Setor de latas de alumínio pega carona em agenda verde e dispara 20%
Na comparação com o ano passado, mesmo na pandemia, o crescimento da indústria de latas foi de 22,6%
Victor Sena
Publicado em 19 de novembro de 2021 às 17h11.
Última atualização em 19 de novembro de 2021 às 19h00.
A queda do plástico devido à crescente agenda verde pode significar uma ascensão ainda maior do alumínio.No primeiro semestre deste ano, o setor de fabricantes de latas de alumínio no Brasil - que tem quatro principais produtores - registrou aumento de 22,6% em relação ao primeiro semestre de 2020. Se comparado ao mesmo período de 2019, último ano antes da pandemia, o aumento foi de 18,3%.
Na comparação com o ano passado, mesmo na pandemia, o crescimento foi de 22,6%.A expectativa da Abralatas é que o setor feche o ano com crescimento de um dígito alto em relação a 2020.
Nos últimos 5 anos, mesmo com pandemia e crise financeira, a média foi de mais de 8% de crescimento por ano. Atualmente o setor gera 15 mil empregos diretos e indiretos e movimenta 14 bilhões por ano.
Um dos formatos de latas que mais cresceram durante a pandemia foram as latas tipo sleek, de 269 ml. A preferência por essa lata acontece porque ela costuma passar uma imagem de premium e mais elegante.
Deste ano até 2023 os investimentos do setor no Brasil chegarão a praticamente U$ 1 bilhão de dólares com 500 novos empregos gerados. Serão 4 novas fábricas somadas as expansões de linhas de produção que estão sendo ampliadas nas unidades já existentes.
A líder de mercado no Brasil, a empresa Ball, inaugura em 2022 a planta de Frutal (MG), que deve começar a operar em modo soft opening ainda neste ano. A empresa irá reabrir no ano que vem a fábrica de Benevides (PA). Ou seja, duas novas operações para 2022.
Já a empresa Crown deve inaugurar em Uberaba (MG) a 7ª fábrica da empresa no Brasil com capacidade nesta nova unidade de 2,4 bilhões de latinhas por ano.A empresa Ardagh anunciou mais 1 nova planta ainda sem local confirmado.
O crescimento da indústria de latas de alumínio no país tem a ver principalmente com a agenda de sustentabilidade. No Brasil, a fabricação de latas é responsável por ¼ de todo o alumínio comercializado e a taxa de reciclagem em 2020 foi de 97,4%.
Esse alto índice mostra como o setor é é organizado para o aproveitamento do que alumínio que não é mais virgem.
Fundada há 18 anos, a Abralatas é a representante da indústria de latas de alumínio para bebidas do Brasil, 3º maior mercado mundial, a principal embalagem para cervejas do País.
Para o presidente executivo da associação, Cátilo Cândido, o preço baixo do plástico tem começado a perder para critérios sustentabilidade. Nos últimos anos, Cátilo destaca o surgimento de embalagens para água e vinho, o que deve crescer daqui para frente. "Temos uma cadeia totalmente integrada, que tem um ciclo completo. Além disso, o alumínio é o material ideal para impedir a entrada de luz, o que o vidro e o plástico não garantem."