Portugal Telecom quer que acionistas rejeitem oferta da Telefónica pela Vivo
Para a empresa portuguesa, o valor da Vivo deve ser medido também por um critério estratégico
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.
Lisboa - O presidente da Portugal Telecom (PT), Zeinal Bava, espera que os acionistas da empresa rejeitem a oferta da espanhola Telefónica para comprar sua parte da brasileira Vivo na assembleia que acontece no próximo dia 30 de junho.
Em entrevistas publicadas nesta quarta-feira por vários veículos de comunicação portugueses, Bava afirmou que a empresa espanhola subvalorizou "o valor intrínseco da Vivo" em sua oferta de 6,5 bilhões de euros e espera que os acionistas respaldem o desejo da PT de seguir com suas ações na operadora de telefonia celular.
O valor da Vivo "não pode ser medido apenas através de um critério meramente financeiro, mas estratégico", disse Bava à agência "Lusa".
Bava disse ainda ao "Diário Econômico de Lisboa", que "a PT tem acionistas de longo prazo, portugueses e estrangeiros, que veem seu potencial de crescimento futuro e sua importância estratégica, sempre dando apoio à empresa".
Em relação à possibilidade de a empresa espanhola bloquear a repartição de dividendos de Vivo se não conseguir sua compra, assinalou que "a PT esta convencida que as sugestões da Telefónica são para intimidar".
O presidente da empresa portuguesa falou com a imprensa de seu país após participar de um ato em Londres na terça-feira, quando advertiu que, caso a venda da Vivo seja aprovada, não há garantia de que o dinheiro seja repassado aos acionistas, pois poderia ser usado em investimentos ou operações financeiras.
A companhia espanhola aumentou na semana passada sua oferta inicial de 11 de maio, passando de 5,7 milhões de euros para 6,5 milhões. A intenção é assumir 100% da Brasilcel, a empresa com a qual PT e Telefónica, juntas, controlam 60% da Vivo.
O conselho de administração presidido por Bava rejeitou imediatamente a primeira oferta, mas preferiu convocar uma assembleia - como desejava a Telefónica - para que os acionistas pudessem se pronunciar sobre a segunda.
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