Pokémon Go leva dinheiro de verdade a bares e pizzarias
Empreendimentos estão buscando deliberadamente ganhos na vida real com o Pokémon Go
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Pokémon GO em smartphone: parte do jogo envolve capturar Pokémons virtuais, visíveis apenas quando se olha ao redor através de um smartphone (Akio Kon/Bloomberg)
Publicado em 19 de julho de 2016, 18h12.
Os clientes que passavam pelo L’inizio’s Pizza Bar, no Queens em Nova York, neste fim de semana, queriam fatias quentes, cerveja gelada e mais PokéBalls.
Essa pizzaria foi um dos primeiros empreendimentos a buscar deliberadamente ganhos na vida real com o Pokémon Go, um jogo de realidade aumentada extremamente popular lançado no dia 6 de julho pela Nintendo.
Parte do jogo envolve capturar Pokémons virtuais, visíveis apenas quando se olha ao redor através de um smartphone, e L’inizio’s está lotado deles.
Os jogadores poderiam ver um Charmander empoleirado em um banco ou encontrar um Snorlax em uma cabine do banheiro e os clientes que não participam do jogo veem apenas um monte de gente circulando sem desgrudar os olhos do telefone.
As vendas de alimentos e bebidas dispararam cerca de 30 por cento em comparação com um fim de semana comum, de acordo com o gerente da pizzaria, Sean Benedetti.
Em parte, foi sorte -- o jogo escolhe a quais lugares públicos atribuir significados especiais em seu mundo virtual -- mas também foi uma estratégia astuta. Benedetti, 29, investiu uns US$ 10 em "módulos de atração", um item comprado dentro do jogo que atrai Pokémons a um lugar específico.
Os jogadores não demoraram a perceber que valia muito a pena ir a L’inizio’s. “As pessoas estão surgindo do nada por causa desse jogo”, disse ele.
De certo modo, o Pokémon Go conseguiu materializar uma característica que escapa dos comerciantes tradicionais há anos: transformar smartphones com detectores de localização em motores que aumentam o tráfego no comércio.
A esperança dos proprietários de lojas de captar vendas por meio dos aparelhos móveis foi arrasada por decepções, como a tecnologia beacon, que conta com respaldo da Apple e de outras empresas e concede descontos e outras ofertas aos clientes com base nos dados de localização.
Até o ano passado, no entanto, apenas 3 por cento das lojas usavam esse software, de acordo com a Forrester Research.
Um jogo de realidade aumentada como Pokémon Go, que utiliza os recursos de GPS presentes em qualquer smartphone, traz o potencial de ter sucesso onde a tecnologia beacon fracassou.
É fácil imaginar que um desenvolvedor venderá propagandas dentro do mundo do jogo aos comerciantes locais ou até que venderá a promessa de transformar lojas e restaurantes específicos em destinos para os jogadores.
A Nintendo e a Niantic, desenvolvedora do Pokémon Go, não responderam a perguntas.
“As propagandas que se baseiam na localização devem ganhar impulso com os jogos de realidade aumentada por causa de jogos como Pokémon Go. Esses jogos vão trazer mais propriedades intelectuais para a marcação geográfica, o que pode provocar um impacto direto no número de visitas”, disse Jitendra Waral, analista da Bloomberg Intelligence.
Oito por cento dos US$ 39 bilhões em receita mundial do setor de jogos móveis vêm da publicidade dentro dos jogos. Projeta-se que essa fatia vai crescer, de acordo com a Bloomberg Intelligence, mas não muito rapidamente.
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