Principal cliente da Mossack Fonseca era ex-filial da Dexia
Grupo financeiro belga Dexia foi resgatado pelo Estado por causa da crise econômica de 2008
Da Redação
Publicado em 9 de abril de 2016 às 12h54.
Bruxelas - Uma antiga filial do grupo financeiro belga Dexia, entidade que foi resgatada pelo Estado por causa da crise econômica de 2008, figura como o maior cliente do escritório panamenho especializado na criação de offshores Mossack Fonseca, segundo informam neste sábado jornais como "Le Soir" e "De Tijd".
Trata-se da empresa Experta Corporate and Trust Management, um escritório de assessoria fiscal privado que pertenceu ao grupo Dexia de 1996 a 2011, que a imprensa qualifica como "o maior cliente mundial" da Mossack Fonseca, segundo revelam os chamados Panama Papers divulgados por uma investigação jornalística internacional.
Segundo os documentos revelados, a empresa chegou a encarregar a criação de até 1.659 offshores a esse escritório de advogados. Atualmente, a Experta tem sede em Luxemburgo e é uma filial do Banco Internacional de Luxemburgo (BIL), depois que Dexia a vendeu em 2011 a um fundo catariano devido ao desmantelamento do grupo nesse ano.
A ponto de quebrar no final de 2008, o grupo Dexia recebeu 3 bilhões de euros de dinheiro público para se salvar.
No entanto, as atividades de otimização fiscal através de offshores não terminaram nesse momento, e a direção do grupo em Bruxelas conhecia o trabalho que a Experta realizava por meio do escritório panamenho, segundo os jornais.
Apenas em junho de 2013 a Experta informou à Mossack Fonseca que queria dissolver todas as suas offshores no Panamá, que nesse momento chagavam somente a 63.
Segundo comunicou a entidade, o grupo Dexia e seu sucessor, Belfius, não ofereceram produtos da Experta a seus clientes, de acordo com a "Agência Belga".
Ainda não se sabe se pessoas que fizeram parte do conselho de administração do BIL ou do grupo Dexia, como os ex-primeiros-ministros belgas Jean-Luc Dehaene e Elio di Rupo, ou os antigos dirigentes do grupo Axel Miller, Stefaan Decraene e François Narmon, estavam cientes dessas práticas.
"É inconcebível que uma instituição financeira que foi resgatada com dinheiro do contribuinte tenha se envolvido em tamanha escala, ativa ou passivamente, em evasão fiscal", disse hoje o ministro de Finanças belga e encarregado da luta contra a fraude fiscal, Johan Van Overtveldt, à "Agência Belga".
Overtveldt afirmou que uma investigação sobre o caso deve ser aberta.
Bruxelas - Uma antiga filial do grupo financeiro belga Dexia, entidade que foi resgatada pelo Estado por causa da crise econômica de 2008, figura como o maior cliente do escritório panamenho especializado na criação de offshores Mossack Fonseca, segundo informam neste sábado jornais como "Le Soir" e "De Tijd".
Trata-se da empresa Experta Corporate and Trust Management, um escritório de assessoria fiscal privado que pertenceu ao grupo Dexia de 1996 a 2011, que a imprensa qualifica como "o maior cliente mundial" da Mossack Fonseca, segundo revelam os chamados Panama Papers divulgados por uma investigação jornalística internacional.
Segundo os documentos revelados, a empresa chegou a encarregar a criação de até 1.659 offshores a esse escritório de advogados. Atualmente, a Experta tem sede em Luxemburgo e é uma filial do Banco Internacional de Luxemburgo (BIL), depois que Dexia a vendeu em 2011 a um fundo catariano devido ao desmantelamento do grupo nesse ano.
A ponto de quebrar no final de 2008, o grupo Dexia recebeu 3 bilhões de euros de dinheiro público para se salvar.
No entanto, as atividades de otimização fiscal através de offshores não terminaram nesse momento, e a direção do grupo em Bruxelas conhecia o trabalho que a Experta realizava por meio do escritório panamenho, segundo os jornais.
Apenas em junho de 2013 a Experta informou à Mossack Fonseca que queria dissolver todas as suas offshores no Panamá, que nesse momento chagavam somente a 63.
Segundo comunicou a entidade, o grupo Dexia e seu sucessor, Belfius, não ofereceram produtos da Experta a seus clientes, de acordo com a "Agência Belga".
Ainda não se sabe se pessoas que fizeram parte do conselho de administração do BIL ou do grupo Dexia, como os ex-primeiros-ministros belgas Jean-Luc Dehaene e Elio di Rupo, ou os antigos dirigentes do grupo Axel Miller, Stefaan Decraene e François Narmon, estavam cientes dessas práticas.
"É inconcebível que uma instituição financeira que foi resgatada com dinheiro do contribuinte tenha se envolvido em tamanha escala, ativa ou passivamente, em evasão fiscal", disse hoje o ministro de Finanças belga e encarregado da luta contra a fraude fiscal, Johan Van Overtveldt, à "Agência Belga".
Overtveldt afirmou que uma investigação sobre o caso deve ser aberta.