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Reestruturação da JBS preocupa investidores

As investigações da operação Greenfield levantam temores sobre alterações no cronograma da reestruturação societária

JBS: As investigações da operação Greenfield levantam temores sobre atraso na reestruturação societária (Uesley Marcelino/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 7 de setembro de 2016 às 09h17.

Última atualização em 21 de setembro de 2018 às 18h16.

São Paulo - Um possível atraso na reestruturação societária da JBS e a percepção de obstáculos no refinanciamento da dívida da empresa são as principais preocupações do mercado em relação à JBS, após a operação Greenfield, que investiga "gestão temerária e fraudulenta" nos fundos de pensão estatais brasileiros.

Apesar de não envolver a processadora de carnes diretamente, a investigação tem como alvo a Eldorado Celulose, empresa controlada pela mesma holding, a J&F.

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Após a ação da companhia cair mais de 10% no pregão de segunda-feira e 1,7% ontem, bancos rebaixaram a recomendação da JBS e alertaram sobre os possíveis riscos que a envolvem.

Conforme apurou ontem o Broadcast, sistema de informação em tempo real do Grupo Estado, as investigações levantam temores sobre alterações no cronograma da reestruturação societária e a consequente abertura de capital da JBS Foods International na Bolsa de Nova York (Nyse).

Esta mudança foi anunciada em maio, logo após a saída de Henrique Meirelles da presidência do conselho consultivo da J&F, para assumir o Ministério da Fazenda, no mesmo mês, e foi responsável por sustentar ganhos dos papéis.

Atraso na reestruturação

Relatório do Bradesco BBI, assinado pelo analista Gabriel Lima, afirma que há a possibilidade de atraso do processo de reorganização da empresa.

A expectativa é de que o novo desenho fosse concluído até o quarto trimestre deste ano, com objetivo de melhorar a governança corporativa.

"Admitimos que esta é uma bandeira vermelha para muitos investidores, mas achamos que o risco/recompensa é favorável". O analista cita que a reorganização permitirá uma redução dos custos financeiros e estima que a taxa de desconto aplicada aos fluxos de caixa JBS poderia cair significativamente.

Também em relatório, o Itaú BBA afirma que o desenrolar do caso pode alterar o cronograma da mudança societária. "Acreditamos que a reestruturação é um importante gatilho para a performance das ações", diz.

A listagem da JBS Foods International foi o que sustentou os ganhos das ações recentemente, de acordo com o BTG Pactual. "Tememos, portanto, que este processo de listagem poderá sofrer atrasos se uma revisão geral de gerenciamento se revele necessária", diz relatório.

Além da reestruturação, analistas citam a questão do endividamento da empresa.

O Bradesco BBI afirma, em relatório, que a ação da Polícia Federal implica em uma percepção de aumento de risco do refinanciamento da dívida da companhia detida por bancos comerciais - R$ 18 bilhões de dívida de curto prazo a ser reconduzida para os próximos 12 meses.

A JBS encerrou o segundo trimestre com uma dívida líquida de R$ 49,2 bilhões. A alavancagem ficou em 4,1 vezes ao final de junho, acima dos 3,84 vezes no primeiro trimestre.

A porcentagem da dívida de curto prazo em relação à dívida total ficou em 32% no período, dos quais 82% são linhas lastreadas às exportações das unidades brasileiras. Ao final do período, 91,4% da dívida era denominada em dólares. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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