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Suzano venderá ativos para reduzir alavancagem

Alta do dólar fez a dívida da empresa disparar; balanço também mostrou prejuízo

Viveiro da Suzano: empresa deve vender ativos por causa da dívida (Lia Lubambo/EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 4 de janeiro de 2012 às 15h43.

São Paulo - Após registrar prejuízo e forte crescimento na dívida por conta da variação cambial, a Suzano Papel e Celulose garante que sua solidez financeira continua "excelente".

Entretanto, a companhia deve lançar mão da venda de ativos --como os 17 por cento de participação no complexo hidrelétrico de Amador Aguiar (MG)-- para reduzir a dívida, segundo o presidente, Antonio Maciel Neto.

"Se o dólar ficasse em 1,70 real no terceiro trimestre já estaríamos com resultado neutro", afirmou o executivo a jornalistas nesta sexta-feira.

Maciel lembrou ainda que o prejuízo da companhia é apenas contábil e não possui efeito-caixa, ou seja, a Suzano não terá que desembolsar o valor referente à variação cambial negativa.

"A Suzano não tem nenhum problema de curto prazo... temos um horizonte de liquidez de 28 meses", disse ele. Isso significa que a companhia teria esse tempo para honrar compromissos financeiros sem acessar o mercado.

"A Suzano não contrata derivativos exóticos. O hedge é para o fluxo de caixa." Em 30 de setembro, a Suzano registrava dívida líquida de 5,291 bilhões de reais, crescimento de 37,4 por cento em relação ao mesmo período do ano passado e de 26,1 por cento ante o segundo trimestre, por conta da variação cambial, visto que cerca de 50 por cento da dívida da empresa é em moeda estrangeira.

A relação entre dívida líquida e Ebitda, por sua vez, ficou em 4,2 vezes, acima da meta da própria companhia de 3,5 vezes.

Segundo o cronograma de amortização, a Suzano, mesmo com a maioria da sua dívida vencendo no longo prazo, tem um grande montante a vencer no final de 2012 e em 2013.

"O aumento forte mesmo vai acontecer em 2013. Vamos ter colocado todo o investimento (na fábrica do Maranhão) e ainda não teremos receita", disse Maciel, ponderando que, no final de 2013, quando a unidade que produzirá 1,5 milhão de toneladas de celulose por ano começar a operar, "a dívida vai cair violentamente." A Suzano fechou o terceiro trimestre com prejuízo líquido de 425,5 milhões de reais, contra lucro de 272,85 milhões de reais no mesmo período de 2011. O resultado ficou pouco abaixo da média de quatro analistas consultados pela Reuters, que apontava perda de 458,8 milhões de reais.


Capim branco

A Suzano deve decidir até dezembro sobre a venda da participação que detém no complexo hidrelétrico de Amador Aguiar, ou Capim Branco, como forma de reduzir sua alavancagem.

A produtora de papel e celulose possui 17 por cento no empreendimento, o que corresponde a 51 megawatts (MW) médios de energia assegurada.

"A Suzano usa entre 40 e 50 MW para rodar suas máquinas. Essa usina faz um hedge perfeito", afirmou.

Maciel explicou ainda que a unidade de Imperatriz (MA), cujo início das operações está previsto para 2013, produzirá 100 MW de energia, por meio de cogeração, o que resultaria em um excedente de energia. Entre a possível venda da participação e o início da entrada em operação da fábrica no Maranhão, a Suzano teria então que adquirir energia no mercado.

As duas usinas do complexo de Amador Aguiar, com 450 MW, têm também como sócios Vale, Cemig e Grupo Votorantim. "Os sócios têm direito de preferência", disse Maciel, sem divulgar o valor que poderia ser obtido com a venda da participação.

No início de 2012, a companhia deve decidir também sobre a possível entrada de sócios no capital da Suzano Energia Renovável e sobre a venda de terrenos que a empresa possui no Estado de São Paulo, em uma região próxima ao município de Ribeirão Preto.

Além disso, ao longo de 2012 a empresa decidirá acerca da eventual entrada de um sócio minoritário nos projetos de expansão em celulose, que consiste na fábrica maranhense, uma no Piauí e outra em local ainda não definido.

Maciel explicou que a companhia pode adotar uma estratégia de vendas antecipadas de celulose a algum cliente ou a venda de participação no projeto, o que traria um sócio minoritário para a empresa.

"Temos condições de fazer esse projeto sem vender nada, mas a relação da dívida subiria muito. E, com uma crise grande, o risco aumentaria muito", acrescentou Maciel.

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São Paulo - Após registrar prejuízo e forte crescimento na dívida por conta da variação cambial, a Suzano Papel e Celulose garante que sua solidez financeira continua "excelente".

Entretanto, a companhia deve lançar mão da venda de ativos --como os 17 por cento de participação no complexo hidrelétrico de Amador Aguiar (MG)-- para reduzir a dívida, segundo o presidente, Antonio Maciel Neto.

"Se o dólar ficasse em 1,70 real no terceiro trimestre já estaríamos com resultado neutro", afirmou o executivo a jornalistas nesta sexta-feira.

Maciel lembrou ainda que o prejuízo da companhia é apenas contábil e não possui efeito-caixa, ou seja, a Suzano não terá que desembolsar o valor referente à variação cambial negativa.

"A Suzano não tem nenhum problema de curto prazo... temos um horizonte de liquidez de 28 meses", disse ele. Isso significa que a companhia teria esse tempo para honrar compromissos financeiros sem acessar o mercado.

"A Suzano não contrata derivativos exóticos. O hedge é para o fluxo de caixa." Em 30 de setembro, a Suzano registrava dívida líquida de 5,291 bilhões de reais, crescimento de 37,4 por cento em relação ao mesmo período do ano passado e de 26,1 por cento ante o segundo trimestre, por conta da variação cambial, visto que cerca de 50 por cento da dívida da empresa é em moeda estrangeira.

A relação entre dívida líquida e Ebitda, por sua vez, ficou em 4,2 vezes, acima da meta da própria companhia de 3,5 vezes.

Segundo o cronograma de amortização, a Suzano, mesmo com a maioria da sua dívida vencendo no longo prazo, tem um grande montante a vencer no final de 2012 e em 2013.

"O aumento forte mesmo vai acontecer em 2013. Vamos ter colocado todo o investimento (na fábrica do Maranhão) e ainda não teremos receita", disse Maciel, ponderando que, no final de 2013, quando a unidade que produzirá 1,5 milhão de toneladas de celulose por ano começar a operar, "a dívida vai cair violentamente." A Suzano fechou o terceiro trimestre com prejuízo líquido de 425,5 milhões de reais, contra lucro de 272,85 milhões de reais no mesmo período de 2011. O resultado ficou pouco abaixo da média de quatro analistas consultados pela Reuters, que apontava perda de 458,8 milhões de reais.


Capim branco

A Suzano deve decidir até dezembro sobre a venda da participação que detém no complexo hidrelétrico de Amador Aguiar, ou Capim Branco, como forma de reduzir sua alavancagem.

A produtora de papel e celulose possui 17 por cento no empreendimento, o que corresponde a 51 megawatts (MW) médios de energia assegurada.

"A Suzano usa entre 40 e 50 MW para rodar suas máquinas. Essa usina faz um hedge perfeito", afirmou.

Maciel explicou ainda que a unidade de Imperatriz (MA), cujo início das operações está previsto para 2013, produzirá 100 MW de energia, por meio de cogeração, o que resultaria em um excedente de energia. Entre a possível venda da participação e o início da entrada em operação da fábrica no Maranhão, a Suzano teria então que adquirir energia no mercado.

As duas usinas do complexo de Amador Aguiar, com 450 MW, têm também como sócios Vale, Cemig e Grupo Votorantim. "Os sócios têm direito de preferência", disse Maciel, sem divulgar o valor que poderia ser obtido com a venda da participação.

No início de 2012, a companhia deve decidir também sobre a possível entrada de sócios no capital da Suzano Energia Renovável e sobre a venda de terrenos que a empresa possui no Estado de São Paulo, em uma região próxima ao município de Ribeirão Preto.

Além disso, ao longo de 2012 a empresa decidirá acerca da eventual entrada de um sócio minoritário nos projetos de expansão em celulose, que consiste na fábrica maranhense, uma no Piauí e outra em local ainda não definido.

Maciel explicou que a companhia pode adotar uma estratégia de vendas antecipadas de celulose a algum cliente ou a venda de participação no projeto, o que traria um sócio minoritário para a empresa.

"Temos condições de fazer esse projeto sem vender nada, mas a relação da dívida subiria muito. E, com uma crise grande, o risco aumentaria muito", acrescentou Maciel.

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