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Vazamento coloca licitação da Petrobras sob suspeita

O vazamento antecipado de informações sigilosas colocou sob suspeita a licitação para a escolha das agências publicitárias da Petrobras, maior contrato de uma empresa pública no País, em torno dos R$ 250 milhões. Os nomes das três primeiras colocadas na primeira etapa da licitação, as agências Heads, Quê e Dentsu, foram publicados no site Propaganda […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h43.

O vazamento antecipado de informações sigilosas colocou sob suspeita a licitação para a escolha das agências publicitárias da Petrobras, maior contrato de uma empresa pública no País, em torno dos R$ 250 milhões. Os nomes das três primeiras colocadas na primeira etapa da licitação, as agências Heads, Quê e Dentsu, foram publicados no site Propaganda & Marketing às 11h51 de ontem, mais de duas horas antes da abertura dos envelopes com as propostas, marcada para 14 horas.

Foram 18 agências que concorreram e os melhores resultados na etapa foram da Heads (60,9 pontos), Dentsu (55,7) e Quê (54,6). As duas primeiras já têm a conta da estatal e lutam pela renovação. A japonesa Dentsu, segundo publicitários, não tem endereço no Rio, o que poderia torná-la irregular pelas exigências do edital.

Fonte da Petrobras diz que "não havia a menor possibilidade de o site ter conhecimento dos nomes das empresas vencedoras do processo antes da abertura das propostas". Isso porque os nomes ficariam desconhecidos da comissão de licitação até a abertura dos envelopes na sessão pública de ontem à tarde. As propostas são analisadas em envelopes numerados. Para alguns publicitários, isso pode indicar um jogo de cartas marcadas. Em tese, tanto a comissão técnica como as 18 agências envolvidas no processo de licitação teriam acesso à informação sobre a primeira etapa do processo de concorrência somente ontem à tarde.

"Não foi uma questão de vazamento de informação", diz um dos participantes. "Os envelopes estavam lacrados. Logo, ou o jornalista deu uma sorte enorme ao chutar com tanta precisão, ou as agências que deveriam ganhar a concorrência tinham seus números de identificação conhecidos e obtiveram as melhores notas". As agências pediram à comissão de licitação que constasse em ata que o resultado havia sido divulgado antecipadamente pela imprensa.

Na nota publicada no site não há referências às notas atingidas: "As três agências, segundo fonte do propmark que acompanha o processo de perto, foram as mais bem pontuadas na etapa técnica da licitação encerrada na última quarta-feira". A editora Referência, dona do site, informou que as agências teriam recebido da Petrobras, individualmente, as notas técnicas atingidas. Agências consultadas dizem que não conheciam sua pontuação.

"Se é verdade que isso aconteceu, é inaceitável, e a Petrobras deve sim proceder o cancelamento dessa concorrência e fazer um novo processo de licitação", diz Sergio Amado, presidente do Grupo Ogilvy no Brasil.

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