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Temos de virar a página sobre investigações nos EUA, diz Embraer

Na semana passada, a empresa aérea admitiu que funcionários pagaram propina em troca de contratos

Embraer: a empresa anunciou que pagará US$ 206 milhões em punições impostas por autoridades do Brasil e dos Estados Unidos (Porneczi/Bloomberg)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 31 de outubro de 2016 às 15h54.

São Paulo - O diretor-presidente da Embraer , Paulo Cesar de Souza e Silva, afirmou nesta segunda-feira, 31, que a companhia deve "virar a página" das investigações sobre as alegações de não conformidade com o U.S. Foreign Corrupt Practices Act (FCPA), e que, passado o episódio, deve "olhar para frente".

Na semana passada, a empresa aérea admitiu que funcionários pagaram propina em troca de contratos e anunciou que pagará US$ 206 milhões em punições impostas por autoridades do Brasil e dos Estados Unidos.

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"Esse é um caso 'high profile' para nós. A companhia cometeu esse erro e é responsável", disse Silva, durante teleconferência para comentar os resultados da empresa no terceiro trimestre. "Mas temos que virar a página e olhar para frente."

Uma das iniciativas nesse sentido é o plano de redução de custos em andamento, que visa a diminuição anual de custos recorrentes em US$ 200 milhões, destacou o executivo.

Deste montante, entre US$ 130 e US$ 140 milhões dizem respeito a ajustes em despesas trabalhistas, e entre US$ 60 e US$ 70 milhões referem-se a despesas com viagens e outros gastos gerais e administrativos.

Quanto à execução do projeto, a companhia informa que o plano de demissões voluntárias (PDV) lançado nos últimos meses teve adesão de quase 1.600 empregados e já é responsável por uma economia recorrente na faixa de US$ 110 milhões a US$ 120 milhões por ano.

A Embraer ainda afirma que as reduções de custos têm como objetivo ofuscar eventuais dificuldades ligadas à variação cambial ou a uma maior inflação no Brasil, e que, em 2017, os orçamentos de todas as áreas serão reduzidos.

Oportunidades

No curto e médio prazo, a Embraer pretende capturar novas oportunidades para a geração de receita, sobretudo no setor de serviços.

"Vemos muitas oportunidades para maior desenvolvimento nessa área", disse Silva. "Serviços providenciam receitas recorrentes e com margens ligeiramente melhores que os segmentos de aeronaves."

Na mesma teleconferência, o vice-presidente executivo Financeiro e Relações com Investidores da Embraer, José Antonio de Almeida Filippo, disse que a empresa também tem verificado um interesse crescente nos Super Tucanos, além de oportunidades para os E-Jets nos Estados Unidos e na Ásia e novos mercados para as aeronaves Legacy 450 e 500.

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