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Preço do minério ficará entre US$110 e US$160/t, diz Vale

A maior produtora de minério de ferro do mundo apontou que a demanda está robusta na China e que o preço não deverá cair abaixo de US$ 110 neste ano

A demanda por minério de ferro na China, maior consumidor de minério de ferro do mundo, está sendo impulsionada pela produção de gusa e DRI, explicou Martins
DR

Da Redação

Publicado em 25 de abril de 2013 às 16h54.

Rio de Janeiro - A Vale avaliou nesta quinta-feira que o preço do minério de ferro deverá ficar entre 110 e 160 dólares por tonelada neste ano, oscilando entre estoques baixos na China atualmente e um esperado aumento na oferta da Austrália (principal exportador) esperado para o segundo semestre.

A maior produtora de minério de ferro do mundo apontou que a demanda para o principal ingrediente do aço está robusta na China e que o preço da commodity não deverá cair abaixo de 110 dólares neste ano, disse o diretor de Ferrosos da Vale, José Carlos Martins, durante uma teleconferência para comentar os resultados do primeiro trimestre, divulgados na véspera.

"Não acreditamos que preço possa sofrer muito, acreditamos que as perspectivas de longo prazo deverão continuar favoráveis para o nosso produto", disse Martins a analistas, ao comentar a maior oferta esperada da Austrália.

Os preços no mercado à vista na China foram cotados a cerca de 134 dólares por tonelada nesta quinta-feira, segundo um índice referencial.

A demanda na China, maior consumidor de minério de ferro do mundo, está sendo impulsionada pela produção de gusa e DRI, explicou Martins.

O ferro-gusa e o DRI (formas brutas do metal) estão acrescentando cerca de 70 milhões de toneladas na demanda chinesa por minério de ferro no mercado global.

No primeiro trimestre de 2013, o mercado do aço na China mostrou performance "muito boa", disse Martins.

Apesar do aquecimento da demanda e dos baixos estoques de minério em portos e siderúrgicas, situação que ainda persiste segundo a Vale, o preço do minério de ferro vendido pela mineradora foi, em média, de 111,69 dólares por tonelada nos primeiros três meses do ano, uma queda de 5,4 % em relação à média do mesmo período do ano passado --a cotação ficou acima dos 100,43 dólares do quarto trimestre.

Além da sustentação da China indicada no balanço financeiro da Vale (segundo o qual portos e siderúrgicas continuam com estoques baixos), o cenário para demanda por minério de ferro na Europa é estável, disse Martins.


Uma maior produção prevista de minério na Índia também não deverá afetar os preços, já que o produto deverá ser consumido internamente, segundo o executivo.

A Vale disse também que preço do níquel só tende a subir, e que o "cenário de longo prazo do preço do cobre é bom".

A Vale teve lucro líquido de 6,2 bilhões de reais no primeiro trimestre deste ano, superando as estimativas de analistas, com cortes de custos ajudando a empresa a compensar a queda no preço do minério de ferro.

Precificação após entrega

A Vale informou que contratos de venda de minério com média de preços defasada (fórmula que considera a média de três meses com um mês de defasagem) ajudaram a mineradora no quarto trimestre, mas no primeiro trimestre afetaram a companhia porque não captaram na íntegra a disparada da commodity no mercado chinês.

Em fevereiro, o preço chegou a ser cotado em uma máxima de 16 meses, a 158,90 dólares por tonelada.

Os preços realizados (médio) do minério de ferro aumentaram em relação ao trimestre anterior. Este acréscimo, porém, foi suavizado pela queda significativa dos preços de contratos baseados na média dos índices de preços com defasagem, explicou a mineradora em seu relatório financeiro.

No último trimestre, houve um crescimento para 34 % das vendas de minério na base no mercado "spot", após a data de entrega, ante cerca de 30 % no quatro trimestre e apenas 2 % no mesmo período de 2012.

Esse tipo de precificação ganhou espaço especialmente sobre os contratos de venda com base corrente (preços spots, mensais e do trimestre corrente), que ainda assim respondem por 53 % do total; enquanto a precificação atrelada à média de três meses com um mês de defasagem (VRP) representou 13 % do total.

Questionado sobre essa migração dos clientes para o "spot", após a data de entrega, Martins disse que os clientes têm preferido essa precificação como forma de sair do risco em um mercado volátil.

Ele também avaliou ainda que isso não tem relação com recentes movimentos da China de exercer maior poder nas negociações com as grandes produtoras de minério.


"Não vejo nisso nenhuma tentativa de fazer qualquer manipulação, e do nosso lado é o nosso risco, para nós esse risco é perfeitamente suportável", afirmou, em teleconferência para a imprensa.

Reportagem da Reuters desta semana informou que a China deixará de conceder novas licenças para importadores de minério de ferro a menos que eles participem de uma plataforma doméstica de negociações, no mais recente movimento do maior consumidor mundial da matéria-prima para tentar diminuir o poder das mineradoras globais de estabelecer preços.

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Rio de Janeiro - A Vale avaliou nesta quinta-feira que o preço do minério de ferro deverá ficar entre 110 e 160 dólares por tonelada neste ano, oscilando entre estoques baixos na China atualmente e um esperado aumento na oferta da Austrália (principal exportador) esperado para o segundo semestre.

A maior produtora de minério de ferro do mundo apontou que a demanda para o principal ingrediente do aço está robusta na China e que o preço da commodity não deverá cair abaixo de 110 dólares neste ano, disse o diretor de Ferrosos da Vale, José Carlos Martins, durante uma teleconferência para comentar os resultados do primeiro trimestre, divulgados na véspera.

"Não acreditamos que preço possa sofrer muito, acreditamos que as perspectivas de longo prazo deverão continuar favoráveis para o nosso produto", disse Martins a analistas, ao comentar a maior oferta esperada da Austrália.

Os preços no mercado à vista na China foram cotados a cerca de 134 dólares por tonelada nesta quinta-feira, segundo um índice referencial.

A demanda na China, maior consumidor de minério de ferro do mundo, está sendo impulsionada pela produção de gusa e DRI, explicou Martins.

O ferro-gusa e o DRI (formas brutas do metal) estão acrescentando cerca de 70 milhões de toneladas na demanda chinesa por minério de ferro no mercado global.

No primeiro trimestre de 2013, o mercado do aço na China mostrou performance "muito boa", disse Martins.

Apesar do aquecimento da demanda e dos baixos estoques de minério em portos e siderúrgicas, situação que ainda persiste segundo a Vale, o preço do minério de ferro vendido pela mineradora foi, em média, de 111,69 dólares por tonelada nos primeiros três meses do ano, uma queda de 5,4 % em relação à média do mesmo período do ano passado --a cotação ficou acima dos 100,43 dólares do quarto trimestre.

Além da sustentação da China indicada no balanço financeiro da Vale (segundo o qual portos e siderúrgicas continuam com estoques baixos), o cenário para demanda por minério de ferro na Europa é estável, disse Martins.


Uma maior produção prevista de minério na Índia também não deverá afetar os preços, já que o produto deverá ser consumido internamente, segundo o executivo.

A Vale disse também que preço do níquel só tende a subir, e que o "cenário de longo prazo do preço do cobre é bom".

A Vale teve lucro líquido de 6,2 bilhões de reais no primeiro trimestre deste ano, superando as estimativas de analistas, com cortes de custos ajudando a empresa a compensar a queda no preço do minério de ferro.

Precificação após entrega

A Vale informou que contratos de venda de minério com média de preços defasada (fórmula que considera a média de três meses com um mês de defasagem) ajudaram a mineradora no quarto trimestre, mas no primeiro trimestre afetaram a companhia porque não captaram na íntegra a disparada da commodity no mercado chinês.

Em fevereiro, o preço chegou a ser cotado em uma máxima de 16 meses, a 158,90 dólares por tonelada.

Os preços realizados (médio) do minério de ferro aumentaram em relação ao trimestre anterior. Este acréscimo, porém, foi suavizado pela queda significativa dos preços de contratos baseados na média dos índices de preços com defasagem, explicou a mineradora em seu relatório financeiro.

No último trimestre, houve um crescimento para 34 % das vendas de minério na base no mercado "spot", após a data de entrega, ante cerca de 30 % no quatro trimestre e apenas 2 % no mesmo período de 2012.

Esse tipo de precificação ganhou espaço especialmente sobre os contratos de venda com base corrente (preços spots, mensais e do trimestre corrente), que ainda assim respondem por 53 % do total; enquanto a precificação atrelada à média de três meses com um mês de defasagem (VRP) representou 13 % do total.

Questionado sobre essa migração dos clientes para o "spot", após a data de entrega, Martins disse que os clientes têm preferido essa precificação como forma de sair do risco em um mercado volátil.

Ele também avaliou ainda que isso não tem relação com recentes movimentos da China de exercer maior poder nas negociações com as grandes produtoras de minério.


"Não vejo nisso nenhuma tentativa de fazer qualquer manipulação, e do nosso lado é o nosso risco, para nós esse risco é perfeitamente suportável", afirmou, em teleconferência para a imprensa.

Reportagem da Reuters desta semana informou que a China deixará de conceder novas licenças para importadores de minério de ferro a menos que eles participem de uma plataforma doméstica de negociações, no mais recente movimento do maior consumidor mundial da matéria-prima para tentar diminuir o poder das mineradoras globais de estabelecer preços.

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