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Vamos recuperar participação sem perder rentabilidade, diz Ambev

Companhia pretende retomar espaço conquistado por concorrentes já no próximo trimestre

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

A Ambev afirmou esperar uma recuperação de sua participação no mercado nacional de cervejas já nos próximos meses, por meio de um esforço que não comprometa a rentabilidade. No primeiro trimestre de 2007, a companhia registrou a menor participação nas vendas em três anos, com uma porcentagem de 66,8% - 2,1 pontos percentuais abaixo do alcançado no mesmo período do ano passado.

"Perdemos sim participação no primeiro trimestre, metade da nossa perda foi para a Petrópolis e a outra metade para a Schincariol", afirmou o diretor-geral Luiz Fernando Edmond. De acordo com Edmond, a maior cervejaria do país deixou escapar vendas por conta do reajuste de 3% a 4% no preço das cervejas, implementado em janeiro. A demora dos concorrentes em seguir este aumento prejudicou as vendas da Ambev, o que teria causado o rombo na participação de mercado. A Petrópolis por exemplo, fechou março de 2007 responsável por 8% das vendas de cerveja do país, enquanto um ano antes detinha apenas 6% do total. "A partir de abril, com o preço tendendo a se equilibrar e a pressão de custos recaindo sobre todos, a gente deve recuperar o market share ", diz Edmond. Caso a previsão otimista da companhia não se realize, a Ambev não deve apelar para uma briga de preços, segundo o diretor-geral. "Vamos buscar as informações do mercado, atuar por região, sem destruir a rentabilidade e sem nenhum desespero, garantindo a implementação de ações de mercado da maneira mais rápida com nossa equipe de vendas".

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Assim como a perda de participação de mercado, a queda no resultado do primeiro trimestre também já era esperada pela Ambev. Nesta quinta-feira (10/5) a companhia anunciou um lucro líquido de 645,9 milhões de reais entre janeiro e março, o que representa uma retração de 1,5% sobre os 655,9 milhões conseguidos nos mesmos meses do ano passado. A Ambev justificou o recuo com a amortização referente às aquisições das cervejarias Quinsa, argentina, e Labatt, braço da companhia na América do Norte, que devem ter impacto no balanço da empresa "por pelo menos dez anos", de acordo com Edmond. Na estimativa do diretor, o lucro teria crescido acima de 15% não fosse o ágio das aquisições.

A concorrência também abalou a atuação da empresa em outros países, como Peru, Equador e Canadá, segundo o diretor-geral. Na América Latina, o embate tem sido com a SABMiller. "A SABMiller implementou no mercado uma garrafa nova e maior, com volume adicional, o que fez com que ela ganhasse participação", diz Edmond. No primeiro trimestre de 2007, a América Latina representou 20,4% da receita total da Ambev. As vendas referentes à operação da Quinsa, que atendem Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai, tiveram alta de 7,9% entre janeiro e março, chegando a um lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de 339,3 milhões de reais - alta de 93,9%. Nos outros países da América Latina servidos pela Ambev - República Dominicana, Guatemala, Equador, Peru, Venezuela, Nicarágua e El Salvador -, o Ebitda ficou negativo em 9,4 milhões de reais, frente a um prejuízo de 24,5 milhões de reais no mesmo período do ano passado. No Canadá, o cenário bastante competitivo vai levar a Ambev a analisar sua estrutura. "Talvez tenhamos gordura para eliminar no primeiro momento no Canadá, em termos de eficiência aquela operação ainda vai melhorar". A América do Norte ficou com 15,1% das vendas da Ambev no primeiro trimestre, somando um Ebitda de 208,9 milhões de reais, 3,9% acima da cifra alcançada no ano passado.

Refrigerantes

A Ambev também destacou o desempenho do H20H!, produto lançado no fim do ano passado que já conquistou a liderança de seu mercado em São Paulo com participação de 29,8%, de acordo com Edmond. A grande demanda pelo refrigerante é uma das razões que motivaram a Ambev a comprar a cervejaria Cintra, já que a aquisição permitirá a ampliação da capacidade produtiva. De acordo com Edmond, a Ambev deve aproveitar a Cintra na produção de refrigerantes já a partir do primeiro semestre deste ano. Até o terceiro trimestre, a companhia iniciará a produção de cervejas nas instalações da Cintra, o que demorará mais por conta de adaptações para o padrão operacional da Ambev.

Além disso, a companhia estuda a instalação de uma fábrica na região Norte, mas ainda não há local definido para o projeto. "Aparentemente o Norte é uma região onde teremos que fazer investimentos, algo para fim de 2007, começo de 2008", diz Edmond.

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