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Qual é o novo foco da bilionária brasileira de tecnologia Tivit — e o que o Pix tem a ver com isso

Com 25% de seus clientes no setor financeiro, a multinacional lança a TIVIT Techfin impulsionada pelo sucesso do Pix e pela demanda crescente por serviços de pagamento

George Bem, CTO da Tivit: "Queremos que a Techfin se posicione como a quarta maior frente de negócio da companhia, ao lado de cibersegurança, cloud e serviços gerenciados." (Germano Lüders /Divulgação)

George Bem, CTO da Tivit: "Queremos que a Techfin se posicione como a quarta maior frente de negócio da companhia, ao lado de cibersegurança, cloud e serviços gerenciados." (Germano Lüders /Divulgação)

Daniel Giussani
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 29 de agosto de 2024 às 09h00.

Multinacional brasileira de tecnologia, a TIVIT lança nesta quinta-feira, 29, um novo braço dentro de sua estrutura de negócios. Depois de fazer uma grana considerável -- a empresa faturou 1,9 bilhão de reais ano passado -- com cibersegurança, transformação digital, data center, armazenamento em nuvem e serviços gerenciados, o negócio foca agora em serviços para ajudar empresas a processar os pagamentos. Qualquer tipo de pagamento.

É uma tendência que estava sendo notada pela empresa nos últimos anos. Cerca de 25% dos clientes da multinacional são instituições financeiras. Há também muitos varejistas usando serviços da Tivit. Dos dois lados, vinha uma demanda cada vez maior para ajudar no processamento de pagamentos. Num dos clientes, por exemplo, a TIVIT é responsável por processar todos pagamentos via Pix de uma grande varejista.

O Pix, aliás, foi um grande impulsionador para a multinacional querer acelerar esse tipo de serviço. 

"O Pix acelerou bastante o mercado”, diz George Bem, CTO e diretor de inovação da TIVIT e responsável pelo novo braço da companhia.  “Até pouco tempo atrás, não conseguíamos pagar com Pix em redes de varejo. Hoje, o Pix ajuda a economia a girar mais rápido, e isso trouxe novas demandas para integrações que antes não existiam."

O novo serviço se chamará TIVIT Techfin. Ele irá oferecer produtos como integração direta com o Banco Central do Brasil (BACEN), que inclui o suporte a PIX, boletos e outras formas de pagamento eletrônico. A plataforma fornecerá também APIs adaptáveis, que facilitam a integração com sistemas de gestão financeira das empresas, reduzindo a burocracia e aumentando a eficiência operacional.

A expectativa da companhia é dobrar o faturamento com essa vertical em um ano. 

Este crescimento será suportado pelo investimento de 25 milhões de reais na tecnologia e na equipe de desenvolvimento, garantindo que a TIVIT Techfin se consolide rapidamente como uma das principais divisões da empresa.

"Queremos que a Techfin se posicione como a quarta maior frente de negócio da companhia, ao lado de cibersegurança, cloud e serviços gerenciados."

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Qual é a história da TIVIT

A história da TIVIT tem ligação com o famoso tenista brasileiro Luiz Mattar. No final dos anos 1990, após 10 anos de carreira como tenista, Mattar decidiu empreender. Começou como investidor em um mix de cervejaria com casa noturna e, pouco depois, entrou na área da tecnologia. 

Junto de quatro sócios e com 150.000 reais, abriram a Telefutura, companhia de call center e terceirização de processos de negócios digitais. Nos anos seguintes, a empresa passou a diversificar o portfólio. A ideia era criar um negócio que pudesse atender todas as dores de tecnologia das companhias.

Em 2005, a Votorantim, que já era sócia da Telefutura, percebeu que possuía meios de tornar realidade no Brasil o modelo de “one stop shop” de tecnologia e fundiu duas empresas de seu portfólio: a Optiglobe e a Proceda, passando a se chamar TIVIT. Na sequência, também integrou a Telefutura. 

Desde sua criação, a TIVIT focou em serviços de tecnologia voltados para infraestrutura, como data centers e serviços gerenciados, sendo uma das pioneiras na implementação de soluções de TI na América Latina. A

Ao longo dos anos, a TIVIT diversificou seu portfólio e passou por várias transformações significativas. No início, a empresa concentrou-se principalmente em serviços de data center e outsourcing, mas com o avanço das tecnologias emergentes e a digitalização global, a TIVIT começou a investir em novas áreas, como cloud computing e cibersegurança.

Em 2010, a TIVIT teve o controle adquirido pela Apax Partners, um fundo de investimento britânico, por 874 milhões de reais,  que impulsionou ainda mais seu crescimento e presença internacional. 

Sob a gestão da Apax, a TIVIT consolidou sua presença em toda a América Latina, expandindo suas operações para países como México, Argentina, Chile e Colômbia. 

Nos últimos anos, a TIVIT continuou a investir pesadamente em transformação digital e cibersegurança, áreas que registraram um crescimento significativo, especialmente após a pandemia de Covid-19. 

A empresa observou um aumento expressivo na demanda por soluções de segurança cibernética, com um crescimento de 90% em 2023, refletindo a crescente preocupação das empresas com ataques cibernéticos e a necessidade de proteção de dados.

Quais são os planos futuros da TIVIT

Com a consolidação da TIVIT Techfin, a empresa está focada em ampliar sua presença no mercado de tecnologia aplicada ao setor financeiro, especialmente em áreas que têm mostrado um crescimento acelerado, como meios de pagamento instantâneos e gestão de caixa. 

"Nosso objetivo é resolver problemas do dia a dia financeiro com tecnologia, e o Pix tem sido um grande facilitador nesse sentido", afirma Bem. "Por exemplo, criamos um módulo que permite que concessionárias de serviços cortem o serviço de um cliente que não pagou e, se o pagamento for realizado via Pix no momento do corte, o serviço é religado automaticamente, sem a necessidade de uma segunda visita."

Em termos de projeção financeira, a expectativa de dobrar o faturamento da TIVIT Techfin reflete não apenas o crescimento do setor de pagamentos, mas também a confiança da empresa em sua capacidade de capturar uma parcela significativa desse mercado.

A TIVIT Techfin também planeja expandir suas operações para outros países da América Latina, onde a demanda por soluções financeiras inovadoras ainda está em estágio inicial. 

"Estamos observando de perto o mercado latino-americano, que ainda está em fase embrionária, mas com grande potencial para crescer à medida que as regulamentações financeiras se ajustam", diz Bem.

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