Exame logo 55 anos
Remy Sharp
Acompanhe:
seloNegócios

Por atender mal, empresas perdem clientes e US$ 217 bilhões

No ano passado, as empresas brasileiras, juntas, perderam cerca de US$ 217 bilhões devido a clientes que migraram para a concorrência insatisfeitos com serviços

Modo escuro

Continua após a publicidade

	Call center: sistemas de atendimento via telefone e internet ainda não oferecem experiência completa ao cliente, diz Accenture
 (Stock.xchng)

Call center: sistemas de atendimento via telefone e internet ainda não oferecem experiência completa ao cliente, diz Accenture (Stock.xchng)

L
Luísa Melo

Publicado em 6 de abril de 2016 às, 11h08.

São Paulo - No ano passado, as empresas brasileiras, juntas, perderam cerca de 217 bilhões de dólares devido a clientes que migraram para a concorrência insatisfeitos com os serviços prestados.

O cálculo foi feito pela Accenture com base em dados colhidos em uma pesquisa inédita que ouviu 24.000 pessoas de 33 países, 1.300 delas do Brasil, entre agosto e setembro.

Por conta do mau atendimento, 86% dos consumidores locais passaram a comprar de outros fornecedores durante 2015. A debandada poderia ter sido evitada pelas companhias em 92% dos casos, segundo o estudo.

Entre as soluções que poderiam alterar esse quadro, de acordo com os entrevistados, estão a resolução de problemas no primeiro contato, a oferta de um melhor atendimento presencial e também das mesmas promoções disponíveis para novos clientes.

Quem mais sofre

As varejistas foram as empresas que mais sofreram com o "abandono" da clientela, citadas por 35% dos respondentes. Operadoras de telefonia celular e provedoras de internet ficaram em segundo lugar, com 33% de menções.

Na sequência, apareceram as fornecedoras de TV a cabo (31%); os bancos e as operadoras de telefonia fixa (29%) e as provedoras de saúde (15%).

Entre os motivos para a escolha do novo fornecedor, o serviço de atendimento ao cliente ficou em segundo lugar, apontado por 50% dos respondentes, atrás apenas do preço, citado por 65%.

Por quê?

O desequilíbrio entre o atendimento humano e o digital disponibilizado pelas empresas é um dos grandes responsáveis pelo descontentamento dos clientes, segundo a Accenture.

"Os canais não humanos ainda não conseguem proporcionar uma experiência completa para o cliente. Eles não fecham o ciclo. O consumidor inicia o contato no canal online e fica frustrado, liga para o call center e não consegue ser atendido porque tem muita chamada", diz Santiago Ambroggio, diretor executivo da Accenture Strategy.

Ele dá o exemplo de empresas de telefonia móvel que permitem a contratação de planos via aplicativo, mas só fazem a ativação das linhas nas lojas.

Esse descompasso foi observado na pesquisa. Ao mesmo tempo em que a grande maioria (91%) dos ouvidos no levantamento deseja mais pontos de contato digital quando fazem compras, metade (52%) diz que o serviço oferecido nas lojas ainda é o melhor canal para conseguir uma experiência sob medida.

Apenas 16% deles consideram que há um balanceamento entre as interações digitais e físicas proporcionadas pelas companhias.

"A demanda pelos canais digitais é grande, mas a oferta é baixa, ou não está muito bem desenvolvida. Independentemente da arquitetura de canais escolhida, as empresas precisam focar esforços em criar experiências boas, simples e eficientes para o consumidor", comenta Ambroggio.

De acordo com ele, os brasileiros preferem os meios digitais para buscar informações (tanto para comprar quanto para usar um produto ou serviço) e optam pelo contato pessoal quando precisam resolver um problema.

Tendências

Ambroggio destaca duas tendências mundiais observadas de perto pelas empresas na tentativa de casar os mundos físico e digital – e de conquistar os clientes.

A primeira é a implantação de sistemas de conversa em tempo real (os chats) operados por atendentes.

"O consumidor que está numa fila, no ônibus, pode resolver problemas. É uma plataforma digital, mas ainda há contato humano", diz.

Outra saída é o gerenciamento do fluxo de informações disponíveis na internet, o chamado crowdsourcing.

"A voz de outros consumidores às vezes é mais relevante para o cliente do que a da empresa. As companhias estão começando a olhar com carinho para isso", afirma.

Como segurar o cliente

A pesquisa indica alguns caminhos que as empresas podem seguir para fidelizar o cliente. Veja quais são eles:

- Resolver frustrações de ontem para prevenir as perdas de clientes hoje.

- Ser proativo na fidelização e reconquista de clientes. Segundo a Accenture, dois entre cinco consumidores que deixam uma empresa podem voltar a fazer negócio com ela.

- Não comprometer a qualidade do produto para garantir o preço. De acordo com a consultoria, 66% dos consumidores não topam sacrificar a qualidade do que compram para pagar menos.

- Repensar os canais físicos. Mais da metade dos clientes valorizam serviços customizados.

- Proporcionar as interações humanas certas. Os clientes preferem o atendimento humano ao digital para conselhos, serviços e resolução de problemas. As expectativas quanto a esse contato pessoal, portanto, são altas.

- Usar dados com transparência. A Accenture ressalta que a falta de confiança em relação ao uso de dados pessoais pelas empresas é uma questão importante para os consumidores. Tratar essas informações com transparência e sob valores é um dos conselhos.

- Otimizar o balanço entre os canais diretos e indiretos. Os clientes cada vez mais têm suas decisões influenciadas por terceiros, mas a comunicação direta da empresa ainda é muito importante.

- Focar na experiência do consumidor. 

Últimas Notícias

Ver mais
Ele ouviu que não tinha cara de CEO. Hoje, fatura milhões e faz o maior evento de inovação de Maceió

seloNegócios

Ele ouviu que não tinha cara de CEO. Hoje, fatura milhões e faz o maior evento de inovação de Maceió

Há 3 horas

Metalúrgicos da GM aprovam abertura de Programa de Demissão Voluntária

seloNegócios

Metalúrgicos da GM aprovam abertura de Programa de Demissão Voluntária

Há 3 horas

Conheça o novo negócio bilionário de um dos fundadores da Zap Imóveis

seloNegócios

Conheça o novo negócio bilionário de um dos fundadores da Zap Imóveis

Há 4 horas

Azul vai ampliar em 18% a oferta de voos no Rio a partir de janeiro de 2024

seloNegócios

Azul vai ampliar em 18% a oferta de voos no Rio a partir de janeiro de 2024

Há 6 horas

Continua após a publicidade
icon

Branded contents

Ver mais

Conteúdos de marca produzidos pelo time de EXAME Solutions

Com itens personalizados, Tramontina usa expertise para aproveitar alta dos presentes de fim de ano

Com itens personalizados, Tramontina usa expertise para aproveitar alta dos presentes de fim de ano

Suvinil investe para criar embalagens e produtos mais sustentáveis

Suvinil investe para criar embalagens e produtos mais sustentáveis

Inovação em nuvem e IA: a aposta da Huawei Cloud para o Brasil

Inovação em nuvem e IA: a aposta da Huawei Cloud para o Brasil

Poupança, CDB ou conta que rende? O que especialistas dizem sobre as aplicações
Minhas Finanças

Poupança, CDB ou conta que rende? O que especialistas dizem sobre as aplicações

Exame.com

Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.

Leia mais