Renault vai investir R$ 1 bi no País em três anos

São Paulo - A Renault do Brasil vai investir R$ 1 bilhão nos próximos três anos, montante que será aplicado principalmente na renovação da linha de veículos. A marca francesa, sexta no ranking nacional de vendas no mercado interno, é a terceira montadora a anunciar investimentos no País nos últimos 20 dias. A Volkswagen anunciou um programa de R$ 6,2 bilhões para o período 2010 a 2014, e a Ford, de R$ 4 bilhões para 2011 a 2015, dando início assim a um novo ciclo de investimentos no Brasil, cujo mercado interno é um dos poucos a registrar aumento de vendas, junto com China e Alemanha.

O programa da Renault repete o montante aplicado no período anterior, de 2006 a 2009, e que trouxe ao País a produção dos modelos Logan e Sandero, os dois mais vendidos da marca atualmente. Mais da metade do aporte virá de empréstimos de instituições financeiras locais, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O novo plano inclui a produção local de pelo menos dois novos modelos, um deles o utilitário-esportivo Duster, com início de produção em 2011, conforme antecipado pela matriz do grupo na terça-feira. O outro deve ser uma picape pequena derivada do Logan, e que está sendo desenvolvida no centro de design da empresa em São Paulo.

“Queremos entrar em segmentos onde ainda não estamos presentes”, diz o presidente da Renault do Brasil, Jean-Michel Jalinier, também diretor-geral da empresa no Mercosul. Segundo ele, o Duster nacional, que disputará mercado com o Ford EcoSport, será diferente daquele a ser produzido a partir de 2010 na Romênia, voltado ao mercado do leste europeu. “Será um modelo brasileiro, com diferenças notáveis em relação ao romeno.” A versão brasileira será exportada para Argentina, Chile e México.

Ao contrário dos outros investimentos anunciados recentemente, incluindo o da General Motors, de R$ 2 bilhões, formalizado em julho, o plano da Renault não inclui ampliação de capacidade produtiva. A fábrica inaugurada em São José dos Pinhais (PR) há dez anos tem capacidade anual para 250 mil veículos, mas este ano fará 123 mil, dos quais cerca de 30 mil para exportação. Na unidade também funciona a linha de montagem da parceira Nissan. Para Jalinier, que assumiu a presidência da filial brasileira em março, o grupo pretende iniciar a partir de agora uma fase de crescimento contínuo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.