Redecard negocia parceria com bandeira asiática de cartões
Bandeira seria focada em cidades com vocação para turismo e negócios
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.
São Paulo - A Redecard deve anunciar, até setembro, uma parceria com uma bandeira asiática de cartões. A informação é do presidente da companhia, Roberto Medeiros, que participou hoje (30/7) de uma teleconferência para a divulgação dos resultados do segundo trimestre ( leia a reportagem sobre a teleconferência ).
Segundo Medeiros, a bandeira será focada em cidades com vocação turística ou de negócios. O executivo citou, em especial, São Paulo, Rio de Janeiro, Florianópolis e os principais destinos do Nordeste. "Assim, os lojistas credenciados pela Redecard poderão realizar as vendas, mesmo que a bandeira não opere diretamente no Brasil", afirmou.
A parceria integra a estratégia de diversificação de serviços e regiões de atuação, adotada pela Redecard como resposta ao fim da exclusividade no mercado de cartões, que vigora desde 1º de julho. "Definitivamente, nosso negócio não é market share", disse. "Queremos melhorar nossa rentabilidade e aumentar a presença em mercados ainda não-maduros."
Novas frentes
Entre os nichos nos quais a Redecard está investindo, Medeiros destacou o setor moveleiro - lojas de móveis e cozinhas planejadas, por exemplo -, educação, saúde e distribuição.
A empresa também aposta na diversificação da clientela, como os vendedores de produtos porta-a-porta e os taxistas. No último caso, foram credenciados 45.000 taxistas no primeiro semestre, que estão utilizando terminais de pagamento sem fio. Segundo Medeiros, a experiência anterior, de utilizar telefones celulares para capturar as operações dos taxistas, apresentou resultados abaixo do esperado, devido a "resistências culturais".
Em termos geográficos, a Redecard está reforçando a atuação no Norte, Nordeste e Centro-Oeste. "São regiões em que tínhamos presença significativamente inferior à esperada", disse. Para crescer no Nordeste, a empresa confia, agora, na parceria fechada com o Hipercard, bandeira com forte presença local.
Mais competição
Medeiros reconheceu que a competição aumentou no último mês, quando passou a vigorar o fim da exclusividade. Por isso, evitou fornecer dados que pudessem dar pistas sobre como a empresa se comportou no novo cenário.
O executivo informou que foram credenciados 137.000 novos clientes entre abril e junho, por exemplo, acima dos 80.500 do primeiro trimestre. Ele evitou revelar, porém, quanto desses novos clientes foi gerado pelo fim da exclusividade. "Se disser, estarei dando o guidance do terceiro trimestre, além de ser um dado importante para a concorrência", afirmou.
Medeiros também procurou minimizar as eventuais perdas de receita com aluguéis de terminais de pagamento. Com o fim da exclusividade, Cielo e Redecard estão livres para fazer parcerias com as bandeiras que quiserem. Ao ter a opção de receber os pagamentos no terminal de uma única credenciadora, o lojista está livre para manter apenas uma delas o que significa economia com o aluguel das máquinas.
Segundo o executivo, a Redecard conta com três tipos de clientes. Os primeiros são aqueles que realmente sentem o peso do aluguel das máquinas. Para eles, a empresa ofereceria opções como captura de pagamentos via celular. O segundo são os que alugam as máquinas com e sem fio. E o terceiro são os clientes que têm máquinas próprias, como os grandes varejistas.
Para esses dois últimos grupos, a aposta da Redecard é a prestação de serviços. De acordo com Medeiros, o aluguel pago pelos terminais embute uma série de assistências, como renovação dos terminais e atualização de softwares.
"Você voaria com uma companhia aérea totalmente desconhecida, mas com preços menores? Claro que não", afirmou, ao se referir às novas concorrentes, como a gaúcha GetNet, que entrou no mercado de credenciamento em parceria com o Santander.
Resultados
A Redecard apresentou lucro líquido de 374,6 milhões de reais no segundo trimestre, 9,1% maior que no mesmo período do ano passado. A receita líquida, 862,9 milhões de reais, foi 16,6% maior que a da comparação. Já o ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) ajustado ficou em 581,7 milhões, também 9,1% maior.
O volume financeiro de operações com cartão de crédito atingiu 28,657 bilhões de reais - uma alta de 22%. Já o número de transações com cartões de crédito cresceu 15%, para 285,3 milhões de operações.