Exame Logo

Por que Microsoft tem escolhido se aliar a empresas em crise para ter sucesso

Parcerias com Nokia e Barnes & Noble visam levar a companhia rumo a um espaço no mercado de dispositivos móveis

Microsoft: corrida para entrada no mercado de dispositivos móveis (Kevork Djansezian/Getty Images/AFP)

Tatiana Vaz

Publicado em 1 de maio de 2012 às 11h47.

São Paulo – Com cerca de 60 bilhões de dólares em caixa até março e uma necessidade urgente de se reinventar, a Microsoft tem investido em parcerias na tentativa de entrar no crescente e promissor mercado de dispositivos móveis. Por que, então, a companhia decidiu investir na Nokia e Barnes & Noble, empresas em atual crise com os seus negócios?

A compra de 17,6% de participação no negócio digital da livraria americana por 300 milhões de dólares, anunciada hoje, surpreendeu os investidores por esse motivo. Além da varejista ter travado, desde o ano passado, uma briga na justiça com a Microsoft que a acusara de quebrar patentes, a empresa era apontada como uma das com maior risco de falência entre as americanas: 12,05%, segundo levantamento feito pela Business Insider.

A Nokia não estava em uma situação tão melhor. A parceria, fechada em fevereiro do ano passado, tinha o intuito de renovar os serviços das duas companhias com a venda de smartphones Lumia, com a plataforma Windows Phone. Mas os resultados ainda não foram suficientes para tirar a empresa do vermelho com a rapidez que ela necessita.

No primeiro trimestre, a fabricante finlandesa arrecadou 7,4 bilhões de euros, baixa de 29% em relação ao mesmo período de 2011, e teve prejuízo de 1,3 bilhão de euros, ante o lucro de 439 milhões no primeiro trimestre do ano passado. No total, 82,7 milhões de celulares foram comercializados até abril, sendo 11,9 milhões de smartphones – desses, dois milhões de unidades eram de smartphones da linha Lumia. Um número pequeno, apesar das vendas crescentes dos dois modelos da marca, lançados em novembro.

Diferentes, mas iguais

O fato é que a Microsoft, apesar da situação financeira bem mais confortável, passa hoje por uma crise de identidade igual a das parceiras. A fabricante lidera há tempos o mercado de desktops com seu sistema operacional, mas se vê numa sinuca de bico hoje. A empresa sabe que os computadores pessoais não vão deixar de existir. Mas, com o tempo, não serão mais o principal hardware dentro de uma residência comum.


A Nokia, por muitos anos líder em celulares no mundo, tenta reconquistar o posto, perdido para Apple, com a venda de iPhones, e Samsung, que apostou em smartphones na plataforma Androide. Barnes & Noble também está numa enrascada, já que uma nova maneira de lidar com a leitura tende a dominar o mercado com os e-readers.

Junto de Nokia e Barnes & Noble, a Microsoft teria a chance de correr atrás de uma participação significativa no promissor mercado de dispositivos móveis. Isso porque a Nokia, por mais que tenha perdido força, ainda tem participação bem representativa em mercados emergentes. E a livraria tem em suas mãos o Nook, leitor digital lançado em novembro para competir com o Kindle, da concorrente Amazon, para a venda do produto com conteúdo digital.

"O anúncio de hoje poderia muito bem ser parte de um movimento estratégico para combinar as peças de Nokia e Nook e criar uma empresa independente de várias opções de serviços baseados em Microsoft Windows Phone", afirmou N. Venkat Venkatraman, professor da Universidade de Boston. “Trata-se de uma estratégia interessante”.

Veja também

São Paulo – Com cerca de 60 bilhões de dólares em caixa até março e uma necessidade urgente de se reinventar, a Microsoft tem investido em parcerias na tentativa de entrar no crescente e promissor mercado de dispositivos móveis. Por que, então, a companhia decidiu investir na Nokia e Barnes & Noble, empresas em atual crise com os seus negócios?

A compra de 17,6% de participação no negócio digital da livraria americana por 300 milhões de dólares, anunciada hoje, surpreendeu os investidores por esse motivo. Além da varejista ter travado, desde o ano passado, uma briga na justiça com a Microsoft que a acusara de quebrar patentes, a empresa era apontada como uma das com maior risco de falência entre as americanas: 12,05%, segundo levantamento feito pela Business Insider.

A Nokia não estava em uma situação tão melhor. A parceria, fechada em fevereiro do ano passado, tinha o intuito de renovar os serviços das duas companhias com a venda de smartphones Lumia, com a plataforma Windows Phone. Mas os resultados ainda não foram suficientes para tirar a empresa do vermelho com a rapidez que ela necessita.

No primeiro trimestre, a fabricante finlandesa arrecadou 7,4 bilhões de euros, baixa de 29% em relação ao mesmo período de 2011, e teve prejuízo de 1,3 bilhão de euros, ante o lucro de 439 milhões no primeiro trimestre do ano passado. No total, 82,7 milhões de celulares foram comercializados até abril, sendo 11,9 milhões de smartphones – desses, dois milhões de unidades eram de smartphones da linha Lumia. Um número pequeno, apesar das vendas crescentes dos dois modelos da marca, lançados em novembro.

Diferentes, mas iguais

O fato é que a Microsoft, apesar da situação financeira bem mais confortável, passa hoje por uma crise de identidade igual a das parceiras. A fabricante lidera há tempos o mercado de desktops com seu sistema operacional, mas se vê numa sinuca de bico hoje. A empresa sabe que os computadores pessoais não vão deixar de existir. Mas, com o tempo, não serão mais o principal hardware dentro de uma residência comum.


A Nokia, por muitos anos líder em celulares no mundo, tenta reconquistar o posto, perdido para Apple, com a venda de iPhones, e Samsung, que apostou em smartphones na plataforma Androide. Barnes & Noble também está numa enrascada, já que uma nova maneira de lidar com a leitura tende a dominar o mercado com os e-readers.

Junto de Nokia e Barnes & Noble, a Microsoft teria a chance de correr atrás de uma participação significativa no promissor mercado de dispositivos móveis. Isso porque a Nokia, por mais que tenha perdido força, ainda tem participação bem representativa em mercados emergentes. E a livraria tem em suas mãos o Nook, leitor digital lançado em novembro para competir com o Kindle, da concorrente Amazon, para a venda do produto com conteúdo digital.

"O anúncio de hoje poderia muito bem ser parte de um movimento estratégico para combinar as peças de Nokia e Nook e criar uma empresa independente de várias opções de serviços baseados em Microsoft Windows Phone", afirmou N. Venkat Venkatraman, professor da Universidade de Boston. “Trata-se de uma estratégia interessante”.

Acompanhe tudo sobre:acordos-empresariaisConcorrênciaEmpresasEmpresas americanasempresas-de-tecnologiaFusões e AquisiçõesJoint-venturesMicrosoftNokiaTecnologia da informação

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Negócios

Mais na Exame