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Pressão e desvios éticos: aumentam as demissões de CEOs no mundo

Entre os motivos que levam a liderança a deixar o cargo, estão a pressão crescente dos acionistas, desvios éticos e operações de fusão e aquisição

(Foto/Thinkstock)

Karin Salomão

Publicado em 19 de maio de 2019 às 08h00.

Última atualização em 19 de maio de 2019 às 08h00.

A vida no topo está mais difícil e os presidentes de empresa passam cada vez menos tempo no cargo. A rotatividade de CEOs no cargo atingiu um novo recorde, de acordo com uma pesquisa feita pela consultoria PwC com as maiores empresas abertas.

A rotatividade dos CEO's chegou a novos recordes, de 17,5% em 2018. O valor é 3 pontos acima da taxa do ano passado. O estudo analisou a sucessão de presidentes e executivos nas 2.500 maiores companhias públicas do mundo e é feito há 19 anos. Do total de 17,5% de CEOs que deixaram o cargo, 12% foram sucessões planejadas e 3,6¨% resultado de demissão. Já 2% saíram por causa de operações de fusão e aquisição.

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Entre os motivos que levam a liderança a deixar o cargo, estão a pressão crescente dos acionistas por resultados, desvios éticos e operações de fusão e aquisição entre empresas. Pela primeira vez desde que o estudo é realizado, desvios éticos causaram mais demissões que má performance financeira ou conflitos entre membros do conselho de administração.Dos que saíram demitidos, 39% deixaram o cargo por questões éticas. Os motivos envolvem escândalo ou conduta imprópria, como fraude, corrupção, desastres ambientais, resultados inflados ou indiscrições sexuais.

O tempo médio de permanência no cargo se manteve estável em cinco anos. A idade média dos CEOs é de 53 anos e apenas 26% têm experiência em outro cargo de CEO em uma empresa aberta.A fatia de mulheres no topo das principais não apenas continua baixa como diminuiu de um ano para cá. Mulheres ocupavam apenas 4,9% das posições de CEO em 2018, contra 6% há um ano.

A indústria que mais vê trocas na sua liderança é a de serviços de comunicação, com rotatividade de 24,5%, seguida da indústria de materiais, com 22,3%, e de energia, com 19,7%. A indústria de saúde é a que tem a menor taxa de rotatividade entre as analisadas.

Apenas 19% conseguem permanecer na liderança por mais de 10 anos, apesar de enfrentarem mudanças no mercado, competição intensa e investidores impacientes.O estudo descobriu que os presidentes que permanecem mais tempo no cargo são aqueles que geram mais retorno para os acionistas, tanto por conhecer melhor o mercado quanto por conduzirem processos de transformação profundos em sua indústria.

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