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Por que o Bradesco não espera mais uma forte alta nos lucros

Crescimento excepcional registrado em todos os trimestres no ano passado não deve se repetir; pelo menos, é o que espera o banco menos por enquanto

Bradesco: lucro deve crescer de maneira mais modesta daqui para frente (Egberto Nogueira/ Imafotogaleria)

Daniela Barbosa

Publicado em 22 de outubro de 2012 às 13h52.

São Paulo – Embora o Bradesco tenha registra lucro recorde no terceiro trimestre do ano para o período, o crescimento registrado nos ganhos do banco não deve retomar o mesmo ritmo que o do ano passado, quando a instituição financeira acumulou crescimento de dois dígitos em todos os trimestres de 2011.

No terceiro trimestre do ano, o lucro do Bradesco somou 2,8 bilhões de reais, 1% maior na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. Em 2011, os ganhos do banco haviam sido quase 20% maior em relação ao período anterior.

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“Nosso lucro é o maior da nossa história em termos trimestrais, mas aquela sequência de crescimentos recordes registrada no ano anterior, por enquanto, não deve acontecer”, afirmou Luiz Carlos Angelotti, diretor executivo da instituição financeira, em teleconferência com a imprensa, nesta segunda-feira.

Segundo o executivo, uma série de fatores vem influenciando o desempenho do Bradesco no mercado.  “Estamos vivendo um cenário de maior competitividade e de incertezas no mercado global”, disse o executivo.   Veja, a seguir, quatro razões que estão ofuscando o crescimento do lucro no Bradesco:

Competitividade entre os bancos

No meio do ano, a Caixa Econômica Federal ultrapassou o Bradesco no quesito tamanho de carteira de crédito. Isso porque, o governo vem estimulando a economia por meio de bancos públicos – que vêm oferecendo aos consumidores taxas atrativas de financiamento e menores tarifas de serviço.


Para Angelloti, a competitividade só deve aumentar daqui para frente no setor e o cenário ficar cada vez mais desafiador. “Por isso, vamos tentar manter as taxas sempre mais atrativas para os nossos clientes”, afirmou o executivo.

Aumento da inadimplência

Embora menor na comparação com o segundo trimestre do ano, o índice de inadimplência do Bradesco no terceiro trimestre é bem superior na comparação com o ano passado.

O banco espera que o nível de inadimplência caia ainda mais até o fim do ano e encerre 2011 no mesmo patamar que começou o ano, com 3,9%. Entre julho e setembro, a inadimplência ficou em 4,1%.

Carteira de crédito com crescimento mais lento

Assim como o lucro, a carteira de crédito do Bradesco também vem crescendo menos em relação a 2011. Até setembro, a carteira de crédito expandida do Bradesco somou 371,674 bilhões de reais, alta de 11,8% na comparação com o mesmo período de 2011.

O desafio, agora, crescer quase a mesma quantia em três meses que o acumulado nos nove primeiro meses do ano. Até setembro, o Bradesco aumentou em 25 bilhões de reais a sua carteira e para atingir o guidance, teria que acrescentar pelo menos mais 22 bilhões de reais para atingir sua meta.

Menos agências novas

O resultado excepcional atingido pelo Bradesco, em 2011, foi justificado também pelas mais de 1.000 agências inauguradas pelo banco no período. Neste ano, as inaugurações devem somar cerca de 70 novos pontos de atendimentos.

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