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Reynolds compra Lorillard e forma duopólio do tabaco mundial

Juntas companhias criam um gigante de US$ 11 bi de faturamento e peso para disputar mercado com a Philip Morris


	Cigarros: negócio forma um gigante do tabaco, dono de 33% do mercado americano
 (Olivier Laban-Mattei/AFP)

Cigarros: negócio forma um gigante do tabaco, dono de 33% do mercado americano (Olivier Laban-Mattei/AFP)

Tatiana Vaz

Tatiana Vaz

Publicado em 15 de julho de 2014 às 14h04.

São Paulo – A Reynolds American fechou a compra da rival Lorillard por 27,4 bilhões de dólares em um acordo que deixa a indústria do tabaco de 400 anos de idade dos EUA nas mãos de um duopólio.

O acordo termina com o reinado independente da Lorillard como o mais antigo da indústria de tabaco dos Estados Unidos.

E cria um desafiante de peso para disputar mercado com a Philip Morris (grupo Altria), dono de marcas renomadas de cigarros, como Malboro e L&M. Hoje, Reynolds e Altria detêm estimados 90% do mercado.

O novo negócio forma um gigante da indústria de tabaco, dono de 33% do mercado americano e das marcas mais icônicas de cigarro do mundo, como Camel, Newport e Pall Mall.

O faturamento estimado do conglomerado é de 11 bilhões de dólares e lucro de 5 bilhões de dólares anuais. A união também deve render uma redução de custo de 800 milhões de dólares.

"Reynolds American e Lorillard têm pontos fortes complementares e a nossa união reunião grandes marcas e nossa capacidade de competir em novas categorias", disse Susan Cameron, presidente da Reynolds em comunicado.

Novo mercado

Algumas marcas também serão desmembradas no negócio. O concorrente Imperial Tobacco Group vai pagar apenas mais de 7 bilhões de dólares pelas marcas de cigarros Kool, Salem, e Winston - triplicando seu tamanho no mercado americano.

Imperial também está comprando a marca Blu, líder em cigarro eletrônico. Vale ressaltar que este é um mercado ainda pequeno, mas é que cresce a passos largos dentro da indústria.

No segmento, a nova gigante irá operar com a marca Vuse, lançada pela Reynolds no ano passado e que apresenta “tecnologia superior”, segundo descreve a própria companhia.

Enquanto isso, a British American Tobacco, maior acionista da Reynolds, apoiou o negócio com um investimento de 4,7 bilhões de dólares para manter sua participação de 42% na empresa.

Na Reynolds, Susan Cameron segue como presidente da companhia, que continuará sediada em Winston-Salem, na Carolina do Norte. Murray Kessler, presidente da Lorillard, vai participar do conselho de Reynolds.

Nuvem de incerteza

A consolidação do setor de tabaco mundial acontece em uma época em que campanhas de saúde antitabaco e aumento de impostos em vários lugares do mundo têm feito com que a queda de vendas seja recorrente. 

A compra da Lorillard pela Reynolds envolve uma série de fatores ainda não muito claros sobre as regras do setor e até mesmo os riscos envolvidos no negócio.

O acordo ainda terá que passar por obstáculos antitrustes – a venda de parte das marcas para a Imperial Tobacco é uma tentativa de minimizar os riscos concorrenciais decorrentes do negócio.

As incertezas levaram as ações da Lorillard a caírem 7,2% para 62,35 dólares depois do anúncio da compra. Os papéis da Reynolds também sofreram queda de 4,1% para 60,61 dólares.

Em Londres, as ações da Imperial Tobacco caíram 1,6% e as da BAT tiveram queda de menos de 1%.

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