Sky Airlines busca parceria para expansão na América Latina
A aérea quer vender uma participação para encontrar um parceiro local, que a ajudaria a entrar em um novo mercado
Karin Salomão
Publicado em 22 de novembro de 2017 às 14h14.
Última atualização em 23 de outubro de 2019 às 17h12.
A chilena Sky Airlines poderia vender uma participação para ajudá-la a entrar em um segundo mercado doméstico, disse o CEO da empresa.
“Estamos querendo adicionar um parceiro em 2018”, disse o CEO Holger Paulmann em uma entrevista em Buenos Aires. “Um parceiro local nos permitiria entrar em um novo mercado e atender aos requisitos que exigem determinada porcentagem de propriedade local.”
Paulmann não quis especificar quais mercados estão sendo estudados para uma possível expansão, mas disse que a empresa avalia países nos Andes. Ele espera ter outra operação doméstica em andamento até 2019, “no máximo”, e ainda não contratou bancos assessores. É improvável que a empresa realize uma abertura de capital antes de 2020, porque ela prioriza a expansão, acrescentou.
A Sky pretende se expandir para o exterior depois de anos de aumentar constantemente sua participação no Chile, onde se tornou a segunda maior companhia aérea nacional. A Sky está começando a sentir mais pressão porque a JetSmart, uma empresa de baixo custo controlada pela Indigo Partners, que tem sede em Phoenix, iniciou voos no país neste ano e anunciou planos de adicionar até 70 aeronaves para o mercado local.
A Sky controlava 27 por cento do mercado doméstico do Chile em setembro, de acordo com dados do órgão regulador de companhias aéreas do Chile, um aumento de 14 por cento em relação ao ano anterior. A companhia continua atrás da Latam Airlines Group, que tinha 70 por cento do mercado. A JetSmart tinha 5 por cento do mercado.
Um impedimento para a expansão dos voos nacionais e internacionais no Chile são as altas taxas aeroportuárias que os passageiros precisam pagar, disse Paulmann. A redução dessas tarifas possibilitaria que o número de voos mais que duplicasse em poucos anos, disse ele.
Mudança de regras
A Argentina não está atualmente entre os países que estão sendo avaliados, embora outras companhias de baixo custo estejam tirando proveito do empenho do presidente Mauricio Macri para dar rotas a novos atores. Isso ocorre porque o governo, que eliminou os limites superiores das tarifas aéreas, ainda mantém o piso das taxas, um impedimento para as transportadoras que procuram vender voos a preços baixos.
“No mercado doméstico argentino, as regras do jogo não mudaram”, disse Paulmann, acrescentando que a empresa consideraria operações domésticas se esse limite fosse eliminado.
O governo não tem planos de curto prazo para eliminar esse limite, afirmou o ministro dos Transportes, Guillermo Dietrich, na conferência. O piso para as tarifas caiu mais de 50 por cento em dólares, devido à inflação alta, acrescentou ele. Paulmann argumentou que, mesmo assim, levaria 20 anos para que o nível mínimo caísse para um preço viável.
A Sky foi fundada em 2002 pelo empresário alemão Jürgen Paulmann, irmão do bilionário Horst Paulmann, fundador e acionista controlador da gigante de varejo Cencosud. Jürgen morreu em 2014 e seu filho Holger assumiu, com planos de transformar a empresa em uma companhia de baixo custo semelhante à RyanAir ou à EasyJet.
A Sky está investindo fortemente para modernizar sua frota e planeja começar a receber oito novos Airbus A320 Neo no segundo semestre de 2018. Por volta do final de 2020, a frota da Sky deverá estar inteiramente composta desse modelo.