Principais acionistas da BRF não venderão participação a preços atuais
Previ e Petros anunciaram nesta terça (12) que não vão vender participação na companhia, cujas ações acumulam queda de 43% este ano
Reuters
Publicado em 12 de junho de 2018 às 20h13.
Última atualização em 12 de junho de 2018 às 20h25.
Rio de Janeiro e São Paulo - Dois fundos de pensão que controlam 22 por cento da BRF , maior exportadora de carne de frango do mundo, não estão interessados em vender suas participações a preços atuais, disseram os presidentes-executivos dos fundos nesta terça-feira.
O presidente-executivo da Previ, Gueitiro Genso, disse que o fundo, que administra as aposentadorias dos funcionários do Banco do Brasil, não venderá sua participação no curto ou médio prazos. Walter Mendes, presidente-executivo da Petros, o fundo dos funcionários da Petrobras, também disse que não estava disposto a vender.
Falando durante uma conferência no Rio de Janeiro, os executivos disseram que não estavam cientes das propostas de rivais da BRF para uma fusão com a empresa. A Minerva na semana passada negou especulações sobre tal fusão, depois de relatos da imprensa de que o frigorífico tinha contatado investidores sobre a operação.
O conselho da BRF será responsável pela escolha de um novo presidente-executivo para a empresa, disseram executivos do fundo. Genso observou que o atual presidente do colegiado da BRF, Pedro Parente, que deixou a presidência executiva da Petrobras dias atrás, seria um "ótimo nome".
O conselho da BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, nomeou Parente como presidente do conselho de administração em abril, na expectativa de que ele ajude a empresa a se recuperar do escândalo envolvendo as investigações da operação Carne Fraca, da Polícia Federal, e problemas na gestão de fornecimento de grãos.
O acordo sobre a nomeação de Parente para o conselho encerrou uma longa batalha na diretoria, travada por acionistas com visões discordantes sobre recuperar os negócios da BRF.
As ações da BRF acumulam queda de 43 por cento este ano, impactadas ainda pela greve dos caminhoneiros e pela decisão da China na semana passada de impor medidas antidumping sobre as importações de carne de frango brasileira.
Nesta terça-feira, os analistas do Credit Suisse reduziram o preço alvo das ações da BRF de 28 para 18 reais. As ações da companhia fecharam em baixa de 2,88 por cento, a 20,89 reais.