Negócios

Steve Jobs era mais dono da Disney do que da Apple, quando morreu

Participação do empresário na companhia que ele ajudou a fundar não chegava a 1%; já na Disney, ele era o maior acionista individual

Jobs: além da Apple, empresário também tinha participação na Disney (Peter Macdiarmid/Getty Images)

Jobs: além da Apple, empresário também tinha participação na Disney (Peter Macdiarmid/Getty Images)

Daniela Barbosa

Daniela Barbosa

Publicado em 11 de outubro de 2011 às 07h12.

São Paulo – Não há dúvidas de que o maior legado deixado por Steve Jobs foi a criação da Apple. O empresário genial será eternamente lembrado por ajudar a fundar uma das maiores empresas de tecnologia do mundo e a revolucionar o setor de computadores e aparelhos celular.

O curioso, no entanto, é que Jobs morreu sendo mais dono da Disney (sim, a companhia do Mickey Mouse) do que da empresa que inventou.  Na Apple, Jobs tinha apenas 0,6% de participação, segundo informações enviadas às autoridades de mercado dos Estados Unidos. Já na Disney, o empresário era o maior acionista individual da companhia, com 7% das ações.

Na prática, Jobs devia mais de sua fortuna à Disney que à Apple. Segundo o serviço de informações financeiras Thomson Reuters, o valor de mercado da Apple é de cerca de 343 bilhões de dólares – o que conferiria a Jobs aproximadamente 2 bilhões de dólares. Já a Disney vale apenas 16% da empresa de tecnologia na bolsa, ou 59 bilhões de dólares. De qualquer modo, com 7% das ações, sua fatia sairia por 4 bilhões de dólares.

Jobs fundou a Apple com a ajuda de Steve Wozniak e Ronald Wayne. Mais tarde, Mike Markkula Junior entrou na sociedade e foi o primeiro a investir dinheiro de fato na companhia. Na ocasião, Wayne se desfez de sua participação.

A diluição das ações do empresário e dos demais sócios da companhia aconteceu de duas formas diferentes: antes mesmo do IPO, a Apple distribuía ações aos funcionários como forma de retê-los na empresa; o outro modo foi a venda de participação a fundos de investimentos.

A Apple abriu capital em 1980 e logo na sua estreia na bolsa, as ações valorizaram 107%. Cinco anos mais tarde, Jobs se afastou dos negócios da empresa devido a conflitos pessoais com os demais sócios da empresa. Foi nesta época que o executivo comprou o grupo Graphics, que mais tarde se tornou o estúdio Pixar. Jobs só retornou a Apple, como CEO, em meados da década de 90.

O chefe do Mickey Mouse

Jobs investiu 10 milhões de dólares na Pixar e, anos depois, fechou uma parceria com a Disney para produzir uma série de desenhos animados. Mas foi só há pouco mais de dez anos, que o empresário teve a oportunidade de se tornar o maior acionista do conglomerado de entretenimento.



No início da década de 2000, o contrato de parceria entre as duas companhias estava chegando ao fim e a Disney não tinha a intenção de renová-lo. O empresário saiu, então, à procura de um novo parceiro. Com medo de perder a Pixar para a concorrência, a Disney comprou a empresa por 7,4 bilhões de dólares e, como “cortesia”, Jobs ficou com uma participação de 7% na empresa, tornando-se o maior acionista de todo grupo Disney.

Segundo estimativas do mercado, Jobs recebia cerca de 50 milhões de dólares por ano só de dividendos da companhia de entretenimento. A fortuna de Jobs era avaliada pela Forbes em 7 bilhões de dólares. Nos Estados Unidos, o empresário era apontado como o 39º homem mais rico do país e o 110º do mundo.
 

Acompanhe tudo sobre:AppleDiversificaçãoEficiênciaEmpresasEmpresas americanasempresas-de-tecnologiaEstratégiagestao-de-negociosInvestimentos de empresasNegociaçõesPlanejamentoResultadoTecnologia da informação

Mais de Negócios

Isak Andic, fundador da Mango, morre em acidente na Espanha

Jumbo Eletro: o que aconteceu com o primeiro hipermercado do Brasil

Esta empresa fatura R$ 150 milhões combatendo a inflação médica no Brasil

Equity: a moeda da Nova Economia e o segredo do sucesso empresarial