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Vale cria sistema para reaproveitar minério de ferro

Com uma nova tecnologia, a empresa estima elevar a produção anual em 2 milhões de toneladas apenas com o reaproveitamento do minério de ferro que era desperdiçado

Extração do minério de ferro em Carajás, no Pará (.)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.

Rio - Em época de preços elevados e demanda aquecida, a Vale encontrou uma solução para aproveitar o minério de ferro que antes era desperdiçado ao longo do processo de mineração. Com uma nova tecnologia, a empresa conseguirá elevar a produção anual em 2 milhões de toneladas apenas com o reaproveitamento do insumo depositado na barragem de Geladinho, em Carajás, no Pará.

Para colocar em operação o novo sistema, que funciona na prática como uma segunda lavra do minério, a Vale gastou R$ 6,5 milhões em Geladinho. A barragem, construída pela empresa para conter a expansão de resíduos gerados durante o processo de produção do minério, tem atualmente reservas de 15 milhões de toneladas de minério de ferro de alta qualidade. "Tem teor de 65,7% de ferro. É um padrão comercial", ressalta o engenheiro de processos da Vale, José Ancelmo Campos. O teor do minério top de Carajás é de 67% de ferro.

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Atualmente, a companhia produz cerca de 300 milhões de toneladas por ano, mas tem planos de ampliar a capacidade para 450 milhões de toneladas até 2014. Segundo Campos, o novo modelo vai contribuir para a meta, aumentando a produtividade. O engenheiro destaca ainda que a tecnologia desenvolvida vai permitir aumentar em oito anos a vida útil da barragem de Geladinho, que já atingiu seu ponto de saturação. A intenção é levar esse modelo para todas as barragens. A da Mina de Manganês do Azul, também no Pará, já conseguiu recuperar 300 mil toneladas do insumo e tem reservas de 4,5 milhões de toneladas.

Mas os olhares do grupo estão voltados principalmente para a barragem de Gelado, que também fica localizada na região de Carajás, no Pará. As reservas já mapeadas dão conta de que a barragem tem acumulados mais de 40 milhões de toneladas de minério de ferro. Campos aponta como outra vantagem o fato de o minério recuperado na barragem ter um custo de produção 40% menor do que o normal.

"O processo é mais simples. O minério já está com qualidade definida e não precisa passar por uma purificação, que necessita de equipamentos de custo operacional mais elevado", explicou. "A importância do projeto é que estamos desassoreando o reservatório e aumentando a capacidade de vida útil da barragem. Estamos recuperando um minério para comercialização, um minério que estava lá sem destinação."

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