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Sindicato de empregados tenta barrar reestruturação na Caixa Econômica

A proposta inclui um programa de demissão voluntária e mudanças de cargos com redução de salários

Sede da Caixa Econômica, em Brasília: sindicatos tentam barrar restruturação da empresa (Adriano Machado/Reuters)
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Reuters

Publicado em 6 de março de 2020 às 15h51.

O sindicato de empregados da Caixa Econômica Federal está se articulando para tentar barrar uma reestruturação liderada pelo presidente do banco estatal, Pedro Guimarães, incluindo um programa de demissão voluntária e mudanças de cargos com redução de salários.

A Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), que afirma representar os cerca de 85 mil empregados do banco, convocou para a próxima terça-feira (10) uma mobilização geral, que incluirá alterar o horário de abertura de algumas das agências do banco.

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A Fenae reclama de itens da proposta de reestruturação interna revelada pela Reuters no mês passado, que tem o objetivo de focar mais em vendas de produtos, à medida que a Caixa tenta dar maior visibilidade a unidades de negócios, como seguros, cartões e loterias, que serão listadas na bolsa.

O sindicato reclama das propostas de extinguir estruturas internas de atendimento a prefeituras e à construção civil, de administrar algumas agências sem operadores de caixas, da extinção de 30 superintendências regionais, e de transferências compulsórias de empregados, muitos para outras cidades.

"Qualquer alteração na rede de varejo deveria ser negociada com os empregados, mas não está havendo diálogo por parte da administração do banco", disse à Reuters o presidente da Fenae, Jair Ferreira.

A Fenae também reclama do processo de vendas de ativos da Caixa iniciada no ano passado, com a venda do braço de loterias instantâneas Lotex e de participações no IBR Brasil, no Banco Pan e na Petrobras, e que deve prosseguir em 2020 com a alienação de parte da Caixa Seguridade e da Caixa Cartões.

"É evidente que Caixa está sendo privatizada e que o governo disfarça o processo", disse Ferreira.

O líder sindical argumenta que a venda de ativos, planejada em parte como meio de levantar cerca de 40 bilhões de reais para repagar o governo recursos tomados anos atrás por meio de Instrumentos Híbridos de Capitas e Dívida descapitaliza o banco e sua capacidade de oferecer crédito e gerir programas sociais.

Como parte da pressão para forçar Guimarães a dialogar, a Fenae vem recorrendo a outras autoridades públicas. Na semana passada, enviou uma carta ao presidente Jair Bolsonaro pedindo a suspensão das vendas de ativos do banco.

Questionado sobre o fato de a administração atual da Caixa ter sido nomeada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, justamente para tomar essas medidas, Ferreira disse também que está recorrendo a todos os poderes, incluindo os líderes do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF), na expectativa de que algum deles atenda suas reivindicações.

Consultada, a Caixa afirmou que não vai se manifestar sobre as alegações da Fenae.

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