Só 79% das empresas investem mesmo em gestão, diz pesquisa
Segundo pesquisa da FNQ, foco dos investimentos é na gestão de resultados
Luísa Melo
Publicado em 10 de agosto de 2013 às 08h00.
São Paulo - Uma pesquisa realizada em julho pela Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) junto a executivos de 212 empresas brasileiras revela que quase a totalidade deles (99,53%) deles acredita que investir na melhoria da gestão contribui para a competitividade da corporação, mas apenas 79% consideram que sua companhia se preocupa com o assunto.
Para o superintendente da FNQ, Jairo Martins, a disparidade nos números pode ser explicada pelo fato de a maioria das práticas para o aprimoramento da gestão não ter uma metodologia de medição. "Treinamentos, planejamento estratégico, o tempo gasto pelas equipes para desenvolver essas questões, nada disso é monetário. Tudo tem a ver com a comunicação do líder com a equipe. Em uma empresa bem estruturada, a melhoria da gestão faz parte de atividades cotidianas", diz.
Entre os executivos questionados, 78% afirmaram que a empresa onde trabalham avalia a gestão periodicamente e 82% disseram que é feito o investimento em recursos não financeiros para a melhoria da gestão, como políticas para treinar e capacitar colaboradores, ações socioambientais e programas de consulta ao cliente.
Em relação aos investimentos financeiros, mais da metade (58%) não sabe dizer o quanto é investido para aprimorar a gestão. Vinte e um por cento afirmaram que é investido até 2% do faturamento total, 13% disseram investir de 2 a 5%. Quatro por cento afirmam gastar de 5 a 10% e outros também 4% investem acima de 10% em gestão. "Investir até 5% do faturamento seria o ideal. A menos que a empresa já tenha um modelo de gestão eficiente. Nesse caso, o gasto seria relativo somente à manutenção das práticas e capacitação de novas pessoas", diz Martins.
Prioridades
De acordo com a pesquisa, a maior preocupação dos executivos quanto à gestão é referente ao resultado (67% deles focam nesse ponto). Em seguida aparecem pessoas e processos (51% cada), estratégias e planos (49%), clientes (46%), liderança (41%), Informação e conhecimento (34%) e, por último, a sociedade (26%).
Nenhuma empresa sobrevive sem bons resultados, por isso, a preocupação é natural. Porém, Martins afirma que a falta de equilíbrio entre os pontos pode gerar sérios problemas. "O foco somente em resultado é imediatista e é preciso se pensar a longo prazo. Um exemplo extremo é a Boate Kiss (em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, onde um incêndio matou 242 pessoas em janeiro deste ano). Nesse caso, o primeiro pensamento foi o financeiro: usaram material de baixa qualidade, lotaram a casa de clientes, não pensaram em saídas de emergência. Não investiram em sociedade. Deu muito lucro, a princípio, mas agora tem uma reputação zero", diz.
Para os executivos que responderam ao questionário, o setor empresarial que mais investe em gestão é o automobilístico (47% indicaram), seguido pelos bancos (42%). Em último lugar, ficou o setor de transportes (3%). "O setor de automóveis sofre muita concorrência e é muito inovador: um novo modelo de carro é lançado a cada ano. Já no de transportes, o problema está nos contratos, que são milionários e levam as empresas a se satisfazerem e não preocuparem em melhorias. Agora é que a população está cobrando", explica Martins.
SETOR | PORCENTAGEM APONTADA |
---|---|
Automobilístico | 47% |
Bancos | 42% |
Energia | 39% |
Tecnologia | 39% |
Química e petroquímica | 29% |
Serviços | 27% |
Telecomunicações | 18% |
Alimentos e bebidas | 17% |
Siderurgia e metalurgia | 14% |
Papel e celulose | 11% |
Saúde e farmácia | 11% |
Mineração | 10% |
Eletroeletrônica | 7% |
Agricultura | 7% |
Comércio | 6% |
Têxtil e vestuário | 5% |
Transporte | 3% |
São Paulo - Uma pesquisa realizada em julho pela Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) junto a executivos de 212 empresas brasileiras revela que quase a totalidade deles (99,53%) deles acredita que investir na melhoria da gestão contribui para a competitividade da corporação, mas apenas 79% consideram que sua companhia se preocupa com o assunto.
Para o superintendente da FNQ, Jairo Martins, a disparidade nos números pode ser explicada pelo fato de a maioria das práticas para o aprimoramento da gestão não ter uma metodologia de medição. "Treinamentos, planejamento estratégico, o tempo gasto pelas equipes para desenvolver essas questões, nada disso é monetário. Tudo tem a ver com a comunicação do líder com a equipe. Em uma empresa bem estruturada, a melhoria da gestão faz parte de atividades cotidianas", diz.
Entre os executivos questionados, 78% afirmaram que a empresa onde trabalham avalia a gestão periodicamente e 82% disseram que é feito o investimento em recursos não financeiros para a melhoria da gestão, como políticas para treinar e capacitar colaboradores, ações socioambientais e programas de consulta ao cliente.
Em relação aos investimentos financeiros, mais da metade (58%) não sabe dizer o quanto é investido para aprimorar a gestão. Vinte e um por cento afirmaram que é investido até 2% do faturamento total, 13% disseram investir de 2 a 5%. Quatro por cento afirmam gastar de 5 a 10% e outros também 4% investem acima de 10% em gestão. "Investir até 5% do faturamento seria o ideal. A menos que a empresa já tenha um modelo de gestão eficiente. Nesse caso, o gasto seria relativo somente à manutenção das práticas e capacitação de novas pessoas", diz Martins.
Prioridades
De acordo com a pesquisa, a maior preocupação dos executivos quanto à gestão é referente ao resultado (67% deles focam nesse ponto). Em seguida aparecem pessoas e processos (51% cada), estratégias e planos (49%), clientes (46%), liderança (41%), Informação e conhecimento (34%) e, por último, a sociedade (26%).
Nenhuma empresa sobrevive sem bons resultados, por isso, a preocupação é natural. Porém, Martins afirma que a falta de equilíbrio entre os pontos pode gerar sérios problemas. "O foco somente em resultado é imediatista e é preciso se pensar a longo prazo. Um exemplo extremo é a Boate Kiss (em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, onde um incêndio matou 242 pessoas em janeiro deste ano). Nesse caso, o primeiro pensamento foi o financeiro: usaram material de baixa qualidade, lotaram a casa de clientes, não pensaram em saídas de emergência. Não investiram em sociedade. Deu muito lucro, a princípio, mas agora tem uma reputação zero", diz.
Para os executivos que responderam ao questionário, o setor empresarial que mais investe em gestão é o automobilístico (47% indicaram), seguido pelos bancos (42%). Em último lugar, ficou o setor de transportes (3%). "O setor de automóveis sofre muita concorrência e é muito inovador: um novo modelo de carro é lançado a cada ano. Já no de transportes, o problema está nos contratos, que são milionários e levam as empresas a se satisfazerem e não preocuparem em melhorias. Agora é que a população está cobrando", explica Martins.
SETOR | PORCENTAGEM APONTADA |
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Automobilístico | 47% |
Bancos | 42% |
Energia | 39% |
Tecnologia | 39% |
Química e petroquímica | 29% |
Serviços | 27% |
Telecomunicações | 18% |
Alimentos e bebidas | 17% |
Siderurgia e metalurgia | 14% |
Papel e celulose | 11% |
Saúde e farmácia | 11% |
Mineração | 10% |
Eletroeletrônica | 7% |
Agricultura | 7% |
Comércio | 6% |
Têxtil e vestuário | 5% |
Transporte | 3% |