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Vale investe no Canadá para limpar imagem negativa, diz FT

Para o Financial Times, Vale faz um “esforço" para "melhorar" sua imagem pública no Canadá

Mina da Vale: empresa quer melhor sua imagem no canadá (KIKOO FERRITE/EXAME)

Mina da Vale: empresa quer melhor sua imagem no canadá (KIKOO FERRITE/EXAME)

Diogo Max

Diogo Max

Publicado em 18 de novembro de 2010 às 08h57.

São Paulo - Os 9,78 bilhões de dólares que a Vale deve investir  no Canadá chamaram a atenção da imprensa internacional. Não só pelo número do dinheiro empregado, mas também pela estratégia da empresa: a de querer limpar sua imagem manchada no exterior  

Para o Financial Times, que publicou nesta quinta-feira uma reportagem sobre o investimento da Vale, a atitude da empresa é classificada como um “esforço para melhorar sua imagem pública”, em meio “à crescente desconfiança” dos investidores estrangeiros.  

O jornal inglês lembra que a Vale se tornou a maior empresa de mineração no Canadá há quatro anos, depois que comprou a canadense Inco, produtora de níquel. E, logo após a aquisição, surgiram os problemas para imagem da empresa. 

“Uma série de altos gerentes e engenheiros canadenses, além de empregados operacionais, deixaram a empresa nos meses seguintes à aquisição”, diz o Financial Times, dando a entender que a estratégia tomada pelos brasileiros foi ruim para a imagem da Vale no país.  

Mas o duro golpe na imagem da Vale, recorda o Financial Times, foi a greve que durou mais de um ano e que paralisou as atividades em uma mina na província de Ontário. A greve envolveu 3 mil trabalhadores e ainda 200 estão em greve na mina de Voisey's Bay, na província de Labrador.

Polêmica com a BHP

O anúncio da Vale, no entanto, cai no meio da polêmica recusa da empresa de fertilizantes Potash à oferta hostil da BHP Billiton. O governo canadense bloqueou a compra da empresa por 38,6 bilhões de dólares, o que gerou desconfianças sobre novas aquisições em território canadense.

Para o americano Wall Street Journal, os investimentos da Vale se juntam à oferta feita ontem pelo grupo EBX, do bilionário Eike Batista, por uma outra empresa canadense e mostram que os minas daquele país ainda são “atrativas” para os empresários brasileiros.  

“Os anúncios da Vale e da EBX mostram o quão atraentes são as empresas de recursos minerais do Canadá, apesar da rejeição do governo pela oferta da BHP de 38,6 bilhões dólares pela  Potash”, diz o Wall Street Journal. 

Grupo EBX fez uma oferta para comprar Ventana Gold Corp, que possui um depósito de ouro na Colômbia, por 1,2 bilhão de dólares canadenses. 

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