Agnelli: dúvidas sobre sua permanência em um eventual governo Dilma (Germano Lüders/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 26 de outubro de 2010 às 16h29.
São Paulo - A Vale divulgou, nesta terça-feira (26/10), um comunicado à imprensa em que nega que o conselho de administração esteja discutindo a saída de seu presidente executivo, Roger Agnelli.
Em uma curta nota, a Vale afirma que “as especulações na imprensa, que atribuem a ‘fontes do conselho de administração’ informações neste sentido, não retratam a posição dos acionistas controladores da empresa.”
À medida que a eleição presidencial se aproxima e, com elas, crescem as chances de a candidata petista Dilma Rousseff vencê-la, aumentam os rumores de que uma ala do PT deseja substituir Agnelli por um nome “mais político”.
Desgaste
Agnelli, que já foi bastante próximo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, teria descontentado o governo desde a eclosão da crise mundial no final de 2008. Entre as medidas que irritaram Lula, estão o plano de demissão anunciado pelo executivo na época, com o objetivo de cortar custos, e a encomenda de supercargueiros a estaleiros chineses. Nas duas ocasiões, Lula manifestou publicamente seu descontentamento com Agnelli.
Agnelli teria, inclusive, enviado recados a interlocutores de Dilma para manifestar seu interesse de permanecer no cargo. Em 15 de setembro, o executivo reuniu-se com Lula no Palácio do Planalto. Na ocasião, nem o governo, nem a companhia informaram o teor da conversa.
Na última semana, Agnelli chegou a declarar que o cargo de presidente da Vale pertence ao conselho de administração. “Se os acionistas da Vale desejarem mudanças, eles vão mudar. É natural”, disse durante uma entrevista coletiva na Bolsa de Nova York, onde se comemorava o Vale’s Day.
Privatizada em maio de 1997, a Vale tem seu controle concentrado na Valepar, que detém 52,70% das ações ordinárias da mineradora. Já a Valepar é um veículo de investimento cujo controle é dividido pela Bradespar - o braço de participações do Bradesco -, e fundos de pensão de empresas estatais, como a Previ, dos funcionários do Banco do Brasil.