Usiminas anuncia reativação do alto forno 1 da Usina de Ipatinga
Equipamento estava desligado desde 2015, devido à queda na demanda por aços planos no mercado brasileiro
Reuters
Publicado em 17 de abril de 2018 às 11h14.
Última atualização em 17 de abril de 2018 às 11h15.
Ipatinga, Minas Gerais - A Usiminas anunciou nesta terça-feira a reativação do alto forno 1 da Usina de Ipatinga, em Minas Gerais, que estava desligado desde 2015, devido à queda na demanda por aços planos no mercado brasileiro.
Com a recuperação do consumo de aço, puxada em grande parte pelo setor de veículos, que interrompeu no ano passado sequência de quatro anos de queda nas vendas no país e projeta crescimento para 2018, a Usiminas decidiu reativar o equipamento.
O alto forno 1 tem capacidade para 650 mil toneladas anuais de ferro gusa e faz parte de um complexo siderúrgico que tem outros dois alto fornos, numa capacidade anual total de 3,65 milhões de toneladas.
Com a reativação do equipamento de 80 metros de altura, a Usina de Ipatinga volta a operar com carga completa de gusa e placas, reduzindo a exposição da empresa à compra de placas de terceiros.
"Já estamos em processo de construção de um novo planejamento estratégico para os próximos cinco anos...A reativação do alto forno é mais um indicativo da curva ascendente de recuperação da empresa", disse o presidente da Usiminas, Sergio Leite, em comunicado.
Segundo a Usiminas, o alto forno 1 ficou em reforma durante nove meses antes de ser religado, trabalho que consumiu 80 milhões de reais em investimentos. A decisão de religamento foi tomada em maio do ano passado.
O alto forno 1 está em operação desde 1962 e já produziu mais de 29,5 milhões de toneladas de ferro gusa.
A Usiminas produziu no ano passado 3 milhões de toneladas de aço bruto, queda de 4 por cento na comparação anual. Além do complexo em Ipatinga, a empresa possui uma usina em Cubatão (SP) que desde o início de 2016 teve sua produção de aço bruto paralisada diante dos efeitos da recessão brasileira sobre o consumo de aço no país.
No total, a capacidade de produção da companhia é de 9,5 milhões de toneladas anuais, a maior de aços planos do país.
Em fevereiro, o vice-presidente financeiro da Usiminas, Ronald Seckelmann, afirmou que a empresa prevê investir este ano 500 milhões de reais, mais do que o dobro do aplicado em 2017.
A produção de veículos do Brasil subiu quase 15 por cento no primeiro trimestre, para 267,5 mil unidades, e a previsão das montadoras para todo 2018 é de crescimento de 13 por cento, para 3,05 milhões de veículos.
Também de olho no potencial aumento de demanda por aço plano no Brasil este ano, a CSN rival da Usiminas planeja uma reforma em alto forno de sua usina em Volta Redonda (RJ) em setembro, que ampliará a capacidade do equipamento em 15 por cento, ou 400 mil toneladas adicionais de placas por ano.