Resseguradora da Allianz prevê crescer 10% no país
A resseguradora da alemã vai deixar de ser uma start-up no Brasil após dois anos nesta condição
Da Redação
Publicado em 21 de março de 2015 às 20h00.
São Paulo - A resseguradora da alemã Allianz (AGCS) vai deixar de ser uma start-up no Brasil, após dois anos nesta condição, e espera atingir break even (ponto de equilíbrio) neste exercício a despeito de um cenário de ajustes com um menor ritmo de projetos de infraestrutura e temores quanto ao aumento de sinistros por conta da Operação Lava Jato .
Os prêmios, como consequência, devem desacelerar, acompanhando tal inversão de rota, mas ainda assim apresentar crescimento, da ordem de 10%, em 2015 após expansão de quase 180% no ano passado.
Com menos oportunidades no Brasil, tal crescimento deve ser impulsionado pelo desempenho da América do Sul, que responde por 15% do portfólio brasileiro, de acordo com Guilherme Perondi, vice-presidente da AGCS.
"Saímos de um ritmo de cruzeiro no Brasil. 2015 será um ano difícil e que não terá tantas oportunidades no País como no passado, principalmente, em infraestrutura. Usamos o Brasil como um hub para a América do Sul e há outros países como Peru, Colômbia, Panamá com projetos de infraestrutura", justifica ele, em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
Embora espere um ano menos ativo para negócios no Brasil, a resseguradora da Allianz não reduz sua aposta no País. Perondi acredita que a partir de 2016, os projetos de infraestrutura devem retomar em um ritmo mais veloz no País.
Tal otimismo se justifica, segundo ele, pela demanda reprimida que o País tem em infraestrutura, geração energia, mobilidade urbana e que precisa ser atendida.
De olho neste potencial, a AGCS aportou mais R$ 104 milhões na operação brasileira no ano passado que hoje soma capital de R$ 249 milhões.
"O aporte é suficiente para nosso crescimento nos próximos cinco anos. Temos mais capital do que precisamos, o que mostra que continuamos apostando no Brasil, do contrário, não colocaríamos um capital dessa magnitude", afirma Perondi. "Estamos em compasso de espera para que o investimento em infraestrutura aconteça. O País não vai parar", acrescenta ele.
Para este ano, a resseguradora da Allianz vê oportunidades em concessões de rodovias e também de aeroportos. Essa semana, por exemplo, foi feito o leilão da ponte Rio-Niterói. Nesses grandes projetos, geralmente, há contratos de resseguros.
Considerado o "seguro" das seguradoras, é um instrumento de proteção que possibilita a diluição do risco assumido por essas companhias.
Quanto à sinistralidade, o executivo prevê um ano ainda sob controle, com mais frequência e menos severidade, ou seja, uma maior quantidade de indenizações, mas de menor monta.
Como pano de fundo, há os desdobramentos da Operação Lava Jato que têm impactado no andamento de algumas obras de infraestrutura e, consequentemente, no dia a dia de várias construtoras envolvidas.
Os segmentos mais expostos, segundo ele, são o de garantia, apólice que garante a conclusão de um projeto conforme previsto em contrato, e D&O, que protege os executivos de empresas.
Nesses, de acordo com o especialista, pode haver aumento de taxa e redução de capacidade para novas apólices após um período "soft" no mercado, que se caracteriza por forte concorrência e taxas para baixo.
A AGCS, entretanto, não vê preocupação na sua carteira, segundo ele. No ano passado, inclusive, seu índice de sinistralidade geral baixou para 84% ante 99% em 2013.
"Em algumas linhas de negócios, os riscos atuais podem se materializar em sinistro. Na Allianz, não temos preocupação específica", resume Perondi.
Ele não acredita, porém, em uma contaminação para todo o mercado brasileiro de resseguro. Segundo o executivo, as oportunidades existentes em outros segmentos, como no de transportes, devem compensar um pessimismo maior em garantia e D&O.
O excesso de capacidade no mundo, conforme Perondi, é um fato e deve se manter nos próximos anos, sustentado por menores prejuízos com desastres naturais e ainda a demanda baixa de países mais maduros para infraestrutura, ao contrário do que ocorre no Brasil.
A Allianz, com cerca de R$ 590 milhões em ativos e R$ 193,4 milhões em patrimônio líquido, atua como resseguradora local no País desde janeiro de 2013.
No ano seguinte, passou a ser um hub da companhia para a América do Sul e somou mais de R$ 450 milhões em prêmios. Como estava em fase de start-up, ainda teve prejuízo em 2014, superior a R$ 30 milhões. Seu foco são clientes com faturamento de mais de R$ 1 bilhão.
São Paulo - A resseguradora da alemã Allianz (AGCS) vai deixar de ser uma start-up no Brasil, após dois anos nesta condição, e espera atingir break even (ponto de equilíbrio) neste exercício a despeito de um cenário de ajustes com um menor ritmo de projetos de infraestrutura e temores quanto ao aumento de sinistros por conta da Operação Lava Jato .
Os prêmios, como consequência, devem desacelerar, acompanhando tal inversão de rota, mas ainda assim apresentar crescimento, da ordem de 10%, em 2015 após expansão de quase 180% no ano passado.
Com menos oportunidades no Brasil, tal crescimento deve ser impulsionado pelo desempenho da América do Sul, que responde por 15% do portfólio brasileiro, de acordo com Guilherme Perondi, vice-presidente da AGCS.
"Saímos de um ritmo de cruzeiro no Brasil. 2015 será um ano difícil e que não terá tantas oportunidades no País como no passado, principalmente, em infraestrutura. Usamos o Brasil como um hub para a América do Sul e há outros países como Peru, Colômbia, Panamá com projetos de infraestrutura", justifica ele, em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
Embora espere um ano menos ativo para negócios no Brasil, a resseguradora da Allianz não reduz sua aposta no País. Perondi acredita que a partir de 2016, os projetos de infraestrutura devem retomar em um ritmo mais veloz no País.
Tal otimismo se justifica, segundo ele, pela demanda reprimida que o País tem em infraestrutura, geração energia, mobilidade urbana e que precisa ser atendida.
De olho neste potencial, a AGCS aportou mais R$ 104 milhões na operação brasileira no ano passado que hoje soma capital de R$ 249 milhões.
"O aporte é suficiente para nosso crescimento nos próximos cinco anos. Temos mais capital do que precisamos, o que mostra que continuamos apostando no Brasil, do contrário, não colocaríamos um capital dessa magnitude", afirma Perondi. "Estamos em compasso de espera para que o investimento em infraestrutura aconteça. O País não vai parar", acrescenta ele.
Para este ano, a resseguradora da Allianz vê oportunidades em concessões de rodovias e também de aeroportos. Essa semana, por exemplo, foi feito o leilão da ponte Rio-Niterói. Nesses grandes projetos, geralmente, há contratos de resseguros.
Considerado o "seguro" das seguradoras, é um instrumento de proteção que possibilita a diluição do risco assumido por essas companhias.
Quanto à sinistralidade, o executivo prevê um ano ainda sob controle, com mais frequência e menos severidade, ou seja, uma maior quantidade de indenizações, mas de menor monta.
Como pano de fundo, há os desdobramentos da Operação Lava Jato que têm impactado no andamento de algumas obras de infraestrutura e, consequentemente, no dia a dia de várias construtoras envolvidas.
Os segmentos mais expostos, segundo ele, são o de garantia, apólice que garante a conclusão de um projeto conforme previsto em contrato, e D&O, que protege os executivos de empresas.
Nesses, de acordo com o especialista, pode haver aumento de taxa e redução de capacidade para novas apólices após um período "soft" no mercado, que se caracteriza por forte concorrência e taxas para baixo.
A AGCS, entretanto, não vê preocupação na sua carteira, segundo ele. No ano passado, inclusive, seu índice de sinistralidade geral baixou para 84% ante 99% em 2013.
"Em algumas linhas de negócios, os riscos atuais podem se materializar em sinistro. Na Allianz, não temos preocupação específica", resume Perondi.
Ele não acredita, porém, em uma contaminação para todo o mercado brasileiro de resseguro. Segundo o executivo, as oportunidades existentes em outros segmentos, como no de transportes, devem compensar um pessimismo maior em garantia e D&O.
O excesso de capacidade no mundo, conforme Perondi, é um fato e deve se manter nos próximos anos, sustentado por menores prejuízos com desastres naturais e ainda a demanda baixa de países mais maduros para infraestrutura, ao contrário do que ocorre no Brasil.
A Allianz, com cerca de R$ 590 milhões em ativos e R$ 193,4 milhões em patrimônio líquido, atua como resseguradora local no País desde janeiro de 2013.
No ano seguinte, passou a ser um hub da companhia para a América do Sul e somou mais de R$ 450 milhões em prêmios. Como estava em fase de start-up, ainda teve prejuízo em 2014, superior a R$ 30 milhões. Seu foco são clientes com faturamento de mais de R$ 1 bilhão.