Suzano vai avaliar incorporação de caminhões após tabela de frete
Segundo a companhia, a greve dos caminhoneiros no final de maio impactou 105 mil toneladas de sua produção, das quais 25 mil toneladas de papel
Reuters
Publicado em 9 de agosto de 2018 às 15h39.
Última atualização em 9 de agosto de 2018 às 17h40.
São Paulo - A Suzano Papel e Celulose vai aguardar posicionamento do Supremo Tribunal Federal sobre a legalidade da aprovação pelo governo de Michel Temer da tabela de fretes, e analisa alternativas para lidar com consequentes aumentos no custo de transporte de insumos e produtos a clientes, incluindo a incorporação de caminhões em frota da companhia.
"Obviamente, a nossa visão é que fretes não deveriam ter uma tabela, deveriam ter um processo liberado de preços. Não entendemos que qualquer processo de definição de preços pelo governo ou qualquer outra entidade seja adequado...Vamos avaliar incorporação de caminhões", disse o presidente-executivo da Suzano, Walter Schalka, em teleconferência com jornalistas nesta quinta-feira
Ele explicou que a tabela se aplica a operações em que o caminhão e a carreta pertencem ao caminhoneiro ou à transportadora . "Não é o nosso caso, em muitas de nossas operações nós temos carretas próprias e isso não está predeterminado (na lei)", disse Schalka.
Questionado se a Suzano teria interesse em deter controle sobre os caminhões, além das carretas, o executivo respondeu que "não dá para excluir esta alternativa" e que a Suzano vai analisar todas as possibilidades.
"Entendemos que deve haver um processo de decisão judicial e vamos aguardar a decisão para definirmos qual nossa política", disse o executivo.
A lei que institui a tabela de fretes foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira, após sanção do presidente Michel Temer .
Segundo a companhia, a greve dos caminhoneiros no final de maio impactou 105 mil toneladas de sua produção, das quais 25 mil toneladas de papel, que foi alvo de anúncio de elevação de preços entre 9 e 14 por cento pela empresa no país em julho.
Questionado sobre possibilidade de reajustes nos preços da celulose , o diretor da área, Carlos Aníbal, afirmou que o mercado global segue "balanceado", com a oferta sendo reprimida por eventos não planejados, como a greve dos caminhoneiros, e a demanda em todos os mercados em elevação.
A Suzano divulgou mais cedo prejuízo de 1,85 bilhão de reais para o segundo trimestre, que foi impactado por efeitos cambiais decorrentes do financiamento para o pagamento da incorporação da rival maior Fibria.
As ações da companhia fecharam em alta de 0,76 por cento, a 44 reais, enquanto o Ibovespa recuou 0,48 por cento.