St Marche: expectativa é crescer 15% e chegar a R$ 1,3 bilhão (St. Marche/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 31 de maio de 2023 às 17h02.
Última atualização em 31 de maio de 2023 às 17h24.
A rede de supermercados St Marche inaugura sua primeira unidade no litoral paulista nesta quarta-feria, 31. Além de padaria artesanal, frutas e legumes selecionados e açougue com cortes frescos, a nova loja em Santos vai oferecer cadeiras de praia, caixa térmica, sorvetes locais e chinelos da Havaianas — itens que normalmente não são encontrados no portfólio da rede.
"Nós conversamos com consumidores do litoral para entender suas necessidades e nos adaptar ao mercado local. Pesquisamos quais produtos faltam e o que não pode deixar de ter", diz o CEO Bernardo Ouro Preto. A estratégia de expansão da companhia inclui operar lojas em um raio de 100 km da cidade de São Paulo.
A primeira loja St Marche foi inaugurada em 2002 no Morumbi, bairro da zona sul paulistana, pelos executivos Leal Jr. e Bernardo Ouro Preto. Hoje, a rede conta com 30 supermercados e duas unidades gourmet do Empório Santa Maria, marca adquirida em 2007 e que representa 10% das vendas do grupo.
No último ano, a companhia alcançou a marca de R$ 1 bilhão em vendas brutas, com vendas em mesmas lojas (SSS, na sigla em inglês) aumentando 35% em dois anos. Para este ano a expectativa é crescer 15% e chegar a R$ 1,3 bilhão.
O primeiro bilhão foi acompanhado da rápida abertura de novas lojas nos últimos anos. Em 2019, o grupo contava com 20 mercados e faturamento de R$ 720 milhões. "Em 2020 nós começamos a pisar no acelerador. Nos últimos 22 meses nós inauguramos 11 lojas, uma nova loja foi aberta a cada dois meses. Queremos terminar o ano com 33 unidades", diz Ouro Preto. Em três anos, a meta é se aproximar das 50 unidades.
Relatório do Credit Suisse divulgado no final do ano passado compara o St Marche com o Grupo Pão de Açúcar, um de seus principais concorrentes. A marca premium tem um dos maiores indicadores de satisfação do cliente do setor – NPS de 88 — , preços competitivos e maior produtividade.
“Em última análise, St Marche gera maior produtividade em suas lojas de R$ 60 mil/m² em comparação às unidades de R$ 24 mil/m² do GPA, com penetração digital de 8%-9% das vendas, amplamente em linha com o concorrente”, avaliam analistas.
O maior desafio da companhia segundo Ouro Preto é a percepção de preço. Lojas limpas e organizadas com produtos de qualidade são comumente associadas pelos consumidores a preços maiores.
"A gente vende latinha de Coca-Cola no mesmo preço dos concorrentes. Os preços de mais de 3,5 mil itens são revisados diariamente. Nosso maior desafio é convencer o consumidor de que nós entregamos o melhor serviço e produto sem cobrar mais por isso", diz o CEO.
Para validar a proposta de valor fora da zona sul, unidades foram abertas em Santana, no Tatuapé e agora em Santos — lugares onde não era esperado encontrar um mercado de alto padrão St Marche.
Outra mudança feita nos últimos anos foi o aumento do volume de itens disponíveis para compra. "Hoje temos carrinhos de compra como os hipermercados e temos uma oferta grande de itens básicos para a compra do mês.
O plano de entrar na bolsa segue vivo, apenas foi adiado. "Vamos nos estruturar e continuar crescendo para entrar quando a janela de oportunidade abrir de novo. Nós estamos prontos, mas não depende só da gente", diz o CEO que destaca a alta taxa de juro como um fator impeditivo.
De acordo com o executivo, tudo indica que um cenário favorável deve se formar no final de 2024. "Estamos trabalhando para aumentar as vendas, a lucratividade, a satisfação de clientes e de nossos funcionários".