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SEC abre investigação contra Royal Ahold; Bompreço não comenta

Depois da notícia do balanço inflado do grupo holandês Royal Ahold em US$ 500 milhões, o Bompreço (braço brasileiro do grupo), em obediência à matriz, e mantém a lei do silêncio. A razão é uma só: o mercado especula que a matriz terá de se desfazer de ativos saudáveis, como é o caso da filial […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

Depois da notícia do balanço inflado do grupo holandês Royal Ahold em US$ 500 milhões, o Bompreço (braço brasileiro do grupo), em obediência à matriz, e mantém a lei do silêncio. A razão é uma só: o mercado especula que a matriz terá de se desfazer de ativos saudáveis, como é o caso da filial brasileira, para fechar as contas. Procurados pelo Portal EXAME, nem a matriz nem o Bompreço se pronunciam sobre o assunto.

A crise deixa a empresa nas mãos dos bancos credores, caso não seja feita a opção por vendas de ativos. As autoridades americanas já abriram processo para investigar o caso da terceira maior rede mundial de varejo, atrás apenas de Wal-Mart e Carrefour. A SEC já solicitou os papéis da Deloitte & Touche, auditora dos balanços da Ahold. Na segunda-feira, a Deloitte já havia se eximido de qualquer responsabilidade sobre o conteúdo dos balanços.

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No Brasil, o Bompreço nasceu em 1935 e foi comprado pelo grupo holandês em 1996. O faturamento da empresa em 2001 foi de US$ 933,4 milhões, de acordo com o anuário Melhores e Maiores. No Brasil, o Royal Ahold é dono também dos supermercados G.Barbosa e fica em primeiro lugar de vendas no Nordeste. O Brasil não é, de fato, o maior problema dos holandeses. A maior operação latina deles fica na Argentina, com a rede Disco. O país, como é sabido, não anda bem das pernas e não deve ter cumprido todas as metas de lucro que a companhia desejava.

Reportagem publicada pelo jornal The Wall Street Journal afirma que a empresa gastou cerca de US$ 3,5 bilhões em aquisições nos últimos tempos. E é esse o grande nó. Analistas de mercado procurados pelo Portal EXAME preferiram não comentar a situação do Bompreço depois da crise da matriz holandesa. O único sinal foi dado pela Standard & Poors, que rebaixou a classificação de risco da dívida da empresa para "junk" (lixo). O futuro é incerto. Se a empresa conseguir atravessar 2003, enfrentará débitos de 250 milhões de euros em 2004 e de 2,9 bilhões de euros em 2005.

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