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Telefônica diz estar "tranquila" sobre investigação de uso de dados

Investigação aberta pelo MP apura a suspeita de uso indevido de dados pessoais de 73 milhões de clientes da operadora para fins de publicidade

Telefônica: empresa não planeja mudanças nos modelos atuais de prestação de serviços, a não ser que haja recomendações de melhores práticas pelos órgãos competentes (Orlando Sierra/AFP)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de abril de 2018 às 15h34.

São Paulo - O diretor executivo da Telefônica Brasil, Eduardo Navarro, afirmou que a companhia "está tranquila" em relação à investigação aberta neste mês pelo Ministério Público (MP) do Distrito Federal, que apura a suspeita de uso indevido de dados pessoais de 73 milhões de clientes da operadora para fins de publicidade.

"Estamos muito tranquilos em relação a essa assunto", disse Navarro, em entrevista coletiva a jornalistas no dia em que a empresa divulgou resultados do primeiro trimestre de 2018. "Compartilhamos a preocupação de que os dados de clientes devem ser preservados. Não passamos dados de clientes a terceiros", reforçou.

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Navarro contou que representantes da empresa já se reuniram com membros da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e do Ministério Público para dar mais explicações sobre o caso.

A princípio, a Telefônica Brasil não planeja mudanças nos modelos atuais de prestação de serviços, a não ser que haja recomendações de melhores práticas pelos órgãos competentes. "Estamos confiantes de que, na essência, não estamos ferindo ou atacando nenhuma posição dos consumidores", explicou.

Segundo o MP, o foco da investigação é o Vivo Ads, plataforma de marketing pela qual os dados pessoais dos clientes seriam compartilhados pela operadora com os anunciantes. Entretanto, Navarro negou que a plataforma compartilhe informações pessoais com terceiros.

"Usamos dados demográficos dos clientes, como por exemplo idade, sexo, etc, para saber se a esse cliente pode interessar um comercial da Volkswagen. Mas não entramos em nenhuma informação que possa motivar qualquer comportamento de viés religioso, político... . Estamos longe disso e não queremos estar próximos disso. Nenhum dado de cliente da Telefônica sai para nenhum anunciante ou agência", explicou Navarro.

TAC

A Telefônica Brasil mantém a sua posição favorável à conclusão do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) em negociação com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para a troca de multas por investimentos.

"Mantemos a posição de que TAC é instrumento válido. Seria uma pena para o País perder essa oportunidade", afirmou Navarro.

O conselho diretor da Anatel estará reunido nesta quarta-feira - sem a presença de representantes da empresa - para deliberar sobre o TAC. O acordo original previa a troca de multas de R$ 3,2 bilhões por investimentos de R$ 5,4 bilhões na rede, para expansão da internet de alta velocidade nas periferias de grandes cidades brasileiras.

Desde o início das negociações, porém, o projeto foi cercado de polêmica, pois alguns dos principais concorrentes, entre eles Claro e TIM, além de pequenos provedores e fornecedores, se uniram publicamente contra a proposta. O principal projeto previa a instalação de rede de fibra ótica em 105 municípios, dos quais 104 já contavam com atuação de empresas do setor.

Após a onda de discordâncias, a Telefônica chegou a sugerir à Anatel que o TAC fosse "menos ambicioso", segundo palavras de Navarro, indicando a redução dos valores da multa a serem convertidos em investimentos.

"Falamos em fazer um TAC mais limitado. Manifestamos que, talvez, poderíamos fazer um TAC menos ambicioso (em termos de valores). Não é um novo TAC. É o mesmo, só que menos ambicioso em termos de valores", explicou o executivo. "Mas não houve proposta formal nossa à Anatel, a não ser o pedido para continuidade da discussão do assunto. Não há novidade da nossa parte", acrescentou.

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