Vem aí a onda de balanços afetados pela greve dos caminhoneiros
Nesta segunda-feira, deve começar a ficar claro o tamanho do impacto na temporada de balanços das companhias abertas
EXAME Hoje
Publicado em 23 de julho de 2018 às 06h55.
Última atualização em 23 de julho de 2018 às 07h32.
A greve dos caminhoneiros que parou o Brasil há dois meses levou a aumento da inflação, a queda no varejo e na produção industrial, a revisão para baixo no PIB . Nesta segunda-feira, deve começar a ficar claro o tamanho do impacto na temporada de balanços das companhias abertas. Os próximos dias serão repletos de divulgação de resultados.
Nesta segunda-feira é a vez da varejista Via Varejo, dono de Ponto Frio e Casas Bahia. Na terça-feira é a vez do Grupo Pão de Açúcar e do banco Santander. Na quarta, dos varesjitas Carrefour e Hering e da mineradora Vale. Na quinta-feira, de empresas como Ambev, Localiza, Grendene, Renner, Estácio e Renner. Na sexta-feira, CVC, Embraer, Fleury, Hypermarcas e Usiminas.
Em relatório da semana passada, a XP investimentos afirma que o crescimento nos lucros das empresas deve continuar neste trimestre em relação a 2017, mas que o avanço deve ser mais fraco por conta da greve dos caminhoneiros. A XP afirma que a tendência de alta deve continuar nos próximos trimestres, mas que “a sustentabilidade depende do resultado das eleições”. Ou seja: se no segundo trimestre foi a greve que segurou os resultados, os próximos ciclos já devem trazer um impacto mais direto da corrida eleitoral.
Entre as companhias que devem ter sido mais diretamente afetadas pela greve a XP destaca a fabricante de bebidas Ambev, para quem a paralisação deve ter afetado os ganhos de volume com a Copa do Mundo. A fabricante de alimentos BRF, a locadora de automóveis Localiza e a empresa de pagamentos Cielo também foram devem apresentar balanços prejudicados pela greve dos caminhoneiros.
A Via Varejo, que divulga resultados nesta segunda-feira, deve, para a XP, apresentar receita líquida de 6,5 bilhões de reais no trimestre, ante 6,1 bilhões no mesmo período do ano passado. O lucro líquido deve ficar em 51 milhões, ante prejuízo de 45 milhões no segundo trimestre de 2017. O maior problema é a margem EBITDA, que deve cair de 5,8% para 5,4%. As vendas nas mesmas lojas devem ter subido 5,5% em 12 meses, um resultado que a XP considera “fraco em comparação com as outras empresas do setor”.
No ano, a bolsa acumula alta de 20%. Depois de cair 20% entre o início da greve e o final de junho, o índice Ibovespa voltou a se recuperar, subindo 12% nas últimas três semanas. A ver como os balanços afetarão o humor dos investidores.