“Se problema fosse dinheiro para vacina seria mais fácil”, diz Luiza Trajano
Iniciativa da empresária para vacinação contra covid-19 realiza pesquisa sobre o SUS em todos os municípios
Mariana Desidério
Publicado em 9 de fevereiro de 2021 às 18h34.
Última atualização em 9 de fevereiro de 2021 às 19h47.
A empresária Luiza Helena Trajano afirmou nesta terça-feira (9) que o objetivo da iniciativa lançada por ela para vacinar toda a população brasileira contra a covid-19 até setembro não é comprar vacinas. “Não vamos sair comprando vacina. O que estamos fazendo é perguntando onde o governo quer que a gente ajude. Se o problema fosse dinheiro, seria mais fácil”, disse a empresária durante entrevista coletiva.
Apesar disso, o grupo pretende ajudar a agilizar a vinda das vacinas para o Brasil em um cenário de escassez mundial de imunizantes. A Unidos pela Vacina realizou uma reunião com os responsáveis pela vacina russa Sputnik V. De acordo com a empresária, o objetivo da reunião era entender os gargalos para a vinda da vacina russa, ajudar na ponte com o governo brasileiro e "mostrar que acreditamos na vacina deles”.
A iniciativa também está realizando uma pesquisa em todos os municípios brasileiros para identificar gargalos à vacinação da população que possam ser resolvidos com a ajuda do grupo. Os resultados do levantamento devem sair neste fim de semana. A partir desses dados, o grupo poderá traçar seus planos de ação. Em coletiva de imprensa nesta terça-feira, a empresária e outros integrantes do movimento reforçaram que o objetivo da iniciativa não é comprar vacinas e sim buscar sanar os gargalos que possam dificultar a vacinação da população.
Além da pesquisa com os municípios, a iniciativa também está preparando uma campanha publicitária, elaborada pelo publicitário Nizan Guanaes e pela agência África para incentivar a vacinação da população. A campanha começa a ser veiculada até o final da semana e estará em redes de TV, rádio, jornais, meios digitais e nas redes sociais, e tem contado inclusive com o apoio de empresas de mídia, de acordo com Eduardo Sirotsky, fundador da EB Capital e responsável pela parte de comunicação da iniciativa.
“Na campanha, estamos aproximando rivais como times de futebol e empresas concorrentes. A ideia com isso é mostrar que, independentemente da ideologia ou da competição, está todo mundo comprometido em vacinar nosso país”, afirma Melzer.
Outra frente da iniciativa está voltada para a cadeia de valor para acesso à vacina. Um dos pontos é o acesso a insumos como agulhas e seringas, questão que está sob responsabilidade do empresário Walter Schalka, presidente da fabricante de papel e celulose Suzano. Outro ponto é a logística, sob o comando de Paulo Kakinoff, presidente da companhia aérea Gol, e um terceiro trabalha sobre a vacinação em si, sob o comando do grupo Mulheres do Brasil.
A mobilização já conta com cerca de 400 pessoas, sendo que metade são empresários e a outra metade são profissionais liberais, representantes de ONG’s e grupos da sociedade civil. A iniciativa tem mantido contato com o governo federal, estados e municípios para entender como pode ajudar na imunização. As reuniões com o governo federal são periódicas e envolvem a Casa Civil e o Ministério da Saúde.
A iniciativa também não descarta atuar no envio de oxigênio ou outros insumos necessários para internação de pacientes em regiões com situação mais crítica, como o Amazonas. “Temos dois objetivos: salvar vidas e destravar a economia”, disse Trajano.