir 2 bilhões de reais em quatro anos, contando com financiamento da Caixa Econômica Federal e apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para chegar a 330 lojas, ante 178 no fim do primeiro semestre.

Apesar do perfil mais "premium" dos estabelecimentos que a Riachuelo abrirá em São Paulo, Rocha afirmou que o maior avanço da rede deve se dar em cidades menores, muitas das quais estão passando com seus primeiros shoppings agora.

A estratégia, segundo o executivo, está calcada na crença de que o mercado está longe da saturação. "Foram 10 bilhões de peças vendidas no Brasil no ano passado. Nós vendemos 1,4 por cento disso. Então há muita participação de mercado para a gente conquistar."

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