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Suzano minimiza risco de compra da Fibria não ser aprovada

O presidente da empresa afirmou que a companhia continuará sujeita às forças de oferta e demanda que levaram à "grave volatilidade" nos preços da celulose

Suzano: a participação de mercado da Suzano seguirá baixa se consideradas as fibras de diversas origens (Ricardo Teles/Divulgação)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 16 de março de 2018 às 19h01.

São Paulo - O presidente da Suzano , Walter Schalka, procurou minimizar a possibilidade de que a aquisição da Fibria , anunciada nesta sexta-feira, 16, venha a enfrentar restrições de órgãos antitrustres, como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica ( Cade ).

Ao tentar afastar a ideia de que a combinação das empresas poderá fortalecer o poder de influência do grupo na dinâmica internacional de preços, o executivo afirmou que a companhia continuará sujeita às forças de oferta e demanda que levaram à "grave volatilidade" nos preços internacionais da celulose nos últimos anos.

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Também pontuou que a participação de mercado da Suzano seguirá baixa se consideradas as fibras de diversas origens e assinalou que a empresa enfrenta grandes competidores nos mercados chinês, europeu e americano, de forma que espera concluir a operação sem ter que vender um ativo sequer.

"Não entendemos que seja necessário vender ativos para aprovação. Vendemos commodities que múltiplos players fabricam em condição adequada", declarou Schalka na entrevista coletiva de apresentação do negócio.

Se não for obrigada a alienar operações por órgãos de defesa da concorrência, a companhia resultante do casamento entre Suzano e Fibria será responsável por quase28% da oferta global de celulose de fibra curta, conforme levantamento da consultoria Risi.

Esse porcentual considera, contudo, a capacidade de produção de celulose em suas diversas origens, não somente eucalipto. Se considerado apenas o mercado de celulose de eucalipto, um produto mais barato, a fatia combinada das duas produtoras chega a 50%.

Se não há, por um lado, intenção de vender ativos ou reduzir investimentos já programados, Schalka informou, por outro, que novos projetos de expansão de capacidade estão hoje descartados porque a prioridade será reduzir a dívida da nova empresa a um múltiplo inferior a três vezes sua geração de caixa em dois ou três anos.

A empresa fechou o exercício de 2017 com uma alavancagem inferior,de 2,1 vezes, mas a incorporação da Fibria trará junto uma dívida adicional de R$ 29 bilhões.

Essa carga será, no entanto, compensada e não permitirá que o múltiplo supere 3,5 vezes, mesmo em cenários de estresse, porque a operação também traz consigo toda a geração de caixa da Fibria. Fora isso, a expectativa é que os ganhos de sinergia, da ordem de R$ 8 bilhões a R$ 10 bilhões, sejam alcançados num prazo de dois a três anos.

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