Negócios

Startups focadas no agronegócio se multiplicam no país

Raffael Piedade, do fundo SP Ventures, que investe em startups do agronegócio, diz que há enormes oportunidades nesse mercado

Negócios no campo: Raffael Piedade e Fabiane Stefano no EXAME Fórum Agronegócio 2017 (Germano Luders/Exame)

Negócios no campo: Raffael Piedade e Fabiane Stefano no EXAME Fórum Agronegócio 2017 (Germano Luders/Exame)

Tatiana Vaz

Tatiana Vaz

Publicado em 28 de setembro de 2017 às 12h46.

Última atualização em 28 de setembro de 2017 às 14h17.

São Paulo – O número de startups brasileiras voltadas para o mercado de agronegócio saltou cinco vezes nos últimos dois anos, quando comparado ao período entre 2012 e 2015.

O dado foi fornecido por Raffael Piedade, sócio-fundador do fundo SP Ventures, principal investidor brasileiro em startups do agronegócio, fruto da busca meticulosa de novas oportunidades para o fundo no país.

“Temos 105 milhões de reais de capital comprometido, 70% alocado em portfólio, fatia que deve aumentar em breve”, disse Piedade, durante o EXAME Fórum Agronegócio, que acontece no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo. “Há muitas oportunidades de novos negócios.”

O fundo de private equity investe em ativos do setor, na contramão de outras companhias do ramo, que optaram por startups com perfis semelhantes aos encontrados no Vale do Silício, como as fintechs, por exemplo.

Como resultado, a SP Ventures é a maior empresa de investimentos nesse mercado do Hemifério Sul, com vinte startups na carteira, 12 delas de agrotecnologia. Uma das empresas que receberam investimentos é a Horus, que desenvolve drones para coleta de dados em fazendas.

Piedade acredita que o surgimento de novas empresas focadas em atender ao agronegócio é resultado de uma série de iniciativas de universidades, cooperativas, associações do setor e grandes empresas.

A adoção das soluções, acredita ele, também tem tido um crescimento acelerado. Entre os clientes estão desde grandes grupos agrícolas, que já trazem uma visão industrial da produção, a fazendas que estão passando por sucessão familiar.

“Há também executivos de outros segmentos que adquiriram propriedades e querem fazer gestão à distância e fornecedores de insumos que querem mensurar os benefícios de seus produtos para seus clientes”, afirma o investidor.

Ainda assim, há muita desconfiança por parte de alguns agricultores – apesar da curiosidade – com tanta nova tecnologia.

“Por isso é importante startups receberem investimentos como os nossos, para terem como trabalhar no convencimento dessas pessoas – seja com o comodato de equipamentos, o parcelamento de vendas e até mais fôlego financeiro para lidar com recebíveis, que chegam a exceder 170 dias muitas vezes”, explicou Piedade.

Em termos de inovação e estrutura, as startups de agro do Brasil são comparáveis às americanas, acredita ele. E elas têm a vantagem grande de estar num mercado grandioso tanto em tamanho quanto em prosperidade, afirma Piedade.

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